A nove meses dos Jogos de Paris, impasse mantém sede do surfe indefinida

A nove meses dos Jogos de Paris, impasse mantém sede do surfe indefinida

Organizadores querem provas em Teahupo'o, no Taiti, mas instalação de torre para juízes gera embates

AFP

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A nove meses dos Jogos Olímpicos de Paris 2024, as autoridades da Polinésia Francesa ainda discutem com os organizadores do evento, pois não querem que a sede das provas de surfe seja em Teahupo'o, no Taiti, como está previsto. Tal impasse coloca em dúvida se este local paradisíaco, conhecido em todo o mundo do surfe por suas ondas espetaculares, realmente fará parte dos Jogos.

Há semanas, o projeto de instalar uma torre de alumínio de 14 metros de altura para os juízes da competição, que substituiria a de madeira que ainda é utilizada, mas que já não atende às normas, gerou um verdadeiro embate entre opositores ao projeto e os promotores dos Jogos.

A tensão chegou a tal ponto que a prefeita de Paris, a socialista Anne Hidalgo, em viagem oficial ao Taiti no final de outubro, teve que desistir de visitar Teahupo'o por temer protestos. Uma manifestação foi convocada para a próxima sexta-feira (10), para a qual espera-se a presença de surfistas, ecologistas e moradores locais contrários ao projeto.

Mudança de opinião

Nesta quarta-feira (8), o presidente da Polinésia Francesa, Moetai Brotherson, surpreendeu os organizadores dos Jogos de Paris 2024 ao se mostrar a favor de uma mudança de sede para as provas de surfe. Em uma entrevista à AFP, o mandatário propôs Taharuu, com menos renome no surfe, mas de acesso mais fácil que Teahupo'o, também na costa oeste do Taiti. "Conta com toda a infraestrutura", argumentou.

Brotherson defendia até agora o projeto de Teahupo'o, afirmando que não haveria consequências no fundo do mar, mas mudou de opinião. "Não vejo como seria possível a barcaça [de perfuração] passar sem destruir o coral", reconsiderou.

Esta mudança de posição das autoridades locais não beneficia em nada os organizadores dos Jogos, que não querem outra sede.

"Estudamos coletivamente todos os cenários possíveis, em relação ao governo polinésio, para permitir a disputa das provas de surfe em Teahupo'o, que desejamos preservar, respeitar e valorizar na ocasião dos Jogos", reagiu o comitê organizador em um comunicado enviado nesta quarta-feira à AFP.

No texto, é especificado que, nas próximas semanas, o assunto continuará a ser negociado e estudado "para encontrar uma solução para organizar as provas na sede de Teahupo'o".

Organizadores não desistem

No entanto, a organização de Paris 2024 não desiste de Teahupo'o e, "a esta altura, parece difícil e pouco provável" uma mudança de sede, afirmou à AFP uma fonte próxima às negociações. Uma das soluções estudadas, segundo esta fonte, é instalar a nova torre de alumínio, já construída e que custou 4 milhões de euros (aproximadamente R$ 21 milhões, na cotação atual), sobre as fundações existentes da torre de madeira.

"Mas isso é possível?", se pergunta a fonte. O que está 100% descartado é construir uma nova torre de madeira que atenda às normas atuais por questões de prazo.

As promessas do comitê organizador de que o projeto não terá impactos não parecem ter convencido a população local.


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