Raio-X: Croácia tem fim de ciclo na Copa, mas rival do Brasil vem com experiência de vice-campeã

Depois de passar por cima da Coreia do Sul nas oitavas, o Brasil terá um adversário nas quartas de final que certamente não estranha as fases agudas da Copa do Mundo. Atual vice-campeã, a Croácia ainda não teve uma atuação brilhante no Catar, mas promete enroscar o jogo com a Seleção Brasileira na sexta-feira, às 12h.

As apostas serão em saídas rápidas e no seu forte sistema defensivo. Um dos menos vazados ao lado da Canarinho. Confiando na experiência, o mais "velho" entre os elencos - comandado pelo perigoso Luka Modric - quer provar que o Mundial de 2018 não foi um fato isolado. Confira nosso raio-X: 

Formação tática

A Croácia aposta em um 4-3-3 clássico, mas que varia e dá liberdade aos homens das pontas do tripé do meio de campo - Kovacic e Modric - para circular pelo setor em busca de espaços. Brozovic atua centralizado e distribui as jogadas. Foi assim nos quatro compromissos até aqui. Modric ainda não deu assistências, mas é quem mais recupera bolas. No setor defensivo, os rivais encurtam as linhas para fechar espaços e evitar ceder brechas aos lançamentos longos. 

Nas pontas, o perigo estará em Ivan Perisic. Foi dele o gol que garantiu as penalidades contra o Japão nas quartas de final. Um dos melhores jogadores da Copa de 2018, o croata cai pela esquerda do campo ofensivo, mas tem boa estatura e aparece na área com frequência.  

Modric é o motor, mas adaptação coletiva é a ameaça

Eleito melhor do mundo em 2018, justamente pela performance no Mundial da Rússia, Modric segue sendo o principal jogador da Croácia. Pela experiência e pela maneira como faz a bola andar com agilidade. O motor do time. 

Entretanto, a principal causa de dor de cabeça de Tite deve estar na variação ofensiva do trio: Perisic, Kramaric e Livaja - ou Petkovic. Eles circulam com liberdade e buscam confundir as defesas nesta movimentação. 

Outro ponto de atenção é a experiência dos jogadores. Ao contrário do time sul-coreano, que sentiu a decisão, os croatas contam com oito atletas que estiveram em 2018 e foram derrotados somente na final. Livakovic (goleiro); Vida e Lovren (defensores); Kovacic, Modric e Brozovic (meias); Perisic e Kramaric (atacantes). São atletas acostumados a deixarem gigantes pelo caminho. Em 2018, Argentina, Inglaterra e Rússia foram vítimas. 

Técnico  

Aos 56 anos, Zlatko Dalic é treinador da Croácia desde 2017. Ou seja, esteve na frente do time vice-campeão do mundo. Seu esquema favorito é o utilizado: 4-3-3. Cinco anos no comando, Dalic tem amplo conhecimento dos atletas e sabe extrair o melhor de cada um. 

Na beira do gramado, adota o perfil discreto e não é um falastrão. Tirando o peso do confronto, tratou de passar todo o favoritismo ao Brasil: "Assustador. Melhor Seleção", definiu o passeio brasileiro na fase anterior. 

Retrospecto em Copas do Mundo

Desde que entrou para a Fifa e se separou da antiga Iugoslávia, a Croácia vem marcando presença nas Copas do Mundo num estilo 8 ou 80. Em sua estreia, a seleção croata ficou em terceiro lugar em 1998. Ano que o Brasil acabou vice-campeão para a França, que havia eliminado os croatas nas semis.

Nas outras edições, só não se classificou para a de 2010 e parou na fase de grupos em 2002, 2006 e 2014, quando enfrentou o Brasil na estreia. Quando avançou para a segunda fase, a Croácia foi até a final. Caso de 2018. Foram sete jogos, com 4 vitórias, dois empates e uma derrota.  

Histórico contra o Brasil

Brasil e Croácia se enfrentaram duas vezes em Copas do Mundo. Todas vencidas pela Canarinho. Em 2006, Kaká marcou o gol do 1 a 0. Em 2014, Neymar duas vezes e Oscar foram os responsaveis pelo 3 a 1. 

Um amistoso que chama atenção aconteceu em 2018. Antes de fazer a histórica campanha, a Croácia foi derrotada por 2 a 0 para o Brasil. Recuperado, Neymar soma três gols em dois jogos contra os rivais europeus.