Assembleia Legislativa debate álcool nos estádios

Assembleia Legislativa debate álcool nos estádios

Fifa quer liberação da comercialização de bebidas em jogos da Copa

Marcos Koboldt / Correio do Povo

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A questão da venda de bebidas alcoólicas nos estádios de futebol durante os jogos da Copa do Mundo de 2014 foi tema de audiência pública realizada nesta quarta-feira na Assembleia Legislativa. A Fifa pressiona pela liberação da comercialização de bebidas, atualmente proibida nos estádios brasileiros. O Congresso Nacional deve aprovar a Lei Geral da Copa, que permite a venda de álcool em dias de jogos apenas nos estádios do Mundial.

O presidente da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da AL, Miki Breier (PSB), destacou que o parlamento gaúcho vai tentar até a última instância garantir que a legislação estadual, que proíbe a venda de bebidas nos campos de futebol, seja cumprida. “Vamos levar o tema à presidência da Casa e resistir até quando for possível.

Uma lei estadual não pode ser simplesmente atropelada por uma lei geral”, declarou o parlamentar.
Segundo ele, é preciso romper com a lógica de que no Brasil tudo se dá um jeito para adequação de interesses, o famoso “jeitinho brasileiro”. “Por isso vamos lutar”, acrescentou Breier.

A presidente da Fundação Thiago de Moraes Gonzaga, Diza Gonzaga, lamentou a possibilidade da abertura de precedente. “Entidades da segurança pública e da saúde respaldam a decisão de proibir o álcool dentro dos estádios. Estatísticas mostram que a violência caiu aproximadamente 70% depois da implantação desta lei”, afirmou Diza.

Ela disse ter dúvidas de que depois da Copa a venda de bebidas será interrompida nos estádios. “Estamos lutando há anos para mudar a cultura do álcool e direção e podemos rapidamente ter um retrocesso. Vamos fazer uma mobilização nas redes sociais com o objetivo de manter o álcool longe dos campos de futebol”, frisou.

O presidente da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas (Abead), psiquiatra Carlos Salgado, reforçou o posicionamento contrário à possibilidade. Lembrou que a sociedade brasileira lutou durante anos para institucionalizar essa regra e, após um longo período de conscientização e adaptação, os frequentadores dos estádios entenderam que é uma medida benéfica. “Ao abrir essa exceção, vamos retroceder décadas. Além disso, vamos abrir um precedente para que a CBF e outras federações nacionais exijam o livre comércio em jogos da sua competência”, advertiu.

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