Oportunidades para o agro no mercado chinês

Oportunidades para o agro no mercado chinês

A chance do agronegócio gaúcho de conquistar o mercado asiático, China principalmente, mas também a Índia, está na produção de alimentos com valor agregado, diz especialista que palestrará na 2ª Jornada Técnica RTC

Um questionamento que o mundo se faz, sobre como conquistar a atenção da China para a exportação de alimentos diferenciados driblando a concorrência global pelo mercado do país asiático, será um dos focos da 2ª Jornada Técnica RTC. O evento, promovido pela Rede Técnica Cooperativa (RTC), ocorrerá na próxima semana, entre os dias 14 e 16, no Wish Serrano Resort, em Gramado.

A oportunidade de o Brasil ingressar com seus produtos agrícolas e alcançar a excelência comercial na região que mais cresce no mundo será tema da palestra da diretora executiva da Vallya Agro, Larissa Wachholz. Marcada para o dia 16 de setembro, a explanação de Larissa, especialista em Relações Internacionais e mestre em Estudos Contemporâneos, abordará o futuro do consumo de alimentos em países asiáticos e as novas portas que se abrem para o agro. Enfatiza que as grandes perspectivas para o agronegócio na Ásia, mais precisamente no Sudeste Asiático e na China, decorrem das previsões de uma expansão acelerada e continuada de crescimento de renda, fruto da migração da população do campo para a cidade. "O crescimento econômico empurra as pessoas para o meio urbano e, esse movimento, combinado com o incremento de renda, proporciona uma mudança significativa na dieta dessa população, que passa a demandar produtos de maior valor agregado, como proteína animal e lácteos", exemplifica. 

Na perspectiva de Larissa, a China e a Índia são consideradas nações que oferecem as maiores oportunidades para países fornecedores de produtos agrícolas. "As oportunidades para o Brasil são muitas nessa cadeia de produtos de maior valor agregado, desde a exportação de proteína animal, passando por frutas, até produtos para a ração animal", enumera a especialista com grande expertise na economia da China, onde viveu por cinco anos.

Segundo ela, a China é o carro-chefe desse movimento, e todas as tendências apontam que o país asiático será cada vez mais um grande mercado importador de produtos de maior valor agregado. Ela cita como exemplo de oportunidade o caso dos lácteos na China, onde o consumo é crescente e o setor recebe incentivo governamental. "Eles sabem que precisam importar e também sabem que têm produtos do mundo todo dessa cadeia sendo oferecido para eles”, completa.

A 2ª Jornada Técnica é uma realização da CCGL e conta com o patrocínio dos terminais Termasa/Tergrasa e com o apoio da Federação das Cooperativas Agropecuárias do RS (Fecoagro) e do Sistema Ocergs-Sescoop/RS. Para o coordenador de pesquisa da Rede Técnica Cooperativa (RTC), Geomar Corassa, as transformações pelas quais vêm passando o agronegócio exigem conhecimento ao produtor para que ele possa fazer uma transição tecnológica sem sobressaltos. “A Jornada RTC propõe esse debate ao explorar uma série de temáticas de grande relevância neste momento”, pontua. 

“A geopolítica, a economia e o comportamento são outros nesse pós-pandemia. por isso o nosso foco em debater a necessidade de se produzir mais e melhor”, destaca o diretor-presidente da CCGL, Caio Vianna.

Correio do Povo
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