Ex-ginasta Laís Souza diz que vive em uma competição pela vida

Ex-ginasta Laís Souza diz que vive em uma competição pela vida

Atleta disse que está no meio de uma competição particular, para voltar a andar, depois do acidente

Lancepress

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Protagonista da maior operação do mundo para a recuperação de uma pessoa que perdeu os movimentos por acidente, a ex-ginasta Laís Souza disse nesta sexta-feira que está no meio de uma competição particular: a que fará ela voltar a andar. Ela sofreu um grave acidente nos Estados Unidos, no início do ano, quando treinava para representar o Brasil nos Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi, na Rússia.

“Vivo como se estivesse em uma competição para a minha vida. Cada tratamento é como se fosse um treinamento. Estou treinando para uma Olimpíada na qual há o apoio dos médicos e pesquisadores para que se encontre uma cura e eu possa, fazendo tudo certo, andar de novo. Mas ate lá, tenho uma caminhada longa e preciso de paciência para encarar essa situação grave e todos os tratamentos de cabeça erguida” disse Laís, que, desde fevereiro, faz o tratamento no Centro Médico Miami Project, referência no tratamento da paralisia e onde concedeu uma entrevista coletiva nesta sexta-feira para falar sobre a evolução do seu tratamento

Além de vários exames e testes, nos últimos quatro meses a ex-ginasta vem fazendo sessões com células-tronco. Uma por bimestre. A última ocorrerá no fim de setembro. “Trata-se de uma pesquisa nova. Com ela esperamos que ocorra uma evolução principalmente na sua sensibilidade. Hoje isso já está ocorrendo. Ela sente o dedo, um pouco da barriga. Mas temos de esperar o fim das sessões e as reações para ver até onde podemos evoluir”, afirmou o médico Antonio Marttos, que vem acompanhando Laís desde o início do tratamento.

Depois, passará para uma nova etapa, na qual realizará um tratamento que pegam células nervosas de outras partes do corpo para tentar induzir a regeneração de novas celulas. Laís disse que segue com o seu jeito otimista, mas que muitas vezes fica ansiosa e vive momentos de baixa autoestima “É uma coisa complicada. Tirar o cabelo do rosto, trocar de roupa, uma coceira. Preciso sempre de ajuda. Nessas horas dá uma angústia e eu choro. Choro muito, para aliviar. Logo em seguida eu penso na minha evolução, respiro por mim mesma, minha sensibilidade está melhorando. É um processo longo. Não vou estar bem sempre, apesar de ter o apoio de muita gente, da minha família, da minha mãe que é muito animada. Isso me ajudar a superar os obstáculos”, revelou.

Laís é a primeira pessoa no mundo a fazer este tratamento. Ela passou na frente até dos americanos. Pesou o fato de ela ser um caso especial para o Miami Preoject, que gasta R$ 70 milhões/ano em pesquisas: era jovem, forte, o tratamento iniciou logo após o acidente em Salt Lake City, o tipo de lesão que casava com as pesquisas. Assim, venceu a disputa com 70 pessoas.

“ Foi uma batalha, precisamos até de uma autorização da presidência dos Estados Unidos. São sete meses de um custo bem alto, que deveremos divulgar logo”, contou Marcus Vinícius Freire, diretor executivo de esportes do Comitê Olímpico do Brasil (COB), que desde o primeiro momento vem pagando as despesas de Laís e sua família em Miami (incluindo um apartamento em Brickell, bairro próximo ao Miami Project).

O Miami Project foi criado pelo ex-jogador da NFL Nick Buoniconti para financiar o tratamento de seu filho, Marc Buoniconti, que era uma atleta de futebol americano universitério e sofreu uma lesão que o deixou tetraplégico, em 1985. Marc hoje é o cabeça da Buoniconti Fund, que segue buscando recursos para as pesquisas. “Desde então a minha família vive para isto. Encontrar a cura”, disse Marc.

Hoje, Laís e Marc entrarão no Sun Life Stadium momentos antes do amistoso entre Brasil e Colômbia. Vão aproveitar para divulgar o projeto e pedir apoio financeiro dos presentes e daqueles que vão acompanhar pela televisão.

“Se querem ver a Lais, eu e muitos outros voltarem a andar, apoiem o Miami Project. Já fizemos o mundo ver a paralisia de uma forma diferente. Queremos descobrir a cura”, declarou Marc.

A entrevista também contou com a presença de Bart Green, médico responsável pelas pesquisas, e do piloto, Helio Castroneves, que é colaborador e empresta a sua imagem para arrecadação de fundos.

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