Anderson Silva faz provável despedida do UFC neste sábado

Provavelmente pela última vez, Anderson Silva sobe ao octógono do UFC neste sábado, na luta principal do UFC Vegas 12, a partir das 20h (de Brasília), em Las Vegas (EUA), contra o americano Uriah Hall. Ele não luta desde maio de 2019, e a organização vem tratando o combate de maneira especial, anunciando-o como o adeus do Spider, que estreou no UFC em 2006 e, no mesmo ano, conquistou o cinturão da categoria peso-médio, título que foi seu por 2.457 dias.

 No entanto, os planos de Silva, hoje com 45 anos, não são os mesmos da entidade. Durante a semana, o lutador, que vem de duas derrotas consecutivas no Ultimate, afirmou que o combate com Uriah Hall pode marcar, sim, sua despedida do UFC. Mas ressaltou que ainda “tem lenha para queimar no esporte”, dando a entender que pretende seguir carreira após sair da franquia comandada por Dana White. “Pode ser a última no UFC, sim, mas foi um comum acordo com o Dana White, e vamos ver o que vai ser conversado depois”, explicou. 

Spider tem 34 vitórias, 10 derrotas e uma luta sem resultado na carreira. Neste sábado, pela primeira vez, lutará sem a presença de público. “É tudo muito novo, toda essa situação. O mundo se transformou, as coisas mudaram para todos. Para mim, é mais um dia de trabalho, mais um dia que tenho que me focar e estar 100%. Mas é diferente. Eu nunca lutei assim, para mim vai parecer um treino. É uma sensação estranha, sem dúvida”, completou.

Estreia no UFC aconteceu em 2006

Anderson Silva fez sua primeira luta no UFC em 28 de junho de 2006, em Las Vegas, contra Chris Leben, que vinha de uma invencibilidade com 5 vitórias em 5 lutas pelo Ultimate. O americano de 25 anos à época havia prometido nocautear o brasileiro, que precisou de apenas 49 segundos para derrubar o oponente. Spider mostrou a Leben seu jogo de contragolpe e controle de distância. Todos os ataques foram evitados e devolvidos com muita inteligência e a luta terminou com um nocaute.

O título mundial chegaria ainda naquele ano, em 14 de outubro, quando Anderson Silva enfrentou no UFC 64 o americano Rich Franklin, que até então possuía um cartel de 22 vitórias e apenas uma derrota. O brasileiro, desafiante, foi vaiado durante a apresentação, mas no combate, levou apenas 2 minutos e 59 segundos para destruir o rosto do campeão. Nocaute e cinturão conquistado. Em uma revanche, Anderson Silva derrotou novamente Rich Franklin, com um nocaute ainda mais rápido.

A sequência invicta do "Spider"

Depois da ascensão meteórica, veio a consolidação como o maior lutador da sua época, um dos maiores de todos os tempos. Anderson colecionou triunfos marcantes e nocautes épicos, além do estilo de showman. A sequência de 17 vitórias, com dez defesas de título bem-sucedidas, foi quebrada em 6 de julho de 2013, quando perdeu o cinturão dos médios para Chris Weidman. Em uma revanche, no final do mesmo ano, acabou fraturando a perna. Ali, surgiram os primeiros rumores de aposentadoria, que ele sempre refutou. A nota mais triste da sua carreira foram as duas suspensões por doping, em 2015 e 2017.

A luta deste sábado parece marcar definitivamente o fim de uma era - apesar de que o brasileiro não confirme que vai parar de lutar. “Legado não é o que você deixa para as pessoas, e sim o que você deixa nas pessoas. Deixei carinho, amor e muita persistência. É esse o legado que fica para as próximas gerações. Se eu pudesse definir minha carreira em uma palavra, seria ‘amor’. Sempre fiz tudo com muito amor durante minha carreira, fiz muitas lutas, me dediquei muito”, afirmou o lendário lutador brasileiro.