120 anos do Grêmio: Relembre um jogo de cada década

Campeão do Mundo, da Libertadores, e do Brasil, o Grêmio completa nesta sexta-feira, 15 de setembro, 120 anos fazendo história no futebol. Uma gloriosa jornada ao lado de seus quase 10 milhões de torcedores. Com títulos, alegrias, derrotas e frustrações, o Tricolor escreveu capítulos marcantes e viu ídolos surgirem ao longo dos anos na Baixada, no Olímpico e na Arena. 

Juntos “para o que der e vier” e indo “até a pé”, Grêmio e torcida viveram as mais diversas emoções. Para relembrar as razões da grandeza do Imortal Tricolor, o Correio do Povo destaca um jogo para cada década desta história pintada em azul, preto e branco mais do que secular. 

1909 - Grêmio 10 x 0 Inter - 19 de julho

Uma das maiores rivalidades do Brasil, o Gre-Nal iniciou sua trajetória no dia 18 de julho de 1909, ano da fundação do Inter. O duelo começou a ser construído no dia 21 de junho, com negociações entre as diretorias para marcar o emblemático duelo. O clássico aconteceu no estádio da Baixada, primeira casa gremista na história, com 2 mil presentes. 

O futebol ainda dava seus primeiros passos no Brasil e não haviam redes nos gols. O Tricolor venceu por um retumbante 10 a 0 e consolidou até hoje o placar mais elástico da rivalidade Gre-Nal. Os gols foram marcados por Booth (5x), Julio Grunewald (4x) e Moreira. 

1911 - Grêmio 4 x 1 Nacional de Porto Alegre - 23 de julho

Fundado em 1903, o Grêmio conquistou o seu primeiro título oficial em 1911. Em disputa de turno único, contra Inter, Fussball, 7 de Setembro e SC Nacional de Porto Alegre, o Tricolor ficou na primeira colocação, com oito pontos, conquistando quatro vitórias em quatro jogos (cada resultado positivo valia dois pontos), e se consagrou campeão do Campeonato Citadino de Porto Alegre.

1921 - Grêmio 1 x 0 Uruguaiana - 21 de novembro

Dono de 42 taças do Campeonato Gaúcho, o Grêmio venceu seu primeiro título estadual em 1921. Após ingressar na disputa como campeão citadino, o Tricolor avançou para a fase final conquistando a taça da Região Metropolitana. 

Por fim, diante de Riograndense, Brasil de Pelotas e Uruguaiana, a equipe gremista levou a melhor para erguer o troféu. No duelo do título, uma vitória por 1 a 0 na Baixada contra o Uruguaiana e a volta olímpica. 

Foto: CP Memória

1935 – Grêmio 2 x 0 Inter - 22 de setembro

Lendário goleiro do Grêmio, Eurico Lara entrou em campo pela última vez em um Gre-Nal, válido pelo Campeonato Citadino, em 22 de setembro de 1935. Já doente de tuberculose e com ordem dos médicos para não mais atuar, Lara decidiu enfrentar o Inter e fez uma das melhores atuações com a camisa tricolor, que culminou na vitória por 2 a 0 e no título do torneio. O arqueiro jogou apenas o primeiro tempo. No intervalo, ele foi substituído e levado de ambulância para o Hospital Beneficência Portuguesa, onde morreria dois meses depois.  

1940 - Grêmio 2 x 1 Independiente - 30 de janeiro

A histórica rivalidade entre Brasil e Argentina começou para o Grêmio no dia 30 de janeiro de 1940. Em seu primeiro duelo contra um clube portenho, o Tricolor teve pela frente para um amistoso o Independiente, bicampeão nacional naquela altura. 

O centroavante gremista era Foguinho, Oswaldo Rolla, que mais tarde se tornaria treinador gremista com 383 jogos - terceiro principal comandante na história, atrás de Felipão e Renato. O Grêmio saiu perdendo na Baixada, mas buscou a virada com dois gols de Luiz Carvalho, histórico atacante tricolor. "Um dos feitos mais brilhantes da história do futebol gaúcho", assim definiram os jornais da época. 

1952 - Grêmio 5 x 3 Cachoeira - 24 de maio

O verso emblemático “até a pé nós iremos” foi inspirado em um jogo do Grêmio contra o Cachoeira, em Cachoeira do Sul, no dia 24 de maio de 1952. O compositor Lupicínio Rodrigues e toda a equipe tricolor, ao serem impedidos de chegar de ônibus, precisaram caminhar para chegar no campo. Até a pé eles foram e venceram o Cachoeira por 5 a 3.

Foto: CP Memória

1967- Brasil de Pelotas 1 x 1 Grêmio - 03 de dezembro

O primeiro heptacampeonato gaúcho foi conquistado pelo Grêmio no ano de 1968. Antes de chegar nesta marca, o Tricolor foi hexacampeão em 1967 com um velho conhecido: o lateral Everaldo, que se transformou numa das estrelas da bandeira gremista. Everaldo foi campeão do mundo com a Seleção Brasileira em 1970.

No estádio Bento Freitas, em dezembro de 67, o empate servia ao time gremista comandado por Carlos Froner. Os donos da casa arrancaram na frente com o gol de Edi e na reta final, aos 42 minutos do segundo tempo, Alcino empatou consagrando a equipe gremista. 

Foto: CP Memória

1977 - Grêmio 1 x 0 Inter - 25 de setembro

A final do Gauchão de 1977 marcou a retomada da hegemonia do Grêmio no Rio Grande do Sul, após oito títulos estaduais seguidos do arquirrival Inter, então bicampeão brasileiro.

Foto: CP Memória

O gol da vitória por 1 a 0, no estádio Olímpico, foi marcado por André Catimba. A comemoração do atacante entrou para a história pelo salto imortal. O ex-atacante ainda conquistou o título gaúcho de 1979, seu último ano no Tricolor. Ao longo da passagem pelo Olímpico, ele marcou 67 gols.

Foto: José Doval / CP Memória

1983 - Grêmio 2 x 1 Hamburgo - 11 de dezembro 

O maior jogo da história tricolor aconteceu no dia 11 de dezembro de 1983. Ali, o Grêmio campeão da América conquistou o título de Campeão Mundial, vencendo o Hamburgo por 2 a 1 no Japão. Teve drama, teve dificuldades e teve a estrela de Renato Portaluppi. 

Além do título que pintou o Planeta de "Azul", nascia em Tóquio o personagem Renato, dono da camisa 7. Maior ídolo da história gremista, o jovem atacante foi responsável pelos dois gols que eternizaram o Tricolor na galeria dos campeões mundiais, o primeiro do Rio Grande do Sul. 

Foto: José Doval / CP Memória

1996- Grêmio 2 x 0 Portuguesa - 15 de dezembro

A década de 90 foi considerada de ouro para os tricolores. Além dos títulos da Libertadores (1995) e da Copa do Brasil (1994 e 1997), o Grêmio conquistou o bicampeonato brasileiro, após 15 anos, em 1996. Na final, os comandados de Felipão enfrentaram a Portuguesa, então sensação da competição. Após derrota por 2 a 0, em São Paulo, os gaúchos devolveram o mesmo placar no Olímpico, em Porto Alegre. Paulo Nunes e Aílton, que saiu do banco de reservas brigado com a torcida, marcaram os gols do título, na vitória por 2 a 0.

2005 - Naútico 0 x 1 Grêmio - 26 de novembro

Um jogo que mudou a história do Grêmio e ganhou as manchetes mundiais. A épica Batalha dos Aflitos ratificou de vez a alcunha de Imortal Tricolor. Diante de um cenário completamente adverso, a equipe gremista se superou com apenas sete jogadores em campo e conquistou um improvável título da Série B. 

O empate assegurava o Tricolor na Série A, mas com 35 minutos do segundo tempo, o árbitro Djalma Beltrami assinalou penalidade de Nunes. O defensor foi expulso, assim como outros quatro companheiros. Após 27 minutos de paralisação, Gallatto brilhou e defendeu a cobrança de Ademar. Pouco mais de um minuto depois, Anderson fez jogada individual, invadiu a área e entrou para a eternidade gremista. 

Foto: Diego Vara / CP Memória

2017 - Lanús 1 x Grêmio 2 - 29 de novembro

O tricampeonato da Libertadores consagrou um novo ciclo vitorioso, que teve Renato Portaluppi como treinador. Com gol de Cícero, o Grêmio venceu o Lanús por 1 a 0, na Arena, na partida de ida. Na grande decisão, em La Fortaleza,  com gols de Fernandinho e Luan, uma pintura, o Tricolor derrotou os argentinos por 2 a 1 e voltou a cravar a bandeira azul, preta e branca na América do Sul após 22 anos. Era a consagração definitiva da dupla de zaga Geromel e Kannemann como ídolos imortais.

Ali, o Grêmio de Renato igualava o Santos de Pelé como únicos brasileiros a se sagrarem campeões da América em solo argentino. 

Foto: Fabiano do Amaral

2023 - Grêmio 3 x 1 Inter - 21 de maio

Um dos maiores atacantes da atualidade e a principal rivalidade do Brasil foram devidamente apresentados no dia 21 de maio na Arena. Depois de passar em branco no primeiro clássico, Suárez foi o protagonista da vitória gremista no Gre-Nal do primeiro turno do Brasileirão. 

Contra o Inter, o uruguaio marcou um golaço, deu assistências e marcou seu nome na história do futebol gaúcho. A contratação, aliada ao bom desempenho de um atleta do tamanho de Suárez, foi também um reencontro com a autoestima depois de dois anos amargos para os torcedores, após a bucólica disputa Série B. Agora, vislumbra novas glórias.