Eleição do Clube dos Treze marca disputa entre Fábio Koff e Kléber Leite
Ex-dirigente gremista teria maioria das intenções de votos
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Vinte e três anos depois, o Brasileirão é visto por mais de 120 países e o valor anual de televisionamento é de cerca de R$ 600 milhões. Especula-se que o próximo acordo aproxime-se de R$ 1 bilhão, fora o lucro com o advento do pay-per-view. O dado é apenas um indicador do que está em jogo na eleição de hoje.
De um lado, Fábio Koff, do outro, Kléber Leite. Ambos disputam a presidência da entidade. No horizonte, o futuro do futebol brasileiro. "Quando assumi, a televisão pagava por um ano R$ 10 milhões aos clubes. Este contrato era negociado pela CBF e por sua agência de marketing, que recebia comissão pelo acordo", afirma Fábio Koff, desde 1996 no comando do C13.
Dono de uma empresa de marketing esportivo, Leite rebate:"Temos que ter outros mecanismos para não ficarmos arraigados a uma única fonte de receita. Os anunciantes estão sensíveis a investir no futebol", garante.
A partir das 14h de hoje, no escritório do C13, em São Paulo, os 20 clubes que compõem o grupo, por meio de voto aberto, além de apontarem a chapa vencedora, estarão medindo também a pressão feita por Ricardo Teixeira, cabo eleitoral da candidatura de Kléber Leite.
"CBF e Clube dos 13 são entidades antagônicas e distintas. Em dezembro passado, na calada da noite, a CBF retirou os direitos de negociação da Série B do Brasileiro da FBA. Os clubes não aceitam mais ser vassalos", diz Koff.
Desde que foi antecipada, a eleição fervilhou os bastidores. Botafogo e Goiás, temendo o rebaixamento, Coritiba, suplicando a redução da pena de interdição do estádio Couto Pereira, e São Paulo, sofrendo as críticas ao projeto do Morumbi para a Copa, são apenas alguns exemplos daqueles que foram alvo das investidas do manda-chuva dos que conduzem o futebol.
"O apoio de Teixeira significa muito. E estão falando justamente o contrário. A proposta dele é que os clubes participem mais na confecção, ingressos e até no calendário nacional", aponta Leite, referindo-se a probabilidade da CBF ceder ao C13 a administração do Campeonato Brasileiro. O assunto pega o opositor de surpresa.
"Defendo a criação da liga desde que assumi. E tenho encontrado exatamente na CBF, principal apoiadora do meu adversário, a maior resistência" reclama Koff. E depois da eleição? "Tenho convicção que os clubes sairão mais fortes", afirma Koff. "Meu primeiro ato, se eleito, será propor mudança no estatuto. Uma reeleição e o caminho de casa para o presidente", finaliza Kléber Leite.