Austrália se une ao boicote diplomático dos EUA aos Jogos de Inverno de Pequim

Austrália se une ao boicote diplomático dos EUA aos Jogos de Inverno de Pequim

Governo chinês respondeu que o país nunca teve intenção de convidar autoridades australianas

AFP

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A Austrália se uniu nesta quarta-feira (8) ao boicote diplomático aos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim-2022 proposto pelos Estados Unidos e não enviará representantes oficiais. A informação foi revelada pelo primeiro-ministro Scott Morrison, dois dias após o anúncio de Washington.

O governo australiano se uniu à iniciativa alegando uma série de divergências com Pequim e a situação dos direitos humanos no país comunista. "A Austrália não se desviará de uma posição forte na defesa dos interesses da Austrália e, obviamente, não é surpresa que não enviaremos representantes australianos para estes Jogos", disse Morrison.

Ao ser questionado sobre o tema, um porta-voz da diplomacia chinesa, Wang Wenbin, afirmou que seu país nunca teve a intenção de convidar as autoridades australianas. A decisão de Canberra "mostra aos olhos de todos que o governo australiano acompanha cegamente a linha de um país", afirmou Wang, sem citar os Estados Unidos.

O boicote diplomático não afeta as disputas esportivas nem impede a participação dos atletas americanos ou australianos. "Ninguém se importa se eles vêm ou não", disse Wang. "Suas manobras políticas e pequenos truques não vão mudar em nada o sucesso dos Jogos Olímpicos", acrescentou.

Apesar das declarações, a decisão de Washington irritou Pequim. "Estados Unidos pagarão o preço por suas decisões equivocadas", declarou na terça-feira o porta-voz do ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian. Nos últimos dois anos, a China impôs uma série de sanções à importação de bens australianos em meio a uma intensa disputa política que congelou os contatos ministeriais entre os países.

A Austrália, por sua vez, busca legislar contra a influência estrangeira para vetar a Huawei dos contratos de 5G e pediu uma investigação independente sobre a origem da pandemia do coronavírus. Recentemente, assinou uma importante aliança militar com os Estados Unidos e o Reino Unido, que proporcionará ao país submarinos americanos de propulsão nuclear.

Um passo crucial

Como Washington, Morrison citou as violações dos direitos humanos na China para justificar a decisão, especialmente na região de maioria muçulmana de Xinjiang (noroeste). A diretora da Human Rights Watch na China, Sophie Richardson, celebrou a medida e afirmou que é "um passo crucial para desafiar os crimes contra a humanidade do governo chinês contra os uigures e outras comunidades de língua turca".

Os ativistas afirmam que pelo menos um milhão de uigures e outras pessoas da minorias muçulmanas foram detidas em campos em Xinjiang, onde Pequim também é acusada de impor trabalhos e esterilizações forçadas. O porta-voz diplomático Zhao Lijian afirmou que as acusações ocidentais sobre a situação em Xinjiang eram a "mentira do século".

O Comitê Olímpico Australiano indicou que o boicote diplomático não afetaria a preparação de seus atletas e garantiu que sua prioridade é garantir uma "viagem segura à China devido à complexidade da pandemia de Covid-19". Um porta-voz da embaixada chinesa na Austrália disse que os atletas do país seriam bem-vindos aos Jogos e desejou um "excelente desempenho".


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