Bandeirinha Fernanda Colombo lamenta machismo no futebol

Bandeirinha Fernanda Colombo lamenta machismo no futebol

Assistente foi expulsa da Federação Catarinense e agora vai trabalhar em Pernambuco

Lancepress

Árbitra assistente volta a trabalhar e se queixa da discriminação sofrida pelas mulheres

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Rotulada como “bandeirinha musa”, Fernanda Colombo sofreu com a exposição em 2014. Expulsa da Federação Catarinense de Futebol (FCF) por “falta de profissionalismo”, a árbitra assistente se afastou da família (residente em Criciúma) e agora vive seus primeiros meses como integrante da Federação Pernambucana (FPF). A catarinense de 23 anos desabafou sobre as críticas que andou recebendo.”Maior incômodo é de não ter o reconhecimento do trabalho. Isso incomoda qualquer profissional em qualquer área. Mas aconteceu”, lamentou a bandeirinha.

O acontecimento a que Fernanda se referiu foi a expulsão do quadro de arbitragem da FCF. A medida veio junto com ofensas do presidente da entidade, Delfim Peixoto.” O fato de ser mulher chama mais atenção. Os erros ganham proporção maior. O futebol é ainda um esporte muito masculino. O futebol feminino não tem muito espaço ainda”, disse Fernanda, após sete meses de um fatídico episódio.

Ao citar a diferença de proporção dos erros entre árbitros homens e mulheres, ela lembrou os comentários do cartola Alexandre Mattos. Em maio do último ano, o então diretor de futebol do Cruzeiro afirmou que “estão tentando promovê-la porque ela é bonitinha”. A declaração foi dada após supostos equívocos cometidos pela bandeirinha em um clássico mineiro entre Atlético-MG e Cruzeiro.”Vai demorar um pouco, mas as mulheres estão, ainda que aos poucos, dominando vários âmbitos do futebol. Torcendo, jogando, trabalhando no jornalismo. A mulher vem se inserindo e, a longo prazo, isso vai se modificar”, projetou. Em dois meses na FPF, Fernanda trabalhou em quatro jogos do Campeonato Pernambucano.

As ofensas

"Estão tentando promover ela porque ela é bonitinha e não é por ai. Ela tem que ser boa de serviço, profissional e competente. O erro dela foi muito, muito, muito anormal, coisa de quem está começando uma carreira. Se é bonitinha, que vá posar para a Playboy, não trabalhar com futebol", diretor de futebol do Cruzeiro, Alexandre Mattos.

"Ela queria ser vedete, queria ser modelo. Eu disse, então, que ela não trabalhava mais aqui. Falei para procurar outra federação. Na minha não ficaria. Quero moças, sim, mas tem que ser profissional. Começou a querer aparecer em tudo que é revista. Mostrar a coxa, mostrar a bunda. Não é assim que funciona por aqui", presidente da FCF, Delfim Peixoto. 

Como recebeu as críticas de Delfim Peixoto, seu ‘ex-patrão’?
– Isso para mim é passado, estou focada no futuro, gastando as energias no trabalho e não no que falam de mim.

Está gostando das primeiras semanas em Pernambuco?
– Fui muito bem acolhida, tanto pelo pessoal da federação, quanto pela cidade. Está sendo uma experiência positiva. O pessoal aqui é receptivo. Estou bem feliz por essa mudança. Já fui reconhecida, o pessoal comenta nas ruas. Tem o assédio da mídia.

Já se adaptou à nova vida?
– Mudar de casa já muda a rotina, né? Mudar de federação muda as pessoas, muda a forma de trabalho. Estou gostando da maneira como as coisas são conduzidas aqui em Pernambuco.

Você foi apresentada pela Federação Pernambucana em novembro. O que fez desde então?
– Meus compromissos nesses meses foram mais relacionados à preparação para o Campeonato Pernambucano. A preparação foi bem intensa. Focamos em aspectos psicológicos e físicos.



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