Horas antes das Olímpiadas, cientistas exigem que China permita investigação sobre origem da Covid

Horas antes das Olímpiadas, cientistas exigem que China permita investigação sobre origem da Covid

O documento incentiva países e pessoas ao redor do mundo a usar os Jogos Olímpicos para expor a obstrução chinesa

AFP

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Um grupo internacional de cientistas exigiu nesta quinta-feira que a China pare de bloquear pesquisas independentes sobre as origens da Covid-19, horas antes do início dos Jogos de Inverno de Pequim.

Em carta aberta, os 20 cientistas da Europa, Estados Unidos, Austrália, Nova Zelândia, Índia e Japão criticam fortemente Pequim por obstruir os esforços para descobrir a origem da pandemia.

Na carta - intitulada "Permitir uma ampla investigação internacional das origens da pandemia seria uma verdadeira expressão dos valores olímpicos" - especialistas alertam que não revelar a origem exata do vírus que causa a Covid-19 expõe o mundo a um perigo maior de futuras pandemias.

"O esforço do governo chinês para bloquear qualquer investigação real das origens da pandemia (...) foi uma afronta à comunidade científica internacional e às pessoas em todo o mundo", observam.

O documento incentiva países e pessoas ao redor do mundo a usar os Jogos Olímpicos para expor a obstrução chinesa e exigir uma mudança de posição.

"A nobre inspiração" dos Jogos "está sendo prejudicada pelos esforços do governo anfitrião para impedir uma ampla investigação internacional sobre as origens da pandemia de Covid-19", escreveram.

Eles acusaram Pequim de "destruir amostras biológicas, ocultar registros (e) prender jornalistas chineses".

Proteger testemunhas

Eles também denunciaram o impedimento aos cientistas chineses "de dizer ou escrever sobre as origens da pandemia sem autorização prévia do governo".

Diante disso, eles instaram a Organização Mundial da Saúde (OMS) a criar um sistema de "proteção de testemunhas" para facilitar o compartilhamento de informações sobre a origem da pandemia por cientistas e especialistas na China e em outros lugares.

Mais de dois anos desde que o vírus SARS-CoV-2 foi detectado na cidade chinesa de Wuhan, a covid-19 já matou quase 5,7 milhões de pessoas em todo o mundo, segundo dados oficiais, embora se acredite que o número real seja várias vezes maior.

Uma equipe de especialistas internacionais da OMS foi a Wuhan em janeiro de 2021 para investigar o surgimento do vírus, ao lado de seus pares chineses.

Teoria do vazamento

Em seu relatório, essa missão observou que a hipótese mais provável é que o vírus tenha passado de morcegos para humanos por meio de um animal intermediário.

Eles consideraram "extremamente improvável" a teoria de que o vírus escapou de um laboratório. No entanto, essa pesquisa foi fortemente criticada por falta de transparência e por não testar seriamente a teoria de vazamento de laboratório.

A OMS formou uma nova equipe de cientistas para reativar pesquisas e detectar outros patógenos que poderiam causar pandemias.

Mas Pequim se opôs a pedidos de novas investigações e negou acesso a informações dos laboratórios de Wuhan que poderiam ajudar a confirmar ou descartar teorias sobre o vírus.

A carta aberta alertou que "sem um plano para uma investigação internacional ampla e irrestrita das origens da covid-19, todos na Terra e as gerações futuras estarão em risco maior e desnecessário de futuras pandemias".


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