Conselheiros do Inter debatem opções de novas ligas
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Conselheiros do Inter debatem opções de novas ligas

Reunião no dia 13 de março deve indicar se o Colorado vai optar pela LFF ou pela Libra

Fabricio Falkowski

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O Inter está diante de uma decisão que, sem qualquer exagero, será uma das mais importantes de sua história e vai definir o seu futuro: se continuará a ser um dos clubes grandes do futebol brasileiro ou se contentará com uma posição coadjuvante. Trata-se de sua colocação no cenário das ligas de clubes, que neste momento se dividem em duas: a Liga Forte Futebol (LFF) e a Libra. Na próxima segunda-feira, o Conselho Deliberativo (CD) do clube se reúne para deliberar sobre o assunto.

Há algumas semanas, a atual gestão, liderada pelo presidente Alessandro Barcellos, busca elucidar as principais dúvidas dos conselheiros, além de vender a ideia de que a melhor alternativa para o Inter é seguir com a LFF – onde estão os clubes menores e com menos torcida, mas que, em tese, oferece divisões mais equânimes dos recursos.

O objetivo de Barcellos é ter aprovada na próxima segunda-feira uma autorização para, além de seguir negociando em nome do Inter com a LFF, efetuar a venda dos direitos e já receber um primeiro aporte, que se estima seja entre R$ 200 milhões e R$ 250 milhões ainda neste ano. 
O problema é que muitos conselheiros questionam a opção pela LFF, quando a maioria dos grandes clubes está com a Libra. Também salientam que se trata de um negócio fundamental para a sobrevivência do clube no médio e longo prazos e que, por isso, necessita de mais tempo para uma tomada de decisão. Na tarde de terça-feira, um requerimento com a assinatura de 130 conselheiros foi protocolado na secretaria do CD para que a reunião do dia 13 de março sirva apenas para aprofundar o debate, mas não para autorizar a atual gestão a fechar o negócio. 

O presidente do CD, Sérgio Jüchem parece sensível ao pedido e promete definir-se hoje. “Há um grupo grande de conselheiros que, antes de decidir, querem ouvir o oferta da Libra. Em princípio, parece um pleito justo”, disse ele. Por enquanto, a reunião é deliberativa. Ou seja, servirá para autorizar Barcellos a “praticar todos os atos necessários à negociação, implementação, assinatura e conclusão dos negócios previstos no ‘Term-Sheet’” (ver matéria ao lado), conforme consta no edital de convocação do CD. Mas pode ser adiada ou simplesmente informativa, sem votação, dependendo da definição de Jüchem.

Mas o que está em jogo? Há conversas em andamento para alcançar um consenso entre as duas ligas e, nas últimas semanas, houve avanço neste sentido. Por enquanto, porém, não há um acordo e os dois blocos negociam separadamente com investidores.

A Libra associou-se à Codajás Kapital Sports e o BTG Pactual e já avançou em tratativas com a Mubadala Capital, fundo ligado ao governo dos Emirados Árabes Unidos (EAU). A LFF é representada por três empresas, entre as quais a XP Investimentos, e negocia com um fundo de investimento dos EUA.

O que é term-sheet?

O term-sheet é um documento que apresenta as intenções do, neste caso, clube e do investidor que estão fazendo uma negociação. Ele cria as bases da negociação e prova que ambas as partes (clube e investidor) concordam com o negócio. O term-sheet é um acordo preliminar que irá ditar as bases do futuro contrato de investimento.

O que está a venda?

Tanto a Libra quanto a LFF devem negociar conjuntamente um percentual de cerca de 20% de todos os direitos (inclusive TV e streaming) dos clubes por um prazo de 50 anos por valores na casa dos bilhões de Reais. A distribuição desses recursos, agora e nas próximas décadas, está  na raiz da disputa entre os dois grupos de clubes.

Dupla Gre-Nal em lados opostos

A Libra surgiu em maio de 2022, fundada por sete clubes: Bragantino, Cruzeiro, Corinthians, Flamengo, Palmeiras, Santos e São Paulo. O bloco aumentou nos últimos meses e conta atualmente com 18 equipes, inclusive o Grêmio. O último a aderir foi o Bahia, que tomou a decisão após a venda da SAF para o Grupo City. A Libra tem menos clubes, mas parceiros com mais dinheiro, principalmente a Mubadala Capital, e muito mais torcida e relevância no mercado.

A LFF surgiu de uma incompatibilidade de alguns clubes com a Libra. A principal acusação é que ela privilegiará Flamengo e Corinthians, principalmente, na distribuição do dinheiro, em detrimento dos clubes médios e pequenos. Além de Inter, a LFF tem ABC, Athletico-PR, Atlético-MG, América-MG, Atlético-GO, Avaí, Brusque, Chapecoense, Coritiba, Ceará, Criciúma, CRB, CSA, Cuiabá, Figueirense, Fluminense, Fortaleza, Goiás, Juventude, Londrina, Náutico, Operário, Sport, Tombense e Vila Nova.

No final de fevereiro, a Libra reuniu-se e amenizou a discrepância na distribuição dos recursos, mas ainda não alcançou o nível exigido pelos clubes da LFF. Com os ajustes, o grupo diminuiu para 3,4 vezes a diferença do valor a ser recebido pelo time que receberá mais dinheiro e o que receberá menos. A LFF idealiza em seu modelo uma diferença de 2,8 vezes no máximo.

Após a reunião no final de fevereiro, a Libra montou um Comitê para apresentar o novo modelo aos clubes da LFF. Seis representantes foram eleitos para esta responsabilidade, inclusive o presidente gremista Alberto Guerra. Ou seja, trata-se de um tema em aberto, com tratativas em andamento e muito dinheiro em jogo.


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