Grêmio mantém cautela e compra da Arena deve ficar para março
Plano de recuperação judicial da OAS foi aprovado pelos credores
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“Não li a redação final do texto. Não tenho condições de me manifestar”, diz o presidente Romildo Bolzan Júnior. A nota divulgada pela empreiteira diz que o plano de reestruturação da dívida, que deverá ser paga entre seis e 25 anos, foi aprovado por ampla maioria do quórum presente na assembleia. Cita também que a venda de ativos reforçará o caixa da área de engenharia e construção da empresa em até R$ 475 milhões. A negociação do estádio é justamente um destes itens.
Algumas pendências ainda preocupam o Grêmio. Por isso não há celebração. Há a informação de que um fundo norte-americano questiona a presença de alguns credores na relação. Mesmo que o plano tenha sido aprovado, caso sinta-se lesado, ele poderia ingressar na Justiça para impugnar o acerto. Ou seja, demoraria mais algum tempo até o assunto ser resolvido.
Segundo um dirigente consultado, se tudo sair como esperado pelo clube e nada emperrar a formalização do acordo já elaborado com a OAS, Banco do Brasil, Santander e Banrisul, o clube, na previsão mais otimista, assumiria a Arena Porto-Alegrense em março. Com isso, começaria a administrar a sua casa já tendo as receitas da Libertadores que são muito altas e certamente ajudariam a bancar os custos da operação.
Em 2014, na última participação gremista no torneio sul-americano, as quatro partidas renderam em média R$ 1,9 milhão bruto. Mesmo com os descontos, as partidas deixam cerca de R$ 1,5 milhão por jogo no cofre. Ou seja, pagam praticamente a parcela mensal.
O custo do pacto celebrado há alguns meses será de R$ 2 milhões por mês nos primeiros seis anos. Depois, o valor cai para R$ 1,5 milhão e vai até 2032. No total, o Grêmio arcará com cerca de R$ 350 milhões. A aquisição da Arena é vista pela direção como essencial para o Grêmio alavancar a sua situação financeira que ainda é delicada. Com ela, a projeção é aumentar também outras receitas.