Atletas gaúchos entram em reta final para preparação do Mundial de Fukuoka

Atletas gaúchos entram em reta final para preparação do Mundial de Fukuoka

Competição acontece entre 14 e 30 de julho no Japão

Victória Rodrigues *

Kiko Klaser (técnico), Diogo Villarinho, Thiago Ruffini, Viviane Jungblut e Alexandre Finco estarão no Mundial de Fukuoka

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A 20ª edição do Campeonato Mundial de Esportes Aquáticos está chegando e os atletas gaúchos já estão nos preparativos finais para o torneio. Os nadadores irão participar da Maratona de Águas Abertas e a preparação é volumosa e intensa. Ao todo, foram cerca de 250 quilômetros nadados em 20 dias de treinamento. Para isso, eles viajaram até Livigno, Itália, para realizarem os últimos treinos a 1.870 metros acima do nível do mar e com isso aumentarem o fôlego para a prova, antes de partirem para Fukuoka, no Japão, onde acontece a disputa. Além da preparação física, a preparação mental também é fundamental. 

Em seu primeiro Mundial, o paulista Thiago Ruffini, de 20 anos, atleta do Grêmio Náutico Uniçao (GNU), nunca havia participado desse tipo de treinamento. “Eu nunca tinha tido contato com esse processo da elite da maratona aquática. Está sendo muito interessante ficar aqui porque a gente acaba vivendo a natação”, diz. O treinamento em altitude contribui para aumentar a presença de oxigênio no sangue e, assim, ganhar mais fôlego para enfrentar as águas abertas. Para disputar os 5km nas águas abertas, Thiago optou por manter a metragem alta nos treinos tanto para a piscina quanto para a maratona. Manter o ritmo para a disputa é essencial. De acordo com ele, a mesma rotina que era feita fora da altitude, considerada mais fácil, acaba se tornando um pouco mais pesada na preparação atual. “Quanto mais difícil o treino melhor a gente vai se condicionar e o resultado consequentemente vai acabar ficando melhor”, afirma o nadador. A programação do Campeonato Mundial conta com as provas de natação artística, saltos ornamentais, natação em águas abertas e polo aquático na primeira semana do torneio.

Segundo o técnico de natação da Confederação Brasileira de Esportes Aquáticos (CBDA) e do GNU, Kiko Klaser, o treinamento na altitude foi escolhido pela equipe porque os nadadores acabam produzindo mais hemácias, algo muito importante para o nadador de fundo que acaba transportando mais oxigênio. “Essa é uma forma de sucesso que vários fundistas tanto da natação, atletismo e outros esportes utilizam”, explica. “Já têm vários artigos que comprovam o funcionamento disso”, completa. A adaptação de fuso horário também é um fator considerável durante a preparação para o Mundial. São 12h de diferença entre o Japão e o Brasil, o que requer um tempo para os atletas se acostumarem até a disputa. Ainda, segundo Kiko, a prova de águas abertas hoje se assemelha ao ciclismo, em que os nadadores procuram o vácuo do nadador que está à frente para finalizar a prova de maneira forte. Para isso, existe uma parte tática importante: “É muito difícil reproduzir tudo dentro da piscina. Saber como tu vai administrar as viradas de boia, ter 100 nadadores para contornar uma bóia só, disputando o campeonato mundial só a prática mesmo que traz”.

Filho de mãe e pai técnicos de ginástica, aos 26 anos, o gaúcho Alexandre Finco se classificou pela primeira vez para a prova de 10km em águas abertas. Apesar de ter praticado o esporte que é a paixão dos pais até os 10 anos, o atleta do Minas Tênis Clube acabou optando pelo mundo das águas. “Sempre fui muito competitivo e confesso que não tinha muito talento para a ginástica. Com isso, optei pela natação, o esporte que eu vi que poderia evoluir”, aponta. Segundo ele, já foram cumpridos, ao todo, 250km de treinamento durante a estadia na Itália, o que deixa o nadador ainda mais confiante para o torneio. “O desgaste é bastante grande, ainda mais pela questão da altitude que diminui a concentração de oxigênio e dificulta o desempenho esportivo”, explica o atleta. “A prova de 10km exige um alto nível de concentração, então esse tipo de treinamento é importante, pois quando voltamos a competir em nível do mar, o desempenho tende a melhorar significativamente", completa.

Expectativa para o torneio

Depois da sensação indescritível de ter sido classificado pela primeira vez para o Mundial, as expectativas de Thiago Ruffini para enfrentar a Maratona de Águas Abertas são boas. O nadador espera nadar bem independentemente do resultado, mesmo que o pódio seja o alvo principal. “Representar o Brasil é sempre uma responsabilidade muito grande”, afirma o atleta. “Sempre foi um sonho estar aqui, então eu espero condizer com as expectativas do país, estou treinando muito e espero nadar bem”. Apenas o fato de estar entre os melhores nadadores do mundo já é motivo de orgulho. Por isso, Alexandre Finco almeja estar entre os 15 primeiros colocados na disputa. “Sempre fui muito competitivo e tenho me preparado há anos para isso”. 

Além de Alexandre e Thiago, o Brasil terá também outros dois representantes nas provas das águas abertas: a gaúcha Viviane Jungblut, do GNU, e o goiano Diogo Villarinho, do Minas Tênis Clube.

* Sob supervisão de Carlos Corrêa


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