Reencontro após quatro anos

Reencontro após quatro anos

San Francisco 49ers e Kansas City Chiefs decidem o Super Bowl 58 neste domingo na badaladíssima cidade de Las Vegas

Brock Purdy, jogador do San Francisco 49ers, em jogo contra o Detroit Lions, pela NFL

Por
Chico Izidro

Quatro anos após terem decidido o título da NFL, San Francisco 49ers e Kansas City Chiefs voltam a se encontrar neste domingo, na grande decisão do Super Bowl 58. O jogo terá como palco o Allegiant Stadium, em Las Vegas, com início programado para as 20h30min (horário de Brasília). Fora das quatro linhas, a expectativa é pela presença da estrela pop Taylor Swift, namorada de Travis Kelce, um dos astros dos Chiefs. Já o tradicional show do intervalo terá show do rapper Usher. Reba McEntire e Post Malone também estão programados para se apresentar.

Não existe favorito neste Super Bowl. Porém, o Kansas City Chiefs está em sua quarta decisão em cinco anos, podendo conquistar o terceiro título neste período e o quarto em sua história. A franquia do estado do Missouri já ganhou em 1970, 2020 e 2023, e tem a possibilidade de ingressar em um clube exclusivo − nas 57 edições apenas sete times conseguiram vencer dois Super Bowls consecutivos. O Green Bay Packers conquistou a vitória nos Super Bowls I e II, nos anos de 1967 e 1968. O Miami Dolphins foi campeão em 1973 e 1974, depois veio o Pittsburgh Steelers em 1975 e 1976 e em 1979 e em 1980, o San Francisco 49ers foi bicampeão seguido em 1989 e 1990, o Dallas Cowboys ganhou em 1993 e 1994, o Denver Broncos em 1998 e 1999 e o New England Patriots ganhou em 2004 e 2005. Assim, caso derrote o 49ers, o Chiefs se tornará o primeiros campeão consecutivo em 18 anos.

Para chegar no Super Bowl, o Kansas City Chiefs ficou com a terceira colocação na Conferência Americana (AFC), com 11 vitórias e seis derrotas na campanha. Nos mata-mata, passaram por Houston Texans, Buffalo Bills e Baltimore Ravens.

O San Francisco 49ers é cinco vezes campeão do Super Bowl (1982, 1985, 1989, 1990, 1995), mas está em jejum há 29 anos. E nesse período, perdeu duas decisões, em 2012 e 2019, a última justamente para os Chiefs, no Super Bowl 54, disputado em Miami. Nesta temporada, a equipe da Califórnia foi a campeã da Conferência Nacional (NFC), com 12 vitórias e cinco derrotas, e chegou à final após vencer Green Bay Packers e Detroit Lions nos playoffs.

O Kansas City Chiefs conta com o quarterback Patrick Mahomes, de 28 anos, e tem ainda o bloqueador Travis Kelce, o melhor da liga na posição, o recebedor Rashee Rice e o corredor Isaiah Pacheco. A defesa tem como destaques Chris Jones, Willie Gay e L'Jarius Sneed.

Pelo lado do 49ers, o quarterback Brock Purdy, 24 anos, selecionado pelo 49ers na última posição do draft de 2022, é uma das grandes promessas. O time tem também o corredor Christian McCaffrey, líder em jardas terrestres da temporada, e candidato aos prêmios de jogador mais valioso (MVP) e melhor jogador ofensivo (OPOY). Ao lado dele, os recebedores Deebo Samuel e Brandon Aiyuk, o tight end George Kittle e os defensores Nick Bosa, Fred Warner e Chease Young, alguns dos melhores nomes da NFL.

O Super Bowl terá como palco o Allegiant Stadium de Las Vegas. Esta é a primeira vez que a decisão acontece no estado de Nevada. O local é o segundo mais caro do mundo, sendo inaugurado em 2020, tendo custado 1,9 bilhão de dólares (R$ 10,9 bilhões). O Allegiant Stadium é fechado, climatizado e tem capacidade para 65 mil pessoas, mas pode ser expandido para até 72 mil.

O estádio passou a ser a casa do Las Vegas Raiders e também recebe jogos do time da Universidade de Nevada. O valor da construção foi dividido entre a franquia e a prefeitura de Vegas. Neste ano, o local ainda receberá jogos da Copa América, que será realizada nos Estados Unidos.

NFL vive o ‘efeito Taylor Swift’

Por Camila Souza

Cantoras pop costumam virar assunto no mundo do futebol americano por suas apresentações no Super Bowl, mas Taylor Swift será lembrada de forma diferente. Desde quando fez sua primeira aparição em um jogo do Kansas City Chiefs, em 24 de setembro do ano passado, a artista se tornou um dos nomes mais comentados da NFL, a liga de futebol americano dos Estados Unidos. A data também marca o momento em que a estrela pop assumiu o relacionamento com Travis Kelce, tight end dos Chiefs. A partir de então, o universo do pop e do esporte se uniram de forma inusitada e a NFL passou a viver o chamado “efeito Taylor Swift”.

Com 34 anos, cantora está no auge de sua carreira. Foi eleita a “Pessoa do Ano de 2023” pela revista Time e tem oficialmente a turnê mais lucrativa da história. Segundo o Guinness World Records, a “The Eras Tour” foi a primeira turnê a ultrapassar a marca de 1 bilhão de dólares, equivalente a quase R$ 5 bilhões, movimentando a economia de diversos países, incluindo o Brasil. No último dia 4, Taylor também fez história na indústria musical ao se tornar a primeira tetracampeã do Grammy Awards, vencendo o prêmio de “Melhor Álbum do Ano” com “Midnigths”.

A artista conta com uma legião fiel de fãs, os swifties, que a acompanham nos shows, nas redes sociais e agora nas partidas de futebol americano. Além de aumentar de forma significativa a procura por ingressos para ver os Chiefs, a presença de Taylor nos jogos gerou um valor de marca equivalente a 331,5 milhões de dólares para equipe e liga, de acordo com a Apex Marketing Group. Travis Kelce foi tão bem aceito pelos swifties que viu a venda de suas camisetas com o número 87 dispararem em 400%.

Taylor não apenas trouxe popularidade para a NFL como também fez com que mais mulheres acompanhassem os jogos. Conforme o portal Front Office Sports, a liga de futebol americano dos EUA registrou sua maior audiência feminina na temporada regular desde que o monitoramento começou, em 2000, e a melhor temporada regular entre jovens de 18 a 34 anos desde 2019.

A estrela pop acompanhou de perto 12 jogos nesta temporada. Enquanto as transmissões na televisão destacavam a presença de Taylor nas cabines VIPs, ela ainda ganhou espaço nas publicações da NFL nas redes sociais, aparecendo tanto quanto os jogadores. O perfil da liga no X (antigo Twitter) chegou a mudar sua descrição para “NFL (Taylor’s Version), uma brincadeira com o nome dos álbuns regravados da cantora. Na mesma plataforma, os swifties explicavam referências das músicas da artista, enquanto os torcedores ajudavam os fãs a entender as regras do futebol americano.

Agora, Taylor terá dificuldade para assistir ao Super Bowl neste domingo, quando o time de Travis Kelce vai enfrentar o São Francisco 49ers em Las Vegas. A artista fará um show da The Eras Tour em Tóquio, no Japão, horas antes da partida. Contudo, o fuso horário estará a favor do casal e tudo indica que ela estará presente para acompanhar a final do campeonato.

Para diminuir a preocupação dos fãs com os horários, a embaixada japonesa em Washington fez um comunicado inusitado no X. “Apesar das 12 horas de voo e das 17 horas de diferença de fuso horário, a Embaixada pode ‘Speak Now’ (nome de um dos álbuns de Taylor, que significa ‘falar agora’) com confiança que, se ela sair de Tóquio na noite após o show, deverá chegar em Las Vegas antes do Super Bowl começar”.

O impacto que a artista causou na NFL mostra como o “efeito Taylor Swift” pode ir muito além da indústria musical.

Taylor Swift assumiu o relacionamento com Travis Kelce, dos Chiefs, em setembro do ano passado | Foto: Patrick Smith / Getty Images / AFP / CP
Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895