Delegação norte-coreana visita Seul pela 1ª vez em quatro anos para Jogos de Inverno
Delegação subiu em um trem com destino a Gangneung, um dos locais onde ocorrem as competições
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Escoltada por centenas de agentes da polícia sul-coreana, a delegação subiu em um trem com destino a Gangneung, no leste do país, um dos locais onde acontecem os Jogos Olímpicos (9-25 de fevereiro), perto de Pyeongchang. O grupo era comandado por Hyon Song-Wol, líder do Moranbong, uma banda pop integrada inteiramente por mulheres, muito popular na Coreia do Norte.
Hyon, que dizem ter sido namorada do líder norte-coreano, Kim Jong-un, usava um sobretudo preto e um cachecol quando embarcou no trem, sem se dirigir aos jornalistas presentes na estação. Trata-se da primeira visita ao Sul de responsáveis norte-coreanos desde que Moon Jae-in chegou à Presidência do país, em maio de 2017, defendendo uma retomada do diálogo com o Norte.
A visita é feita duas semanas depois que a Coreia do Norte aceitou participar dos Jogos Olímpicos de Inverno. Seul e os organizadores esperam fazer desse evento os "Jogos da paz" e que ele sirva para diminuir as tensões na península. Os últimos meses foram marcados por uma escalada decorrente dos disparos de mísseis e dos testes nucleares por parte de
Pyongyang.
Tecnicamente, os dois países continuam em guerra, pois o conflito de 1950-1953 terminou com um armistício, e não com um tratado de paz. Milhares de pessoas assinaram petições no site da Presidência, pedindo a Moon que descarte os planos.
Seu gabinete anunciou neste domingo estar ciente das críticas, mas defendeu a decisão, já que está dirigida a alcançar a paz e criar entusiasmo por um evento que, por enquanto, não conseguiu atrair muita atenção. "Há um ou dois meses, a península da Coreia enfrentava temores sem precedentes de que explodisse uma guerra depois dos testes nucleares e de mísseis do Norte", indicou seu gabinete, assinalando que muitas nações perguntaram se seria seguro enviar atletas.
"Mas a participação do Norte nos deu confiança de que poderíamos ao menos celebrar este evento em paz", acrescentou o comunicado, descrevendo os esforços para assegurar a participação do Norte como um "investimento em um futuro de paz".