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Verão

Especial

Tecnologia otimiza percentual de água no solo e mitiga efeitos da estiagem

Uso de fitoesteróis, compostos gordurosos derivados das plantas, combate estresse hídrico nas lavouras, diminui as perdas das culturas pela falta de chuva, além de elevar produtividade

| Foto: Wenderson Araujo / Divulgação CNA / CP

Uma nova tecnologia já testada em pesquisa e aplicada a campo na safra de verão apresentou resultados na mitigação de perdas decorrentes da falta de água nas lavouras de soja e milho. A solução procurou dar novo uso aos fitoesteróis (compostos gordurosos derivados de plantas), conferindo às plantas tratadas com a técnica a capacidade de otimizar em até 20% a água disponível no solo. Ou seja, produzir mais com menos. Em experimentos, produtores gaúchos relataram ganhos de produtividade em áreas que sofreram com a falta de chuva e melhoria em áreas irrigadas. Os ensaios foram conduzidos pela Elicit Plant Brasil, que já trabalha para colocar o produto no mercado para a próxima safra de verão. 

Conforme a empresa, o uso de fitoesterol se mostrou solução única, orgânica e eficaz na redução dos impactos como o estresse hídrico. “Em média, em áreas no Sul do Brasil, a gente conseguiu ter 13,4 sacos a mais de rendimento no milho”, diz Felipe Sulzbach, da área de marketing e vendas da Elicit. Os fitoesteróis são extrato de plantas, enquadram-se legalmente como fertilizante foliar e são pulverizados na lavoura. Conforme Sulzbach, uma planta em condições de altas temperaturas e ausência de água fecha o estômato, enrola a folha e para de se desenvolver. “Quando tenho o fitoesterol, o estômato da planta semicerra, continua fazendo fotossíntese e as trocas gasosas. Então, a folha continua espalmada, e a planta continua crescendo, aprofundando raízes e buscando água no solo”, explica o executivo.

Ulrich, do interior de Victor Graeff, obteve sucesso no milho de sequeiro e melhora na produção em sua área irrigada | Foto: Cristiano Ulrich / arquivo pessoal / CP.

Testado e aprovado

De origem francesa, a empresa realizou testes com agricultores na safra passada. Um dos experimentos foi com o produtor Cristiano Ulrich, 43 anos, que cultiva 220 hectares na localidade de São José da Glória, município de Victor Graeff, com soja, milho, trigo, feijão de safrinha, aveia e centeio. Ulrich realizou testes em duas áreas diferentes, de cinco hectares cada, uma delas irrigada. “No sequeiro tivemos 57 sacos a mais por hectare, uma diferença muito grande em ano de seca”, contou. Segundo ele, na área irrigada a soma também foi positiva, com 12 sacos a mais por hectare – 167 na área testemunha e 179 no plantio com a tecnologia de fitoesteróis. “A diferença foi satisfatória, não só nas minhas áreas mas em outras de outras regiões também”, disse. O agricultor pretende repetir a aplicação do produto na próxima safra. “Por que não usar? Acho que temos que tentar, talvez não em toda a lavoura, mas em uma parte de novo e tirar para ver a diferença”, pontou.

Em Passo Fundo, o produtor Cristiano Alovisi Wentz, 47 anos, testou a tecnologia em uma área de cinco hectares de milho, na propriedade de 235 hectares, na localidade de Bela Vista. “A gente pulverizou o produto no estágio V5 (quando a planta tem cinco folhas completamente desenvolvidas) do milho e depois foi observando, vendo que tinha quantidade maior de folhas verdes na área tratada com o produto, e no final deu quatro sacas a mais na colheita”, disse. “A produtividade foi de 134 sacas no experimento, contra 130 na área testemunha”, disse Wentz, também autor e protagonista de uma iniciativa nas redes sociais que pretende mostrar o agronegócio para a sociedade brasileira, desfazendo mitos e esclarecendo fatos sobre o setor. Trata-se do Agro Bar podcast, disponível em plataformas como Instagram, YouTube e Spotfy. A ideia é mostrar o Agro real para a sociedade brasileira.

Wentz testou o sistema em cinco hectares de milho e observou maior quantidade de folhas nas plantas, que na colheita tiveram produtividade maior | Foto: Cristiano Wentz / Arquivo pessoal / CP.

Itamar Pelizzaro