Os dez anos do jogo mais copeiro da história do Grêmio
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Os dez anos do jogo mais copeiro da história do Grêmio

“Batalha dos Aflitos” testou cardíacos e marcou volta triunfal à Série A

Carmelito Bifano

Tricolor venceu Santa Cruz em Porto Alegre, mas não garantiu volta antecipada para Série A

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Há exatos dez anos, o Grêmio escrevia uma das páginas mais surpreendentes da sua história ao superar o Náutico, por 1 a 0, na partida que ficou conhecida como “Batalha dos Aflitos”. A vitória em Recife recolocou o Tricolor na principal competição do futebol brasileiro, mesmo com quatro jogadores a menos e dois pênaltis contra. Além disso, diante de todo o cenário adverso, o Grêmio venceu com gol em alta velocidade do jovem Anderson.

• Confira campanha do Grêmio na Série B de 2005

Não foi um começo fácil para o Grêmio, na segunda divisão. Na primeira fase, o Grêmio iniciou perdendo para o Gama, por 2 a 1, no Distrito Federal. O time saiu na frente com gol de Anderson, mas levou a virada no segundo tempo. O Tricolor reagiu na segunda rodada, vencendo o Avaí por 4 a 3, de virada, em um Beira-Rio sem a presença da torcida, devido aos tumultos da torcida do Tricolor na última partida da Série A de 2004.

A partir daí, o Tricolor teve um desempenho irregular na primeira fase, que culminou com a goleada de 4 a 0 sofrida diante do Anapolina. O resultado deixava o Tricolor há quatro rodadas seguidas sem figurar entre os oito que se classificariam para a fase seguida e ameaçava o técnico Mano Menezes. 

Tudo começou a mudar contra o Santo André, líder da competição até então. A vitória por 1 a 0 começou uma sequência de bons resultados que garantiriam a classificação do time em 4º lugar, com 35 pontos. Na sequência, o Grêmio disputou um quadrangular com o Santa Cruz, de Recife, o Santo André e o Avaí. Após seis jogos, o Grêmio somou 12 pontos e se classificou em uma partida chuvosa diante do Avaí, em Florianópolis: 3 a 1 e a vaga antecipada para o quadrangular final. A volta para a elite estava perto.


Sorte do Grêmio mudou a partir do jogo contra Santo André / Foto: Diego Vara / CP Memória

Quadrangular final


Na fase final, O Grêmio estreou diante do o Náutico em Olímpico lotado. Mas o gol saiu apenas aos 42 do segundo tempo, com uma cabeçada do zagueiro Domingos após cobrança de escanteio.

E a partir daí, a coisa complicou. Três empates seguidos, com o Santa Cruz, em 1 a 1, no Arruda, e com a Portuguesa, em 1 a 1, no Canindé, e em 2 a 2, no Olímpico, colocaram o time na obrigação de vencer o time pernambucano em casa. Sacado no intervalo do jogo diante da Lusa, o meia Anderson foi vaiado pela torcida. E o técnico Mano Menezes teve que justificar a escolha.  “Vou tratar (a saída dele) com a mesma naturalidade. Vocês (imprensa) que têm chilique quando eu falo no Anderson", disse.

No penúltimo compromisso, a vitória por 2 a 0 diante do Santa Cruz em um Olímpico com 51 mil pagantes não garantiu a tão sonhada volta para a Série A. O triunfo do Náutico diante da Portuguesa no Canindé obrigava o Tricolor a conquistar ao menos um ponto nos Aflitos para voltar para a primeira divisão sem depender de resultados paralelos.

Batalha dos Aflitos


Para o jogo, o técnico Mano Menezes escalou: Galatto; Patrício, Domingos, Pereira e Escalona; Nunes, Sandro Goiano, Marcelo Costa e Marcel; Ricardinho e Lipatin. O início gremista não foi bom e o clube pernambucano pressionou. Aos 30 minutos, Domingos derrubou Paulo Matos dentro da área e o árbitro Djalma Beltrami marcou a penalidade. Bruno Carvalho cobrou à meia altura e a bola explodiu no poste direito de Galatto, que chegou a ir na bola, mas não alcançou.

Confira o caderno especial do Correio do Povo publicado em 28/11/2005

Foi um teste cardíaco para o que viria a acontecer. Na segunda etapa, o Grêmio conseguiu administrar melhor o jogo e passou a levar perigo com os espaços dados pelo adversário. Aos 25 minutos, Kuki teve boa oportunidade dentro da área, mas chutou por cima da meta. Sete minutos depois, o árbitro marcou pênalti em um lance que a bola teria tocado no braço de Patrício, que acabou expulso. Na sequência, por reclamações, Nunes e Domingos também foram para a rua, assim como Escalona. O clima ficou tenso. E o Grêmio, com quatro jogadores a menos e um pênalti contra.

Depois de 25 minutos de muita discussão, ameaças da direção de retirar o time de campo, tentativa de invasão de torcedores do Grêmio, Ademar cobrou a penalidade máxima que poderia fazer o Grêmio permanecer por pelo menos mais um ano inteiro na segunda divisão. Mas a esperança, então, renasceu: Galatto saltou para o lado esquerdo, mas conseguiu fazer a defesa com o pé direito. O Grêmio estava vivo!

A defesa foi como um baque nos jogadores e torcida do Náutico. Dois minutos depois, Anderson – que havia saído do banco pouco antes – fez uma jogada individual pela esquerda de ataque e foi derrubado por Batata, que acabou expulso. Marcelo Oliveira cobrou rapidamente a falta para Anderson. O meia passou por dois marcadores em velocidade dentro da área e, com tranquilidade, chutou no canto direito da meta do Náutico. Gol do Grêmio!

O Tricolor, então, tratou de segurar a partida e garantir não só a taça de campeão – que já havia sido levantada pelo Santa Cruz no Arruda – como a volta triunfal à Série A do Campeonato Brasileiro.

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