Brasil erra pouco, vence Sérvia e avança à final do Grand Prix

Brasil erra pouco, vence Sérvia e avança à final do Grand Prix

Comandado por Tandara, time bateu seleção europeia por 3 sets a 1

Eric Raupp / Especial

Seleção cometeu apenas 12 erros na partida

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Após sofrer para avançar à semifinal do Grand Prix e ser alvo de críticas nas redes sociais, a seleção feminina de vôlei recompensou os espectadores que acordaram nesta madrugada para assistir à partida contra a Sérvia. Em um duelo particular de opostas, nem mesmo os 32 pontos de Tijana Boskovic foram suficientes para impedir uma vitória brasileira: embalado pelos 24 tentos de Tandara, o Brasil bateu o time europeu de virada, por 3 sets a 1, com parcias de 20x25, 25x23, 25x14 e 25x23. A Itália venceu a China por 3 sets a 1 será a adversária na decisão, neste domingo, às 9h (horário de Brasília). 

Nas fases de grupos, os times já haviam se enfrentado duas vezes, com uma vitória por 3 sets a 0 para cada lado. No jogo deste sábado, o baixo número de erros das jogadoras verde-amarelas foi determinante para derrotar a equipe de Zoran Terzic, que se classificara para a etapa final na China em primeiro lugar. Com muita aplicação tática, as comandadas de Zé Roberto Guimarães erraram apenas 12 vezes, enquanto as adversárias entregaram 26 pontos às brasileiras. Em meio à festa pela vitória, o Brasil aguarda agora o confronto entre as donas da casa e a Itália, que definirá seu adversário na final de domingo.

O jogo

Na teoria, o favoritismo era todo da Sérvia, que levou força máxima para a fase final. Na prática, “o jogo é jogado”. As duas equipes entraram em quadra mostrando o porquê de estarem na semifinal. O Brasil começou a partida com Roberta, Tandara, Natália, Rosamaria, Carol, Bia e a líbero Suelen e conseguiu manter um bom volume até a metade da parcial, quando Boskovic desequilibrou a partida. A jovem estrela de 20 anos, poupada durante as etapas anteriores do Grand Prix, fez quatro pontos em sequência e de uma vantagem de 17 a 13 para seu sexteto.

O Brasil ensaiou uma reação pelas mãos da capitã Natália e com uma série de defesas, mas o que sobrou de poderio no setor defensivo, faltou no ofensivo. O time teve dificuldades para pontuar no contra-ataque devido ao alto bloqueio das oponentes e deixou a desejar nesse fundamento. Assim, as brasileiras viram uma Boskovic inspirada jogar com muita facilidade e marcar 14 pontos somente no primeiro set. Foi numa de meio de Rasic que o time de Terzic venceu a parcial por 25 a 20.

O segundo set começou igualmente equilibrado, com o Brasil voltando para o jogo com Adenízia no lugar de Carol. A mudança sortiu efeito quase imediato: a central brasileira organizou a rede, aumentando a eficiência do bloqueio e colocando pressão no lado adversário, que já não passava com tanta facilidade. Vendo a equipe muito atrás, Terzic chamou o tempo. A parada não diminuiu o ritmo da seleção, que, com um bloqueio sobre Boskovic, foi a 13 a 10. Guiada por uma Tandara inspirada e sempre potente, a seleção nacional conseguiu chegar à segunda parada técnica obrigatória vencendo por 16 a 14.

Com o jogo mais nervoso e disputado, a arbitragem mostrou-se bastante confusa, voltando três pontos e usando o recurso do desafio por conta própria. Se Rosamaria não estava nos seus melhores dias, Zé Roberto sabiamente substitui sua ponteira por Drussyla, que entrou dando mais volume na defesa. Ao lado da líbero Suelen, como se diz no jargão do esporte, elas “varreram a quadra”. Impacientes, as sérvias começaram a errar mais, e o Brasil fez 24 a 20. Boskovic bem que tentou um pequeno milagre no saque viagem, mas não funcionou: Drussyla fechou a parcial em 25 a 23.

Após as mudanças bem sucedidas no set anterior, o Brasil retornou para quadra no mesmo ritmo, impondo seu jogo e explorando a principal fraqueza do time adversário: o passe. Forçando o saque flutuante, a equipe abriu 10 a 7, diferença obtida justamente com três aces. Com a inteligente aplicação tática e a defesa tocando em quase todas, a levantadora Roberta começou a usar mais as centrais. A equipe verde-amarelo abriu 16 a 11 com um ataque de Adenízia, um bloqueio de Bia em Boskovic e uma pingada de Tandara.

A forte pressão do Brasil desestruturou completamente a Sérvia, que mudou sua levantadora e uma de suas centrais em vão. Jogando visivelmente mais solto e com muita, o sexteto nacional deu uma aula de vôlei, executando com maestria todos os fundamentos. Pressionadas, as oponentes começaram a errar e, num saque de Stevanovic no meio da rede, o Brasil venceu a parcial por 25 a 14.

Precisando ganhar o quarto set para tentar a sorte no tie-break, a Sérvia voltou para quadra com três mudanças em relação ao time que começo a partida. Milenkovic, uma das novidades, recebeu como cartão de visitas um lindo bloqueio de Adenízia logo no segundo ponto. Mais vibrantes, as europeias retornaram também mais atentas e com um novo estilo de jogo: a levantadora Antonijevic mostrou mais ousadia a passou a acionar mais suas centrais. Entretanto, a referência continuava a ser Boskovic, mesmo pressionado. Num erro de ataque do fundo, a canhota deu uma vantagem de 10 a 9 para as comandadas de Zé Roberto.

Pelo lado brasileiro, a oposta também era a bola de segurança, mas dividia muito mais a responsabilidade com suas companheiras. Drussyla concentrada no saque desmontava a linha de passe europeia, que via os sonhos de chegar à final e conquistar seu primeiro título do Grand Prix cada vez mais distantes. Foi num momento de desconcentração do Brasil que as sérvias encostaram no marcador. Na sequência, a camisa 16 do time verde-amarelo provou do seu próprio veneno; com o placar marcando 20 a 20, ela errou duas recepções, dando uma bola de xeque e um ponto de graça.

Os últimos minutos de partida foram dignos de uma semifinal, com muita emoção e reviravoltas. Após a Sérvia abrir vantagem de 22 a 20, o Brasil virou o marcador para 23 a 22, com ataques de Tandara, Drussyla e um ace de Monique, que entrou especificamente para sacar. Pelo meio, numa largadinha, Rasic igualou tudo novamente. Após um rali, Tandara explorou o bloqueio e deu para a seleção match-point. As adversárias reclamaram muito, dizendo que a bola havia passado limpa, sem tocar em ninguém. Sem a possibilidade de pedir a checagem por vídeo, porque já tinham perdido dois desafios na parcial, elas viram a arbitragem confirmar o ponto para a equipe verde-amarelo. A bola derradeira custou a cair e sintetizou boa parte da partida: o longo rali com várias defesas espetaculares acabou com um bloqueio em Boskovic.

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