Bolt considera que repetir façanha no RJ em 2016 é "uma missão difícil"

Usain Bolt admitiu nesta sexta-feira que voltar a repetir suas medalhas de ouro nos Jogos do Rio-2016 pode ser uma missão difícil, levando em consideração o fato de que seus jovens rivais chegam com muita força em busca de recordes. Bolt tornou-se uma lenda um pouco maior, se é possível, ao revalidar na noite dessa quinta-feira o título olímpico dos 200 metros em Londres, depois de também ter defendido com sucesso a coroa dos 100 metros, há uma semana.

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Com seus quatro ouros, o atleta jamaicano superou o astro americano do atletismo Carl Lewis, que ganhou três medalhas de ouro e uma prata nas provas de velocidade nos Jogos de 1984 e 1988. No entanto, Bolt acredita que repetir sua façanha em quatro anos no Rio-2016 pode ser complicado. "Acredito que quando estiver perto dos 30 anos pensarei em me aposentar. Ainda não estou pronto para deixar. Gosto deste esporte, alcancei todos os meus êxitos com este esporte. Todos os meus fãs são graças a este esporte", disse.

"O atletismo é muito duro. Yohan Blake já está correndo em 19.4, então nos próximos quatro anos estará progredindo. Acredito que quero me aposentar antes que comece a correr muito rápido", falou. Blake, já considerado o sucessor de Bolt como o homem mais rápido do mundo, levou a prata nos 200 metros atrás de Bolt, que completou a prova em 19.32 segundos, com o jamaicano Warren Weir na terceira posição.

"Acredito que vai ser uma missão muito difícil", disse Bolt a respeito de voltar a correr no Rio-2016, antes de assegurar que "estes dois caras têm 22 anos e quando eu tiver 30, eles terão 26". "Acredito que já passou o meu momento. Na vida pode acontecer tudo, mas acredito que seria um objetivo difícil de alcançar", disse.

Mas embora para muitos ele vença suas corridas com aparente facilidade, o atleta adverte que seus quatro ouros são obra de um grande planejamento e treinamento. "Quando se tem durante anos como meta se tornar uma lenda, não se pode explicar realmente o que significa. Não se dá conta até que sinta e pense nisso", afirmou.

"Estas são as coisas que te fazem chorar. Sei que quando me sentar e pensar em tudo o que aconteceu nesta temporada, será algo muito emotivo", acrescentou. "Estive dizendo isto nos últimos três anos, que quero ser uma lenda, e já o fiz. Agora quero me sentar e relaxar e ver que é o que vou fazer", disse.

Bolt disse que seu companheiro de treinos, Blake, contribuiu em grande parte para sua atuação na capital britânica, onde sua simples presença levantava os 80 mil espectadores do estádio olímpico. "Há dois anos, disse a ele 'você chega em um momento ruim. Você corre rápido, mas os próximos dois anos são meus'", relatou. "Mas continua me pressionando. É o que preciso", disse Bolt ao seu compatriota.

"Após minhas derrotas nas provas pre-olímpicas da Jamaica, muitos duvidaram. É bom ter vindo aqui e demonstrar que sou o melhor", explicou o campeão jamaicano. Bolt decidiu adiar qualquer tipo de celebração até a prova de revezamentos 4x100 metros, cujas semifinais são disputadas nesta sexta-feira e a final no sábado. "Tudo o que tenho que fazer agora é ir para casa e descansar. Tenho os 4x100 metros no sábado, e depois vou festejar", contou.