Relembre os títulos do Grêmio na histórica campanha do heptacampeonato do Gauchão entre 1962 e 1968
Correio do povo Logo

Receba as principais notícias do Grêmio no seu WhatsApp

Inscrever-se WhatsApp Logo

Relembre os títulos do Grêmio na histórica campanha do heptacampeonato do Gauchão entre 1962 e 1968

Tricolor pode, no próximo sábado, igualar uma façanha alcançada apenas uma vez na história do clube

Carlos Correa

Título em 1968 valeu ao Grêmio uma sequência inédita no Gauchão

publicidade

"O Grêmio alcançou ontem à noite, sem dúvida, feito glorioso. Realmente, de outra maneira não se poderá classificar sua façanha". Assim a edição do Correio do Povo do dia 8 de fevereiro de 1963 anunciava a conquista do Campeonato Gaúcho pelo Tricolor. O título, que foi selado com uma vitória por 4 a 2 sobre o Inter em um Olímpico povoado por quase 50 mil torcedores, significava a retomada de um domínio azul, preto e branco no Estado. O rival havia vencido o Gauchão do ano anterior, interrompendo o que era uma sequência de cinco títulos gremistas consecutivos. No entanto, o troféu daquele Estadual, que na verdade ainda era o de 1962, tinha um peso muito maior do que se imaginava naquele momento. Era o início de uma marca histórica do clube fundado em 1903 e que só agora, 56 anos depois, pode ser igualada: o heptacampeonato gaúcho. O Correio do Povo relembra a seguir cada uma das conquistas entre 1962 e 1968.

Com a conquista do Gauchão de 1962, Grêmio retomava a hegemonia no Estado | Foto: Reprodução / CP

CAMPEÃO EM 1962 – O INÍCIO DA CAMINHADA

Depois de conquistar o Gauchão de 1961 e impedir o hexacampeonato tricolor, o Inter tinha tudo para enfileirar mais uma taça nas prateleiras dos Eucaliptos. A fórmula da competição naquele ano previa disputa em turno e returno dos 12 concorrentes (à época, a vitória ainda valia dois pontos) por 22 rodadas. Ao final da 20ª, os colorados somavam 32 pontos e o Grêmio 28. Um simples empate nos últimos dois jogos bastava aos vermelhos, ambos em casa. Veio a penúltima rodada: Inter 1x3 Aimoré e Pelotas 0x4 Grêmio. O Tricolor pelo menos agora dependia das suas próprias forças. Era preciso, contudo, vencer o Gre-Nal nos Eucaliptos e forçar um jogo desempate, novamente contra os rivais. Pois com dois gols de Marino, no dia 16 de dezembro de 1962, o Grêmio fez 2 a 0 e sacramentou o desempate, a ser disputado no dia 7 de fevereiro do ano seguinte, uma quinta-feira, agora no Olímpico.

"A conquista do Grêmio foi fruto do sangue e da garra dos seus atletas", cita o texto do Correio do Povo. Quem largou na frente no placar foi o Inter. O Grêmio buscou o empate e abriu 3 a 1. Nos últimos minutos, os colorados descontaram, mas nos acréscimos o Tricolor definiu o jogo, o Gauchão e a retomada da hegemonia no Estado. E sem saber, começava a escrever a história.

A CAMPANHA

  • 23 jogos
  • 14 vitórias
  • 6 empates
  • 3 derrotas
  • 47 gols pró
  • 19 gols contra

O TIME DO ÚLTIMO JOGO

Henrique, Renato, Airton, Altemir e Ortunho; Elton e Milton Kuelle; Marino, João Severiano, Ivo Diogo e Vieira. Técnico: Sérgio Moacir.

Festa para os bicampeões de uma conquista antecipada | Foto: Reprodução / CP

BI EM 1963 – DOIS GAUCHÕES EM MENOS DE UM ANO

Não é todo ano que um clube ganha dois Gauchões entre janeiro e dezembro. Para o Grêmio, contudo, o segundo passo na campanha do hepta foi dado apenas alguns meses depois do primeiro. Se na conquista anterior, foi preciso um jogo a mais do que os 22 na fórmula por pontos corridos, desta vez, o título veio sobrando. Quando o Tricolor entrou em campo na última partida, diante do seu maior rival, o resultado tanto importava, pois o título já havia sido assegurado há três rodadas. Ao vencer o Guarany de Bagé por 2 a 0 na 19ª rodada, o time chegou a 34 pontos e logo ficou inalcançável para o Inter, que empataria com o Floriano e, na melhor das hipóteses, chegaria aos 33.

A festa no dia 17 de dezembro, cinco dias após a última rodada, quando novamente bateu o Inter por 1 a 0 - não que precisasse -, contou com homenagens e a participação de gremistas de todos os tipos. Houve desfile de atletas e dirigentes, da mesma forma como houve de ciclistas, motociclistas, escoteiros e até pescadores - o time contava com um departamento especializado no tema.

A CAMPANHA

  • 22 jogos
  • 18 vitórias
  • 3 empates
  • 1 derrota
  • 42 gols pró
  • 12 gols contra

O TIME DO ÚLTIMO JOGO

Alberto, Valério, Airton, Áureo e Ortunho; Cléo e Milton Kuelle (Fernando); Marino, Madureira, Paulo Lumumba e Vieira. Técnico: Sérgio Moacir.

Em 1964, uma vitória sobre o rival para não deixar dúvidas | Foto: Reprodução CP

TRI EM 1964 – UMA GOLEADA CONSAGRADORA NO GRE-NAL

Se o bicampeonato foi conquistado com relativa tranquilidade no ano anterior, o Campeonato Gaúcho de 1964 seria bem diferente. Qualquer gordura que o Tricolor tinha para queimar, havia sumido na antepenúltima rodada, quando o time perdeu em Pelotas para o Brasil e o Inter bateu o Cruzeiro nos Eucaliptos. Com a vitória de ambos na rodada seguinte, o título estava mais do que em aberto para a última rodada, que reservava o clássico Gre-Nal. O Inter vinha forte e ninguém do lado gremista imaginava que haveria facilidade, muito antes pelo contrário. O Olímpico recebeu 45 mil torcedores, a grande maioria lá disposta a apoiar um time que contava com nomes como Airton, Ortunho, Sérgio Lopes e Alcindo.

Não deu outra. Toda expectativa por um jogo acirrado logo daria lugar a uma vitória por goleada de forma inconteste por 3 a 0. "Deu só Grêmio em mais essa edição do maior clássico do futebol gaúcho. O majestoso da Av. Carlos Barbosa, mais uma vez engalanado, acabou se transformando em magnífico cenário para uma consagração tricolor", pontuava o texto do Correio do Povo do dia 4 de novembro de 1964.

A CAMPANHA

  • 22 jogos
  • 19 vitórias
  • 2 empates
  • 1 derrota
  • 50 gols pró
  • 9 gols contra

O TIME DO ÚLTIMO JOGO

Alberto, Altemir, Airton Pavilhão, Áureo e Ortunho; Cléo e Sérgio Lopes; Paulo Lumumba (Marino), João Severiano, Alcindo e Vieira. Técnico: Carlos Froner.

A mais tranquila das conquistas do hepta foi em 1965 | Foto: CP Memória

TETRA EM 1965 – COM UM PÉ NAS COSTAS

Se houve um título na campanha do heptacampeonato gremista no Gauchão que foi tranquilo, foi o quarto capítulo da saga, em 1965. Ao final da última rodada, o Grêmio seguia invicto e tinha inacreditáveis 14 pontos de vantagem para o Juventude, que terminou em segundo lugar. Na prática, como a vitória valia dois pontos na época, isso significa que o Tricolor assegurou a taça com nada menos do que sete rodadas de antecedência. O Inter, que havia feito frente no ano anterior até o último respiro, dessa vez terminou em uma nada honrosa quinta colocação, distante 17 pontos. O Grêmio podia simplesmente não entrar em campo nos últimos oito jogos que nem assim seria alcançado pelo rival. Mas entrou nos outros seis e no Gre-Nal, que fechou a competição. Que, aliás, venceu por 1 a 0 com um gol de Alcindo em pleno Eucaliptos.

A CAMPANHA

  • 22 jogos
  • 20 vitórias
  • 2 empates
  • Nenhuma derrota
  • 46 gols pró
  • 9 gols contra

O TIME QUE COMEÇOU O ÚLTIMO JOGO

Arlindo, Altemir, Aírton, Paulo Souza e Ortunho; Cléo e Sérgio Lopes; João Severiano, Alcindo, Vieira e Volmir. Técnico: Carlos Froner.

O penta veio com menos drama do que a tabela de pontos podia indicar | Foto: Alberto Etchart / CP Memória

PENTA EM 1966 – ACIRRADO? NEM TANTO

A tabela final de classificação pode dar a impressão de que o Gauchão de 1966 foi marcado por uma disputa acirrada até o fim. Não foi. Na verdade, aos moldes do que acontecera em 1963 e 1965, a coruja já havia sido pelada antes da rodada derradeira. Neste caso, quando goleou o Rio Grande por 4 a 0 no Olímpico, o Grêmio assegurou a taça de campeão com duas rodadas de antecedência. Ou melhor, a taça de pentacampeão, algo alcançado até então apenas uma vez, na sequência entre 1956-1960. Mas a marca estava para ser quebrada em breve.

A CAMPANHA

  • 22 jogos
  • 16 vitórias
  • 3 empates
  • 3 derrotas
  • 40 gols pró
  • 15 gols sofridos

O TIME DO ÚLTIMO JOGO

Alberto, Altemir, Paulo Souza, Áureo e Ortunho; Sérgio Lopes e Paíca; Iaúca (Vieira), João Severiano, Alcindo e Volmir. Técnico: Luís Engelke.

Em 1967, pela primeira vez o Grêmio chegava ao hexa no Estado | Foto: Vitor Teixeira / CP Memória

HEXA EM 1967 – QUESTÃO DE HONRA

Quando a folha do calendário de dezembro de 1966 deu lugar a de janeiro de 1967, o Grêmio já tinha um punhado de títulos do Campeonato Gaúcho em sequência. Havia sido pentacampeão em duas oportunidades (1956-1960 e 1962-1966), assim como tetra e tri nos mesmos intervalos. Bicampeão então era ainda menos novidade: fora quatro vezes (além das já citadas, também em 1921-1922 e 1931-1932). Mas hexa não. Hexa o Grêmio nunca havia experimentado. Pior do que isso, além de nunca ter vivenciado, o Inter já havia alcançado o feito, entre 1940-1945. Por isso, era praticamente uma questão de honra não deixar o cavalo passar encilhado e montar nessa inédita fileira de seis troféus do Gauchão. Ciente da importância para o torcedor, o Grêmio não desperdiçou a oportunidade e tratou de sequer deixar para liquidar a fatura na última rodada. Como nos anos anteriores, pôde se dar ao luxo de perder o Gre-Nal da última rodada porque para ele nada valia além da rivalidade. A taça no armário e a faixa no peito já tinham dono com duas rodadas de antecedência, desde o empate em 1 a 1 com o Brasil, no Bento Freitas, em Pelotas.

A CAMPANHA

  • 22 jogos
  • 16 vitórias
  • 4 empates
  • 2 derrotas
  • 42 gols pró
  • 11 gols contra

O TIME DO ÚLTIMO JOGO

Alberto, Elói, Ary Ercílio, Altemir e Ortunho; Mengálvio e Paíca; Caçapava, Adãozinho, Loivo e Vieira. Técnico: Carlos Froner.

Título conquistado em 1968 valeu ao Grêmio uma sequência inédita até então no Gauchão | Foto: Octacílio Dias / CP Memória

HEPTA EM 1968

É curioso como o destino apronta das suas no esporte. Até 1968, não havia maior façanha na rivalidade Gre-Nal do que comemorar o título de um Gauchão por seis anos consecutivos. Nos 49 anos da competição, o heptacampeonato era algo inédito, quase impensável. Pois quiseram os deuses do futebol que justamente na partida em que essa marca histórica fosse quebrada, não houvesse um grito de gol na arquibancada. Não que para os gremistas fosse exatamente um problema. Naquela quinta-feira, 25 de julho de 1968, o que não faltou foi festa no estádio Olímpico ao apito final do empate sem gols com o Juventude, que assegurava, de forma antecipada, o título daquele ano. O sétimo seguido. O sonhado hepta. O 12º em 13 anos. E, talvez o mais importante para uma imensa parcela da torcida azul: só o Grêmio alcançara o topo desta montanha.

A CAMPANHA

  • 28 jogos
  • 18 vitórias
  • 7 empates
  • 3 derrotas
  • 66 gols pró
  • 18 gols contra

O TIME DO ÚLTIMO JOGO

Alberto, Altemir, Paulo Souza, Áureo e Everaldo; Cléo e Jadir; Babá, João Severiano (Oyarbide), Alcindo e Volmir. Técnico: Sérgio Moacir.


Mais Lidas

Confira a programação de esportes na TV desta terça-feira, 23 de abril

Opções incluem eventos de futebol e outras modalidades esportivas em canais abertos e por assinatura







Placar CP desta terça-feira, 23 de abril: confira jogos e resultados das principais competições de futebol

Acompanhe a atualização das competições estaduais, regionais, nacionais, continentais e internacionais

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895