Sétimo Gre-Nal valendo Taça neste século

Sétimo Gre-Nal valendo Taça neste século

Inter e Grêmio começam a decidir neste domingo, no Beira-Rio, mais um Campeonato Gaúcho

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Correio do Povo

 A Dupla se enfrentou pela última vez na decisão em 2019, quando o Tricolor, que é o atual tricampeão, venceu nos pênaltis. Desde o ano de 2000, ou seja, em 22 anos, esta é só sétima vez que os maiores rivais vão se encontrar na decisão do Estadual. Nas outras seis vezes, cada um levantou a taça três vezes. Em 2021, o Grêmio fez melhor campanha que o rival na primeira fase e tem a vantagem de fazer a segunda partida, no próximo domingo, na Arena. O duelo também marca o encontro inédito entre Miguel Ángel Ramírez e Tiago Nunes, ambos em suas primeiras finais como técnicos de Inter e Grêmio. O Colorado busca o 46º título gaúcho. O Grêmio tem 39.

Favoritismo, que nada

Foto: Roberto Vinícius / CP Memória

Neste século, o Gauchão só foi ser decidido em um Gre-Nal em 2006. À época, o Tricolor ainda juntava os cacos depois de passar a temporada de 2005 na Série B. O Inter, por sua vez, montava o grupo que em poucos meses seria campeão da América e do Mundo. Os dois rivais começaram a decidir o campeonato no dia 1º de abril, no Olímpico, e que terminou empatado em 0 a 0. No dia 9, um Beira-Rio lotado recebeu o jogo de volta e o favoritismo era todo colorado. E ficou ainda mais quando Fernandão abriu o placar. Mas Pedro Júnior, aos 34 minutos do segundo tempo empatou, evitando o pentacampeonato do Inter. O Grêmio era treinado por Mano Menezes e teve no time titular naquele jogo o goleiro Marcelo Grohe, que entrou no lugar de Galatto, lesionado.

A última no Olímpico

Foto: Cristiano Estrela / CP Memória

Em 2010, o Grêmio havia conquistado o primeiro turno, a Taça Fernando Carvalho, e o Inter ganhou o segundo, a Taça Fábio Koff, levando tudo para dois jogos finais. O primeiro Gre-Nal, no Beira-Rio, teve vitória gremista por 2 a 0, com gols de Rodrigo e Borges. Desta forma, o Grêmio poderia até perder por um gol na partida de volta que ainda assim seria campeão. E foi exatamente isso que aconteceu. Giuliano fez o gol que valeu a vitória colorada por 1 a 0 no clássico seguinte, margem insuficiente para impedir a festa gremista no estádio Olímpico pela conquista do 26º Gauchão. Seria também a última taça conquistado pelo Grêmio em sua histórica casa – no final de 2012 o Tricolor trocou de sede, passando a mandar seus jogos na Arena.

Virada improvável

Fabiano do Amaral / CP Memória

Tudo apontava para o bicampeonato gaúcho do Grêmio em 2011. Afinal de contas, no jogo de ida, no Beira-Rio, o Tricolor havia vencido por 3 a 2, com ampla vantagem em campo. No jogo da volta, com 15 minutos, Lúcio fez 1 a 0 para os azuis. Nas arquibancadas, até gritos de olé eram ouvidos. Então o técnico Falcão fez uma mudança ousada no Inter: tirou o zagueiro Juan e colocou o meia-atacante Zé Roberto. E tudo mudou. Damião empatou e ainda no primeiro tempo, Andrezinho fez Inter 2 a 1. O impensável veio na etapa final, quando D’Alessandro ampliou para 3 a 1. Mas havia tempo para emoção e Borges diminuiu para 3 a 2, levando tudo para os pênaltis, onde brilhou mais forte a estrela do Inter: 5 a 4, com Zé Roberto selando o título.

Goleada na Serra

Foto: Fabiano do Amaral / CP Memória

Geralmente, em decisões, os Gre-Nais são muito disputados, com bastante equilíbrio e tudo sendo decidido em um que outro lance. Mas há pontos fora da curva, como foi em 2014. O Inter já havia vencido o jogo de ida, na Arena, por 2 a 1, e jogava por um simples empate no estádio Centenário, em Caxias do Sul (o Beira-Rio estava em obras para a Copa do Mundo). Mas o que se viu na Serra foi um massacre vermelho. D’Alessandro abriu o placar no primeiro tempo, mas foi na etapa final que o desequilíbrio ficou evidente, quando Alex, aos 4, Alan Patrick, aos 10, e Alex de novo, aos 11, impunham uma goleada histórica ao rival. Dudu ainda descontou para o Tricolor, mas os 4 a 1 asseguraram o tetracampeonato gaúcho aos colorados.

Início avassalador

Foto: Mauro Schaefer / CP Memória

Com um empate sem gols no jogo de ida, na Arena, a decisão do Gauchão em 2015 ficou toda para o Beira-Rio. Para os colorados, era a oportunidade de conquistar não mais um título regional, mas o penta. Para os gremistas, justamente interromper essa série e quebrar o jejum que vinha desde 2010. Só que com um início de jogo avassalador, o Inter resolveu a parada. O time comandado por Diego Aguirre quase abriu aos cinco minutos, com uma bola na trave. Aos seis não teve jeito, e Nilmar colocou os vermelhos em vantagem. Aos 18, foi o Grêmio quem mandou na trave, com Felipe Bastos. Só que no contra-ataque, Valdívia fez Inter 2 a 0. O Tricolor ainda descontou com Giuliano, mas o título já estava definido para os colorados com o 2 a 1.

Pênalti e pênaltis

Foto: Fabiano do Amaral / CP Memória

A decisão em 2019 se notabilizou pela ausência de gols nos dois Gre-Nais decisivos. O Grêmio buscava o bicampeonato estadual e o Inter queria quebrar um jejum que vinha desde 2016. O primeiro clássico, no Beira-Rio, terminou empatado em 0 a 0. Na Arena, o Grêmio teve a chance de vencer nos 90 minutos, mas, depois de muita confusão, o atacante André desperdiçou uma cobrança de pênalti, defendida por Marcelo Lomba, levando a decisão justamente para a cobrança das penalidades. Brilhou então a estrela do goleiro Paulo Victor, sendo considerado o herói do 38º título estadual do Grêmio, defendendo as cobranças de Camilo, Cuesta e Nico López. O Tricolor venceu por 3 a 2, sendo que André cobrou e marcou o pênalti decisivo.

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895