AFA cancela jogos horas antes de início e Campeonato Argentino segue paralisado
Jogadores cobram salários atrasados, que provocaram greve no país
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A decisão foi tomada após uma reunião na sede do Ministério do Trabalho, da qual participaram também a AFA e o sindicato dos jogadores, conhecido como Agremiados. Eles não chegaram a um acordo, uma vez que Sergio Marchi, líder dos atletas, manteve a postura de que ninguém entrará em campo enquanto os salários atrasados não forem pagos.
Na noite de quinta-feira, os capitães dos times da primeira e da segunda divisão argentina se encontraram em Buenos Aires e saíram de lá com a decisão de não jogarem até que a situação em todos os clubes seja regularizada. Eles são solidários principalmente aos times menores, onde as dívidas são maiores.
Antes, na quinta-feira de manhã, o governo federal pagou a rescisão do contrato do Fútbol para Todos, bandeira dos governos Kirchner, que financiava o futebol argentino por meio de cotas da TV. Pagou 350 milhões de pesos (cerca de R$ 70 milhões) e tirou o corpo fora da briga. Agora, os atletas dizem que não entram em campo enquanto esse dinheiro não entrar em suas contas.
A AFA chegou a ameaçar punir os clubes que não entrassem em campo na rodada deste fim de semana, a ponto de o Belgrano soltar comunicado dizendo que jogaria nem que fosse com juvenis. Depois, voltou atrás sobre os jogos desta sexta. Até o início da noite desta sexta-feira, ainda não estava claro se os jogos deste sábado e domingo serão realizados.
A competição, que nesta temporada segue o calendário europeu, deveria ter sido reiniciada na primeira semana de fevereiro. Mas os jogadores se recusam a voltar a jogar diante do cenário financeiro caótico dos clubes, que ficaram sem cota de TV com o fim do Fútbol para Todos.
Desde janeiro, os times têm jogado apenas amistosos e jogos-treino. O Boca Juniors, por exemplo, marcou uma atividade contra o Argentinos Juniors para o sábado de manhã, caso a rodada seja adiada.