Torcida sofre junto antes da festa pela vitória
Mais de 55 mil torcedores foram à Arena para acompanhar a primeira final da Libertadores 2017
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• Em jogo tenso, Grêmio vence o Lanús
Enquanto isso, o churrasco estava garantido, seja em latões no acostamento dos acessos da Arena, barraquinhas e, um pessoal que caprichou nas instalações, já que a ocasião é especial. O "Alemão" liderou um grupo que locou um prédio ainda em construção, de dois andares, para fazer um "esquenta" antes da partida. "Vamos mandar ver aqui na carne e, depois, torrar o Lanús dentro da Arena", prometeu.
Mas o churras teve que ser acelerado, já que a banda preferida do lado Tricolor da cidade chegou às 20h10min e foi uma explosão de alentaço para receber o ônibus nos portões da Arena. Sinalizadores, fogos, energia, grito, saltos tudo pareceu pouco para empurrar o time gremista para o gramado, na expectativa de uma grande partida.
O agito do entorno provocou o velho problema de filas para acessar as arquibancadas da Arena. Faltavam cinco minutos para começar e alguns torcedores já se desesperavam para dar um jeito de acessar o estádio. Houve um princípio de confusão num dos acessos, com torcedores tentando adentrar num local que não correspondia a seus ingressos. Um deles forçou passagem e passou correndo rumo à arquibancada. Como julgar? Estamos numa final da Libertadores, afinal.
A taça está mais próxima | Foto: Fabiano do Amaral
Era hora da bola rolar, contudo, e dentro o fumacê, mais uma vez, estava garantido. Sinalizadores em profusão e dezenas de milhares cantando juntos pela glória. Pela América. Jogando com o time e vaiando cada movimento do Lanús. Atuando junto, ainda antes do juiz apitar.
Num primeiro tempo complicado, o torcedor não caiu nas armadilhas da impaciência e quando os argentinos pressionaram, empurraram ainda mais o Tricolor. O susto foi grande no fim da primeira etapa, entretanto. Braghieri subiu sozinho na área e cabeceou para baixo, seria um gol certo. Os gremistas gelaram, mas Marcelo Grohe (mais uma vez) botou uma mão salvadora na bola, em um novo milagre. Foi "louvado" de pé com um grito como se fosse de gol das arquibancadas.
Toda Libertadores é um teste para cardíaco
O Grêmio respondeu no segundo tempo, com um domínio da partida, sem deixar o adversário sequer ensaiar um ataque. Mas pobres unhas, as gremistas. Quanta ansiedade em cada cadeira da Arena, que comportava 55.188 esperanças em seus assentos. O Tricolor embalava, rondava o gol. Só que o esperado grito não vinha.
Minutos passando, os hermanos cozinhando o jogo, catimbando, fazendo cera. Indignação, vaias poderosas. A angústia durou até a entrada de – quem diria! – Jael e Cícero, já na parte final do jogo. Futebol tem dessas coisas e, sim, o criticado Jael foi o maior anfitrião da festa na Arena, naquelas ironias que o esporte gosta de aplicar.
Aos 37, a bola foi lançada na área por Edilson, Jael antecipou a zaga e desviou de cabeça. Para o gol? Não, era preciso esperar mais alguns milésimos de segundo. A bola caiu nos pés de Cícero. Contratado apenas para a Libertadores, ele fez sua parte. GOL! GOL do Grêmio! GOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOLLLLLL!!!!
Festa total no gol de Cícero pic.twitter.com/JCYV5dfEEN — GrêmioCP (@GremioCP) 23 de novembro de 2017
Estava armada a festa na Arena, com gostinho de tri da América.
Foto: Ricardo Giusti