Frankie Fredericks é acusado de corrupção passiva na escolha dos Jogos Rio-2016
Ex-velocista foi investigado por suposta compra de votos na atribuição dos Jogos Olímpicos
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Fredericks, ex-atleta da Namíbia e membro do Comitê Olímpico Internacional (COI), está na mira da justiça francesa por ter recebido um pagamento de 299.300 dólares da empresa do filho do ex-presidente da Federação Internacional de Atletismo (IAAF) no mesmo dia da escolha do Rio como sede dos Jogos de 2016.
O ex-velocista, campeão mundial dos 200 metros em 1993, compareceu nessa quinta-feira a uma audiência convocada pelo juiz Renaud Van Ruymbeke. A justiça francesa tem competências no caso pela possibilidade de lavagem do dinheiro em Paris. Fredericks, de 50 anos, justificou o pagamento alegando que foi feito "de acordo com um contrato, datado em 11 de março de 2007, pelos serviços prestados entre 2007 e 2011", e que essa retribuição "não tem nada a ver com os Jogos Olímpicos". Mas ele teve, no entanto, que renunciar à presidência da comissão de avaliação das Olimpíadas de 2024.
O namibiano era o encarregado da apuração dos votos para o COI na eleição da sede dos Jogos do Rio. O pagamento, em 2 de outubro de 2009 - o dia do anúncio da vitória do Rio de Janeiro como sede em uma reunião do COI em Copenhague - era procedente da empresa de Papa Massata Diack, filho do ex-presidente da Federação Internacional de Atletismo (IAAF) Lamine Diack (1999-2015). Além disso, três dias antes, a sociedade do empresário Arthur Soares, apelidado de "Rei Arthur" e vinculado ao ex-governador do Rio Sérgio Cabral, desviou 1,5 milhão de dólares para uma sociedade de Massata Diack.
Sérgio Cabral está preso atualmente, condenado a 14 anos de prisão em um escândalo de corrupção. Pouco depois de sua acusação formal, Fredericks deixou a presidência da comissão de avaliação dos Jogos Olímpicos de 2024. O ex-campeão do mundo anunciou que não participaria da designação da cidade anfitriã dos Jogos-2024.