Cronistas avaliam fracasso do Inter no Mundial e pedem "faxina" para 2011
Vinícius Sinotti, Milton Neves e Cosme Rímoli criticam escolhas do técnico e planejamento colorado
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Para o comentarista da Rádio Guaíba, Vinícius Sinotti, apesar da pressão, a direção colorada deve manter Celso Roth. Ele avalia que a responsabilidade pelo fracasso deve ser dividida entre dirigentes e comissão técnica. “O Inter adotou o discurso do planejamento e não vai dispensar o técnico campeão da América. Acredito que não vai tomar a decisão levando em conta um resultado só”, comentou Sinotti.
“Mesmo que o Celso fosse Bicampeão Mundial, não iam oferecer um contrato de cinco anos. Então a avaliação para terminar o contrato também não pode ser em um jogo só. Não existe culpa somente do treinador nem mérito apenas dele.” Para Sinotti, mais do que mudar o técnico, será importante para o Colorado fazer uma limpeza do elenco “inflado”.
O jornalista da Bandeirantes Milton Neves classificou a derrota do Inter como uma “grande vergonha”. “O Celso Roth tem que baixar a bola, pois estava mascarado durante o Brasileirão”, analisou, acrescentando que considera o técnico o principal responsável pela derrota do Inter. “É preciso contratar outro cara para o ano que vem, pois não se perde um jogo destes. Negaram fogo, tem que mudar tudo. O Guiñazu, de quem eu sou fã, levou um baile também. O Inter deveria liberar ele logo para o São Paulo”, opinou o comentarista.
Ele reconheceu que nunca esperou a derrota e lamentou pela ausência do time na final. “O Inter me traiu! Sou o único jornalista brasileiro que afirmou nos últimos oito meses que teríamos uma final 'Inter-POA' contra 'Inter-ITA' e eles cravaram a minha previsão.”
Para Cosme Rímoli, da Record, não há justificativa extra-campo ou de arbitragem para o Colorado. “Foi incompetência dos brasileiros, o maior vexame de um clube brasileiro no Mundial de clubes”, criticou. Para Rímoli, Roth também é o grande responsável, pelo modo nervoso de jogar e a falta de presença na área do Mazembe até o primeiro gol adversário.
“Tomaram gols como se fosse um treino para a final”, apontou o jornalista sobre a defesa do Inter. Segundo ele, Bolívar e Índio passaram do ponto e foram expectadores das jogadas de ataque dos africanos.
Tática de poupar jogadores seria erro em 2011
“O Inter precisa qualificar o grupo e até fazer umas dispensas. Precisa de uma limpeza geral”, avaliou Sinotti. “O clube sentiu a saída de Sandro e Taison e não conseguiu suprir isso, tendo de alterar a forma de jogo.” Segundo ele, a presença do Grêmio na competição sul-americana aumenta a pressão sobre os colorados. “Aumenta a pressa e possíveis erros para reforçar o grupo”, salientou. “E tem que abandonar esse plano de poupar jogador. Os atletas tem que ter férias e a pré-temporada vai ficar em cima da estreia, mas o Inter precisa colocar os titulares no Gauchão assim que tiverem condições”, enfatizou.
“Falar agora pode parecer oportunismo, mas nunca achei o Inter uma 'seleção', como se prega por aí”, relatou Sinotti. “Tem uma zaga pesada e com certa idade, sem velocidade. O lateral direito, Nei, é limitado, nenhum dos goleiros é unanimidade e o Wilson Mathias é um volante que não conseguiu mostrar o que de tão espetacular o trouxe ao Beira-Rio.”