Goleada em 89 contra o Estudiantes inspira Grêmio em duelo pela Libertadores
Assim como agora, o Tricolor entrou em campo precisando da vitória contra um time forte e que quase não perdia em casa
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Depois da vitória contra o Cuiabá, o Grêmio volta a dar atenção para a Libertadores. E, para continuar com chances reais de classificação para próxima fase, o Tricolor precisa vencer o jogo em La Plata, contra o Estudiantes, na próxima terça-feira.
A tarefa é muito difícil, porém não impossível, e o histórico pode ajudar nessas horas. Há quase 25 anos, em novembro de 1989, o Tricolor chegava em La Plata, para a disputa das quartas de final da Super Copa da Libertadores com a mesma missão: vencer o Estudiantes. No primeiro jogo, disputado no Olímpico, a equipe argentina havia vencido por 1 a 0 com gol de Cariaga. Na volta, a história foi diferente.
“De volta ao inferno”, era o título da capa de Esportes do Correio do Povo, do dia 1º de novembro de 1989, data do jogo. A reportagem lembrava a famosa “Batalha de La Plata”, seis anos antes, e falava sobre os desafios do Tricolor em solo argentino. “Agora, o Grêmio precisa vencer o forte time do Estudiantes em seu reduto, onde é praticamente imbatível, tendo contra si uma torcida fanática e violenta”, dizia um trecho da matéria.
Goleada Tricolor
Mesmo com pressão adversária, o Grêmio fez uma grande partida, com Cuca sendo o grande destaque. A goleada tricolor começou sendo construída por Paulo Egídio, aos 37 minutos do primeiro tempo, aproveitando uma desatenção da zaga adversária, ele roubou a boal, driblou o goleiro e fez 1 a 0.
No início da segunda etapa, Cuca ampliou o placar, depois de driblar "quase toda defesa" e chutar cruzado na saída de Battaglia. O terceiro e último gol, veio no contra-ataque, novamente com Cuca, aos 36 minutos da etapa final.
Os minutos finais foram marcados pela confusão e tumulto, como seis anos antes, só que desta vez com vitória do time gaúcho e classificação garantida para às semifinais. "Além de amargarem três gols, os torcedores tiveram um confronto com o policiamento, sendo rechaçados, com violência, inclusive com bombas de gás lacrimogênio. Só assim os jogadores do Grêmio conseguiram chegar ao vestiário. Após o susto, houve muita festa no vestiário", relatava o jornal que destacou o goleiro Mazzaropi, presente nos dois embates.
Na semifinal, o Grêmio encarou o Boca Juniors, mas foi eliminado após empatar no jogo de ida, em Porto Alegre, e perder por 2 a 0 na segunda partida, em Buenos Aires.
Duas décadas depois, o cenário é parecido. Ainda que a violência dentro do estádio esteja mais controlada, a equipe treinada por Renato Portaluppi terá de encarar os mais de 30 mil torcedores que estarão no estádio Jorge Luis Hirschi, onde quase não perde na história da Libertadores. Além disso, o Estudiantes vem de cinco vitórias consecutivas.
Supercopa 1989 – Quartas de final
Estudiantes 0
Battaglia; Craviotto, Aguero, Trota e Ramirez; Vargas, Peinado e Cardoso (Kuyumchoglu); Cariaga, Marques (Di Carlo) e MacAllister. Técnico: Eduardo Miguel Solari.
Grêmio 3
Mazaropi; Alfinete, Luís Eduardo, Edinho e Fábio; Jandir, Lino, Adílson Heleno e; Cuca, Paulo Egídio e Kita (Vílson). Técnico: Cláudio Duarte
Local: Estádio Jorge Hirschi, em La Plata, Argentia
Público: 15.232 pagantes
Árbitro: Gaston Castro (CHI)
Auxiliares: Salvador Imperatore e Sergio Vasquez
Cartões amarelos: Jandir e Cuca
Cartões vermelhos: Alfinete (38 do 2ºT), Trotta (39 do 2ºT) e Edinho (43 do 2ºT)
Gols: Paulo Egídio, aos 37 minutos do 1º tempo; Cuca aos 7 e aos 36 minutos do 2º tempo