Fifa anuncia afastamento de Jérôme Valcke
Em nota oficial, entidade afirma que tomou conhecimento de uma série de denúncias
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Segundo reportagem do Estadão, Valcke fechou acordos para ficar com 50% do lucro da venda de ingressos da Copa do Mundo de 2014, realizada no Brasil. Com a comercialização das entradas, o ex-secretário-geral ainda tinha um ágio de 200% nos valores dos bilhetes e que envolveria cerca de 2 milhões de euros apenas para o dirigente.
O jornal paulista teve acesso as e-mails que comprovam o esquema. As acusações foram feitas por Benny Alon, que atua com a Fifa desde 1990. Sua empresa, a JB Marketing, ainda apontou o desaparecimento de 8,3 mil entradas.
O empresário revelou ainda que ficou sabendo através de Valcke que o Catar seria a sede da Copa do Mundo de 2022 oito meses antes do anúncio oficial, em abril, em cerimônia realizada dezembro de 2010. Alon esperava poder vender bilhetes até a competição, desde que ela fosse realizada nos Estados Unidos, o que não ocorreu.
O proprietário da JB Marketing ainda acusou Haruyuki Takahashi, da empresa ISE, de ter solicitado 2 milhões de euros para dar um presente ao presidente da Fifa, Joseph Blatter.
No momento em que estourou o mega-escândalo de corrupção da Fifa, em maio, Valcke chegou a ser acusado de transferir 10 milhões de euros em contas de Jack Warner, ex-presidente da Concacaf, como retribuição da África do Sul por ter sido escolhida para sediar a Copa do Mundo de 2010.
O francês negou as acusações, alegando que o dinheiro era destinado a programas de desenvolvimento do futebol no Caribe.
Em março de 2012, o dirigente protagonizou uma enorme polêmica no Brasil com a declaração polêmica do "chute no traseiro", que desencadeou várias reações políticas no país e levou o presidente da Fifa, Joseph Blatter a visitar a Dilma Rousseff em Brasília para colocar panos quentes.