Cruzeiro espera pela conclusão das obras de seu novo estádio

Cruzeiro espera pela conclusão das obras de seu novo estádio

Falta de recursos impede que infraestrutura seja concluída

Alfredo Possas

Arena do Cruzeiro ainda carece de recursos financeiros para ser concluída

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O novo estádio do Cruzeiro está quase pronto. Mas as obras na moderna miniarena multiuso, com capacidade para 16 mil torcedores, estão paradas. A construção que começou em 2011, na avenida Ary Rosa Santos, bairro Granja Esperança, em Cachoeirinha, tinha previsão para ser concluída a tempo de servir de subsede da Copa do Mundo de 2014 - seria um dos campos de treinamentos. Parou, no entanto, em 2015 por falta de recursos, confirma o vice-presidente Dirceu de Castro.

Quem chega ao local, longe do centro, no Distrito Industrial de Cachoeirinha, se depara com uma obra moderna e bem feita. As arquibancadas estão concluídas, assim como o pavilhão social e os muros externos. Mas ainda faltam as obras de infraestrutura, como de instalações hidráulicas e elétricas. “Mas tudo segue o padrão Fifa”, destaca Edmundo Tremea, diretor de Marketing e Finanças.

• Veja mais fotos sobre as obras da Arena Cruzeiro

De fato, a nova arena dispõe de 19 saídas e duas grandes áreas de escape, como recomenda a entidade máxima do futebol. Por outro lado, o gramado, geralmente uma das últimas etapas a serem concluídas, já está pronto na Arena do Cruzeiro. “Nosso elenco profissional já treina aqui, uma ou duas vezes por semana”, informa Tremea. Algumas equipes das categorias de base também já utilizam a nova casa do clube.

Como determina a Fifa, a nova arena do Cruzeiro terá dois vestiários iguais para os anfitriões e visitantes, área mista de acesso ao campo, mais alojamentos, auditórios para palestras e refeitórios.

De acordo com Tremea, as obras estão paradas por falta de aporte financeiro. “Nosso orçamento está todo destinado para o futebol profissional.” Já o vice de futebol, Dirceu de Castro, garante que assim que o Gauchão terminar, o clube vai se voltar todo para concluir a obra: “Esperamos que em um ano, ou no máximo um ano e meio, possamos concluí-la”.

Os dois dirigentes estimam que, com mais R$ 3 milhões, a nova arena já estaria pronta para receber jogos, mas para a conclusão total ainda seriam necessários R$ 5 milhões. “Até agora, já foram gastos mais de R$ 12 milhões e está tudo pago, não há nenhuma dívida”, orgulha-se Tremea.

A metade desse valor foi oriunda da venda da área do antigo estádio Estrelão, na avenida Protásio Alves. O dirigente acrescenta que o Cruzeiro procura parcerias com construtoras e empresas de eventos para concluir a obra.

Como será uma arena multiuso, em uma área com bastante espaço e fácil acesso à Freeway, ERS-118 e ao aeroporto Salgado Filho, o clube pretende utilizar o local para diversos eventos. Para tanto, o planejamento prevê que serão disponibilizadas lojas sob a arquibancada sul, situada na avenida Ary Rosa Santos.

Outra opção para o clube antecipar receitas seria as vendas dos 11 lotes localizados ao lado da arquibancada leste. “Mas estamos dependendo de fechar parcerias. Só que o atual momento econômico do país se reflete”, lamenta Tremea. Ele acrescenta que quase foi fechada uma parceria com uma empresa norte-americana, mas ela desistiu justamente pela recessão que vive o Brasil: “Vamos torcer para que nossa economia reaqueça para que possamos concluir a Arena”.

Esperança é de ter mais associados

Fundado em 14 de julho de 1913, o Cruzeiro é considerado um dos clubes mais simpáticos da Capital gaúcha. Ao longo de seus quase 104 anos de existência, já trocou de estádio quatro vezes. O primeiro foi o Parque das Laranjeiras, no Partenon, de 1914 a 1920; depois, o Caminho do Meio, de 1920 a 1938. Em 1941, o clube inaugurou o estádio da Montanha, no bairro Medianeira, considerado na época como um dos mais completos e modernos do país. Esse estádio sediou os jogos do Cruzeiro até 1970.

Depois, em 1977 foi inaugurado o Estrelão, na avenida Protásio Alves, zona leste de Porto Alegre. Em 2010, a área foi vendida por R$ 7,5 milhões para uma construtora mineira, mas o clube continuou usando o Estrelão até 16 de dezembro de 2012. Com a verba da venda do estádio, o clube quitou algumas dívidas e comprou uma área em Cachoeirinha por cerca de R$ 6 milhões. Posteriormente, essa área foi trocada em uma permuta com a prefeitura.

Com a falta de recursos, as obras de finalização e acabamento estão paradas. “Nossa renda líquida não é suficiente, nem mesmo com o incremento dos patrocinadores”, lamenta o diretor de Finanças e Marketing, Edmundo Tremea. “Tudo que arrecadamos, por enquanto, é destinado ao futebol, pois nosso objetivo é nos mantermos na primeira divisão do Campeonato Gaúcho”.

Somente com a folha salarial o custo é de R$ 211 mil. O quadro social também pouco rende, pois é inferior a mil sócios. “Esperávamos que, vindo para Cachoeirinha, pudéssemos aumentar nosso número de associados, mas isso não ocorreu porque ainda não estamos jogando aqui”, explica.

O dirigente acredita que depois de a arena estar concluída, o número de associados deva crescer consideravelmente. Por enquanto, a sede administrativa do Cruzeiro ainda é em Porto Alegre, na avenida Berlim. Dentro de campo, mesmo nunca jogando em casa, o Cruzeiro vai bem. Até o início da rodada deste final de semana, o time é o sexto colocado.

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