Reforços diferenciados: veja como Diego Costa, Pavón e Soteldo ajudaram o Grêmio no hepta

Eles foram os principais reforços do ano. Pavón, Soteldo e Diego Costa se encaixaram perfeitamente no esquema que Renato mais gosta: ofensivo, com pontas agudos e um centroavante na área. Com cada um a seu jeito, eles ajudaram o Grêmio na conquista do hepta nesse sábado.

Um artilheiro nato

Quem desconfiava ou duvidava que Diego Costa pudesse voltar a velha forma que o consagrou na Europa, jogando por Atlético de Madrid e Chelsea, teve que se calar. Afinal, se as atuações recentes no Brasil, onde fez apenas 8 gols não lembravam nem de perto o camisa 9 goleador do velho continente, no Grêmio, o substituto de Suárez começou sua passagem no Tricolor dando sinais de que está com o pé calibrado.

Com seis gols em sete partidas, ele se tornou o goleador do Gauchão, ao lado de Cristaldo, e peça vital na conquista do hepta. Estreou marcando um golaço de falta contra o Gaurany de Bagé na goleada de 4 a 1 pela última rodada da fase de classificação. Depois continuou deixando sua marca. Fez um nas quartas de final contra o Brasil de Pelotas, e três gols nos dois confrontos contra o Caxias pela semifinal. No primeiro jogo da final contra o Juventude, no Alfredo Jaconi em Caxias do Sul passou em branco.

Anunciado no dia 9 de fevereiro, Diego Costa chegou em Porto Alegre sem holofotes. Com a responsabilidade de ser o substituto de Suárez, o centroavante, que nem planejava jogar no Brasil nesta temporada, veio para o Grêmio após conversar com o treinador Renato Portaluppi. "Ele demonstrou que estava muito afim de vir. É acima da média. Ele me pediu 15 dias. É uma coisa normal para o jogador. Não adianta colocar o jogador antes do tempo que ele pode ter uma lesão”, explicou Portaluppi depois da vitória de 6 a 2 sobre o Santa Cruz, pela 9ª rodada do Gauchão, na véspera do clássico Gre-Nal que Diego acabou não sendo relacionado, pois ainda estava em sua “mini- pré temporada” pessoal, que pediu ao técnico.

Centroavante e artilheiro: Diego Costa fez seis gols em sete partidas | Foto: Mauro Schaefer

A estreia ocorreu no dia 2 de março, contra o Gaurany de Bagé. O gol de falta foi o primeiro, mas ele não parou por aí. Nos dois jogos seguintes mais dois gols, e já estava ganhando elogios de Renato. “O Diego foi contratado para fazer gol. Quando ele chegou, eu falei que ia nos ajudar bastante. Ele ainda não está 100%. Ninguém joga tanto tempo na Europa se não tem condições. Ele está fazendo o que pedimos, o segundo tempo dele foi muito bom e vem fazendo o que precisamos. Três jogos, três gols, que é fundamental”, comentou Portaluppi após o primeiro jogo da semifinal contra o Caxias.

No segundo jogo, na Arena, fez mais dois. O primeiro, aos 20 minutos de jogos veio após jogada de Pepê, que deu belo passe para Pavón, em velocidade, pela direita. O argentino cruzou rasteiro e o artilheiro completou para o fundo das redes. No segundo tento, aos 39 minutos da primeira etapa, João Pedro cruzou para ele, que, ao dominar no peito tirou do zagueiro, e com a qualidade que o consagrou como jogador, deslocou o goleiro do Caxias.

Na tarde de ontem, o veterano artilheiro brilhou mais uma vez. Fez o gol da virada contra o Juventude e ainda deu uma assistência para Nathan Fernandes no terceiro gol.

Soteldo: como Renato gosta

Um jogador de beirada, com velocidade e drible. A verdade é que Yeferson Julio Soteldo Martínez tem as características que Renato Portaluppi gosta em um jogador. A vinda do venezuelano este ano não poderia vir em melhor momento, já que o Tricolor terá, além da Copa do Brasil e Brasileião, a Libertadores da América, principal objetivo do clube nesta temporada. Mesmo tendo jogado pouco no Gauchão, o Venezuelano também tem sua importância nesta conquista.

Soteldo fez um gol na campanha do hepta, contra o São José | Foto: Mauro Schaefer

Após uma estreia não tão boa, com a derrota Tricolor para o Caxias, Soteldo já deu indícios de que será importante no Tricolor. Contra o São José fez um gol e deu uma assistência. "Ele vai ser muito importante para a gente nesta temporada. Já caiu nas graças da torcida pelo futebol que ele joga", ressaltou Renato após aquela partida. Na mesma coletiva, o treinador avisou que o atacante seria sempre perseguido pelos zagueiros.

"Pela qualidade dele, ele será sempre caçado. Os árbitros precisam ficar ligados. O árbitro precisa se mostrar presente dentro do campo. Não pode ele sofrer quatro ou cinco faltas e o jogador não receber o cartão amarelo. Não quero que protejam o Soteldo como se ele fosse uma criança, mas a arbitragem tem que tomar as providências".

Por ironia, o jogador acabou se lesionando em uma jogada sem contato físico com o adversário. Na partida contra o Juventude, pela 1ª fase do campeonato, o venezuelano se esticou para cortar um passe no campo de defesa. Quando tocou a bola pela linha lateral, já sentiu a coxa esquerda, de pronto colocando a mão na região, e pedindo para ser substituído. A lesão acabou cortando a sequência do atacante no campeonato.

Ainda que não tenha sido protagonista durante o Gauchão, devido à lesão que o afastou, Soteldo entrou no segundo tempo do jogo de ontem e já está na história do Grêmio com a conquista do hepta.

Pavón: garra e qualidade que ajudaram na conquista

Ele chegou como maior contratação da temporada. Depois de uma passagem um pouco apagado pelo Atlético Mineiro, Cristian Pavón começou a reviver no Grêmio os momentos de destaque que o revelaram para o mundo, quando começou no Boca Juniors. O atacante tricolor é com certeza um dos expoentes do heptacampeonato, a começar pela sua estreia.

Haviam decorridos 45 minutos onde o Grêmio empatava em 2 a 2 com o modesto Santa Cruz, lanterna do campeonato. Do banco, o argentino saiu para mudar a história do jogo. Entrou no intervalo substituindo Galdino. Aos três minutos já tinha dado tentado o caminho do gol com um chute de fora da área, de perna esquerda, vindo da direita e cortando para o meio, uma característica sua. Aos 8 minutos teve uma nova chance. Desta vez impedida pela grande defesa do goleiro Marcelo Pitol, que espalmou a cabeçada de casquinha a queima roupa do camisa 21 tricolor.

O gol era uma questão de tempo. Aos 21 minutos, Pepê encontrou André Henrique na área, que ajeitou para o argentino que bater firme e vencer o experiente goleiro. Aos 32, novamente pela direita, cruzou rasteiro para João Pedro Galvão livre balançar as redes do adversário. Após 12 minutos, nova assistência desta vez para André Henrique. A essa altura o Tricolor já goleava o Santa Cruz por 6 a 2. “Eu conversei com eles (Du Queiroz e Pavón) no intervalo, mudamos um pouco. Os dois entraram e mudaram o panorama da partida. Indiscutivelmente são jogadores que acrescentam uma qualidade a mais”, ressaltou Portaluppi após aquele jogo.

Pavón marcou logo na estreia pelo Grêmio | Foto: Lucas Uebel /GREMIO FBPA / CP

E o atacante continuou ajudando o Tricolor rumo ao hepta. Contra o Guarany de Bagé marcou mais duas vezes. E, na semi final contra o Caxias, no jogo da volta deu mais duas assistências.

Neste sábado não foi diferente. Foi ele que começou a reação Tricolor, quando aos 41 minutos driblou dois marcadores e cruzou na área para o gol de Cristaldo. Com essas atuações, ele não só garantiu a titularidade como ajudou de forma crucial o Grêmio na conquista de ontem.