Argentina vence a França nos pênaltis, consagra Messi e se sagra tricampeã da Copa

Argentina vence a França nos pênaltis, consagra Messi e se sagra tricampeã da Copa

Seleções empataram em 3 a 3 na prorrogação, mas o time sul-americano foi superior nas cobranças ao fazer 4 a 2

Felipe Uhr

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Se faltava algo no currículo de Lionel Messi, agora não falta mais. Foi no sofrimento, nos pênaltis, com o mais dramático dos tangos. Depois de fazer um primeiro tempo de luxo e abrir 2 a 0, a Argentina deixou a França crescer e tomou o empate nos dez minutos finais da segunda etapa. Na prorrogação, Messi fez o terceiro dos hermanos, mas Mbappé igualou em 3 a 3.

Nas cobranças, a seleção sul-americana foi superior ao fazer 4 a 2 e conquistou o tricampeonato da Copa do Mundo neste domingo, no estádio Lusail. O pênalti que decretou o título da Argentina foi batido por Montiel, que deslocou o goleiro Lloris e saiu para a comemoração encerrando um jejum de 36 anos

Argentina começa avassaladora com brilho de Messi e Di Maria 

Foi um primeiro tempo avassalador. Com mais posse de bola a Argentina não deu chances para a França nos 45 minutos iniciais. Com Messi como maestro, o time albiceleste foi em busca do gol desde o início. Pela esquerda de ataque, com Di María, os argentinos tentavam imprimir o maior ritmo de ataque e foi por ali que as coisas começaram a acontecer. Eram decorridos 23 minutos quando o camisa 7 invadiu a área, após fintar o ponteiro Dembélé que em seguida o derrubou. O árbitro Szymon Marciniak não teve dúvidas e assinalou a penalidade. Messi com categoria deslocou o goleiro Lloris e abriu o placar: 1 a 0. 

Quem achava que a abertura de placar iria mexer com os ânimos franceses se enganou. A Argentina continuou procurando mais o gol. A França tentava alguma reação, mas sem sucesso. Foi em uma dessas tentativas que veio o segundo gol argentino. Em um contra-ataque, a bola ficou para Messi, que fez um lançamento magistral e achou Macallister. Este tocou para Di María livre deslocar o goleiro e ampliar o placar aos 36 minutos do primeiro tempo. 

Foto: Adrian Dennis / AFP / CP 

O segundo gol argentino fez o técnico da França, Didier Deschamps, mexer no ataque ainda na primeira etapa.  Saíram Giroud e Dembélé para a entrada de Thuram e Kolo Muani. Os efeitos não seriam imediatos e o jogo foi para o intervalo com vantagem toda dos hermanos. 

Mbappé acorda e coloca a França na decisão 

O segundo tempo veio e para a França só interessava o empate. A Argentina amarrava o jogo com tudo que podia, com cada atleta valorizando faltas e disputando a bola como se a vida dependesse daquilo. Apática, a equipe de Deschamps não esboçava reação, tanto que só conseguiu finalizar pela primeira vez no jogo somente aos 23 minutos da etapa complementar. 

Aos 25, na sua segunda tentativa, a França chegou forte com o Mbappé, que chutou por cima. Parecia um princípio de reação, que só veio com saída de um dos protagonistas do primeiro tempo. Di Maria, cansado, deu lugar a Acuña. A troca denunciava uma nova postura do time sul-americano, que pagaria caro nos minutos seguintes. 

Aos poucos, a França saiu das cordas e começou a trocar golpes com a Argentina, que agora só tinha Messi e Álvarez no comando de ataque. O jogo ultrapassou a barreira dos 30 minutos e parecia estar definido, mas os deuses do futebol trataram de mexer com o corações dos argentinos, até então tranquilos no estádio Lusail. 

Aos 34 minutos, em uma jogada de infiltração, Kolo Muani foi derrubado dentro da área. Mbappé, até então sumido na partida, foi para a cobrança e descontou para os franceses. 

Foto: Odd Andersen / AFP / CP 

O gol fez a partida pegar fogo e deu fôlego para a França, que passou a pressionar e fazer tabelamentos que antes não fazia. Em um deles, aos 39 minutos, a bola sobrou para Mbappé. Já dentro da área, deslocado na esquerda, ele emendou um sem pulo que venceu Martínez e decretou o 2 a 2. 

Com a vantagem pulverizada, a Argentina parecia uma presa fácil ao domínio francês e foi ainda mais pressionada nos minutos finais do tempo normal. 

No entanto, num último esforço, o time portenho quase arrancou o terceiro gol no lance final da partida. Messi encontrou espaço e de fora da área mandou um chute fortíssimo. Lloris voou para espalmar a bola e fazer uma linda defesa para manter a França viva na decisão. 

Emoção até o final

Quem imaginou que não haveria mais emoção na prorrogação se equivocou. Em um movimento anímico surpreendente, a Argentina melhorou apesar dos dois gols sofridos e reequilibrou as ações no confronto. O entusiasmo da França perdeu efeito e o primeiro tempo terminou com muita tensão, mas sem gols. 

Na etapa complementar da prorrogação, a adrenalina voltou a subir. Logo aos três minutos, em uma jogada rápida, Enzo Fernandez tocou para Lautáro Martínez finalizar. Lloris espalmou e no rebote Lionel Messi chutou. Kounde ainda tentou salvar, mas a bola ultrapassou a linha do gol: 3 a 2.  

Foto: Jewel Samad / AFP / CP 

Seria o final perfeito e a consagração. Seria. Sete minutos depois, Mbappé, insistente, deu um jeito de aparecer novamente no jogo. Após um escanteio, o camisa 10 francês arriscou de fora da área e Montiel apareceu para bloquear o lance, só que o fez com o braço. A arbitragem assinalou penalidade. Na cobrança, o artilheiro da França venceu mais uma vez Martínez e recolocou os Les Bleus no jogo: 3 a 3. 

 

Foto: Paul Ellis / AFP / CP 

A essa altura já não havia mais como arriscar qualquer previsão. As emoções, porém, seguiam fortes. A última delas quase tirou a Argentina da disputa das penalidades. No derradeiro lance da prorrogação, Kolo Muani foi lançado na meia direita e apareceu livre para marcar. Ele ficou frente a frente com Emiliano Martínez, que abriu o compasso e fez uma grande defesa, salvando a pátria argentina do pior. Tudo então se resumiu a uma tensa cobrança de pênaltis. 

A estrela de Dibu Martínez 

Nas cobranças de penalidades máximas, mais uma vez brilhou a estrela de Dibu Martínez. No entanto, antes de ele entrar em cena, os craques Messi e Mbappé anotaram as suas cobranças, deixando a decisão empatada em 1 a 1. 

A partir daí, Martínez fez a sua parte. Se contra a Holanda ele havia pego duas cobranças, desta vez ele bloqueou o chute de Coman e ajudou a deixar a Argentina com chance de abrir vantagem. Dybala executou a sua cobrança com confiança e colocou os hermanos na frente. 

Foto: Jewel Samad / AFP / CP 

A França teve mais uma chance, mas Tchouaméni mandou a bola para fora e só aumentou o desespero dos franceses no Lusail. 

Do lado argentino, Paredes ampliou para 3 a 1. Na quarta cobrança, Kolo Muani descontou para 3 a 2. Coube então a Montiel, que fora vilão ainda na prorrogação, se transformar em um herói. Ele cobrou bem a penalidade, fez 4 a 2 e consagrou a Argentina como tricampeã do mundo. 

Copa do Mundo 2022 - Final 

Argentina 3 (4)
Emiliano Martínez; Molina (Montiel), Romero, Otamendi e Tagliafico (Dybala); Enzo Fernández, De Paul (Paredes) e Mac Allister (Pezzella); Di María (Acuña), Messi e Julián Álvarez (Lautaro Martinez). Técnico: Lionel Scaloni.

França 3 (2)
Lloris, Koundé (Disasi), Varane, Upamecano e Theo Hernandez (Camavinga); Tchouaméni, Rabiot (Fofana) e Griezmann (Coman); Dembélé (Muani), Mbappé e Giroud (Thuram). Técnico: Didier Deschamps.

Gols: Messi, aos 23, 1ºT, e aos 3/2ºT (P); Di María, aos 36, 2ºT; Mbappé, aos 35/2ºT, aos 39/2ºT, e aos 15/2ºT (P)

Arbitragem: Szymon Marciniak, auxiliado por Pawel Sokolnicki e Tomasz Listkiewicz (POL). 
VAR: Tomasz Kwiatkowski (POL)
Data e hora: 18 de dezembro, domingo, às 12h. 
Local: Estádio Lusail. 


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