Em 1998, Juventude empatou com o Inter no Beira-Rio e derrubou tabu histórico ao conquistar o Gauchão

Em busca do bicampeonato estadual, contra o Grêmio, neste sábado, o Juventude venceu o Gauchão uma única vez há 26 anos. Em 1998, o Papo quebrou com a hegemonia Gre-Nal, que durava 44 anos, e recolocou um time do interior no ponto mais alto do pódio após 59 anos. Vitaminado pela parceria com a Parmalat, o clube da Serra derrotou o Inter na grande final e conquistou o Campeonato Gaúcho de maneira invicta. Era o início de uma era vencedora do clube da Serra, que culminaria com o título da Copa do Brasil no ano seguinte.

Sob o comando de Lori Sandri, o Juventude disputou 12 jogos ao longo da companha, com sete vitórias e cinco empates. Assim como a dupla Gre-Nal, o time ingressou na segunda fase do Estadual, ficando na liderança do Grupo F, tendo como adversários o Brasil de Pelotas, São José e Brasil de Farroupilha. Nas quartas de final, eliminou o Glória e, na semifinal, despachou o Brasil de Pelotas, que havia deixado o Grêmio pelo caminho. Na final, o rival foi o Inter, que havia eliminado São Luiz e Veranópolis nas fases anteriores.

"Era um ambiente muito tranquilo. O Lori Sandri era um treinador de fala mansa. O Juventude estava no início do processo de se firmar no Brasil como uma equipe realmente de Série B, de Série A de brasileiro, com apoio da Parmalat. Tínhamos uma estrutura boa de atletas experientes, misturados com atletas da base", explicou Mabília, em contato com o Correio do Povo.

Matéria do CP na edição do dia seguinte destacava a façanha do Juventude | Foto: Reprodução

A decisão começou no Alfredo Jaconi, e o Papo venceu de virada por 3 a 1. Logo aos 4 minutos, Christian recebeu em velocidade e tocou na saída de Humberto para abrir o placar para o Inter: 1 a 0. Aos 17, em chute forte de fora da área, Flávio deixou tudo igual: 1 a 1. Na etapa final, aos 12, Flávio virou para os donos da casa, após ajeitada de Índio de cabeça: 2 a 1. Aos 22, Lauro aproveitou cruzamento da esquerda, dominou e fuzilou André: 3 a 1. O Juventude garantia a vantagem de jogar pelo empate, em Porto Alegre, para sagra-se campeão gaúcho pela primeira vez.

No Beira-Rio, uma semana depois, o Inter precisava vencer para provocar um terceiro jogo. A torcida colorada lotou o estádio, certa de uma vitória que o favoritismo indicava. Porém, o Juventude suportou a pressão, com grandes defesa de Humberto, e segurou o empate por 0 a 0 para conquistar o inédito título do Gauchão. Silêncio no Beira-Rio. Festa alviverde em Porto Alegre e em Caxias do Sul.

"A vitória no Jaconi, no primeiro jogo, por 3 a 1, que abriu uma vantagem boa, foi marcante. No Beira-Rio, o jogo foi meio que monótono, de muita marcação, de muito zelo defensivo por parte do Juventude. Estávamos jogando com o regulamento debaixo do braço. Foi um jogo bem seguro, com boas trocas, com poucos erros. Que era a caraterística do Juventude nessa época", analisou Mabília.

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Escalações do segundo jogo da final:

Inter: André; Denílson, Espínola, Régis e Lúcio; Ânderson, Odair (Claiton), Marcelo (Luiz Carlos) e Fernando Gaúcho (Fabiano); Christian e Paulo Diniz. Técnico: Celso Roth.
Juventude: Humberto; Borges Neto, Marcão, Índio e Capone; Édson, Flávio, Lauro (Jardel) e Sandro Fonseca; Rodrigo Gral (Mabília) e Sandro Sotilli. Técnico: Lori Sandri.