Imprensa britânica denuncia manipulação de resultados em torneios ATP
Casos teriam ocorrido em 2007, mas nomes não foram divulgados
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A BBC e o site BuzzFeed News, que não citam o nome de nenhum atleta, afirmam que tiveram acesso a arquivos secretos e a provas de uma corrupção em grande escala no mundo do tênis. Os documentos estão vinculados a uma investigação da ATP, a entidade que dirige o circuito profissional, em 2007, que revela que apostadores na Rússia e na Itália gastavam centenas de milhares de dólares em partidas que consideravam manipuladas, três delas em Wimbledon. "O relatório confidencial dos investigadores destinado ao comitê de ética, com data de 2008, sugere que se investigue 28 jogadores, mas isto nunca aconteceu", afirma a BBC.
As revelações foram divulgadas poucas horas antes do início do Aberto da Austrália, primeiro torneio de Grand Slam da temporada. De acordo com a imprensa britânica, oito tenistas incriminados, mas que não receberam punição da ATP, estão no torneio disputado em Melbourne.
Segundo um dos investigadores, Mark Phillips, um grupo de quase 10 jogadores "estava na origem do problema". "As evidências eram fortes, existia uma boa oportunidade para acabar (com a corrupção) na raiz, de criar uma forte dissuasão e eliminar os elementos corruptores", disse.
Os representantes das máfias das apostas entravam em contato com os tenistas em seus quartos de hotel durante os grandes torneios, com promessas de 50 mil dólares ou mais como recompensa, segundo o BuzzFeed.
Em Melbourne, o presidente da ATP, Chris Kermode, negou qualquer tentativa de acobertar o tema. "As autoridades do tênis rejeitam qualquer acusação de que teriam escondido provas de manipulação de resultados ou de que não teria sido completamente investigada", disse. "Nossa posição é de tolerância zero com qualquer forma de corrupção. Não somos indulgentes, estamos vigilantes", completou.
Ao falar sobre a investigação de 2007, Kermode afirmou que os investigadores não apresentaram provas suficiente sobre uma partida suspeita entre o russo Nikolay Davydenko e o argentino Martín Vassallo Argüello. "Precisamos de provas e não de suspeitas ou boatos", declarou o presidente da ATP, que recordou 18 punições por corrupção, incluindo seis casos de banimento do esporte.
Em 2009, a ATP estabeleceu regras de combate à corrupção, mas estas não permitem investigar delitos cometidos antes de sua entrada em vigor.