Blatter diz que sabia de escândalo envolvendo Teixeira e Havelange
Documentos apontam que presidente da Fifa defendeu na corte os brasileiros
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"Sabendo do que?", questionou ao ser indagado se ele sabia do verdadeiro esquema de corrupção na entidade. Nos documentos, a corte apenas fala de um indivíduo marcado como P1. Mas diante da pressão, Blatter decidiu reconhecer que a referência no documento é sobre ele mesmo. "Sim, sou eu".
Segundo ele, a decisão de manter seu nome de forma anônima no documento não foi dele, mas da própria corte, que decidiu que pessoas que não estava sendo acusadas teriam sua privacidade protegida. Blatter defende a ideia de que todo o documento fosse publicado, sem tarjas ou letras substituindo nomes, como no caso da empresas ligadas a Teixeira ou os nomes das redes de TV que deram dinheiro aos cartolas, inclusive no Brasil.
Blatter não falou com a imprensa e apenas respondeu perguntas feitas por sua própria assessoria de imprensa, em uma mensagem controlada. "O senhor supostamente sabia (do pagamento de propinas)", questionou o site da Fifa. "Saber o que? Que comissão eram pagas? Naquela época, tais pagamentos podiam ser deduzidos até mesmo de impostos como gastos de negócios", disse. "Hoje, seriam punidas pelas lei. Não se pode julgar o passado com base nos padrões de hoje", indicou. "Caso contrário, acabaria como justiça moral. Eu não poderia saber de uma ofensa que na época não era ofensa", se defendeu.
Blatter dá todos os sinais de que não vai reabrir o passado. Segundo ele, a comissão de ética da Fifa apenas irá garantir que o mesmo não se repita a partir de agora. Sobre o futuro de Havelange como presidente de honra da entidade, o dirigente insiste que ele não tem poderes para decidir o que acontecerá com o brasileiro e que apenas o Congresso da Fifa pode tomar uma decisão, em 2013. "O Congresso nomeou como presidente honorário. Só o Congresso pode decidir o seu futuro", disse.