Direção do Inter admite riscos na aposta em Falcão

Falcão é a aposta de risco da direção do Inter para a sequência da Libertadores e do Gauchão. Ele deve ser anunciado oficialmente na próxima segunda-feira. Comentarista esportivo desde 1995, o ex-jogador e técnico colorado é candidato a treinador do Colorado há anos. Sempre que havia mudança no futebol do clube, ele aparecia como potencial sucessor do demitido. Apesar da identificação com a torcida e da sua disposição, contratar Falcão não foi uma decisão fácil. Afinal, há muito tempo ele não comanda um vestiário. Pior: quando teve a chance, no Inter ou fora dele, os resultados não foram bons.

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Exatamente por isso, o clube tomará providências para protegê-lo. O atual técnico do Novo Hamburgo, Julinho Camargo, foi convidado para ser o assistente técnico de Falcão. Sem falar especificamente sobre a contratação de Falcão, o vice de futebol colorado, Roberto Siegmann, admite as dificuldades: “Se é uma decisão de risco? Claro que é. Evidente que o Inter está correndo risco. Dia 19 (data do jogo contra o Emelec), vamos ver se a decisão é correta ou incorreta”, diz.

Mas o clube analisou outras opções. Dorival Júnior era o preferido, mas ele tem contrato com o Atlético-MG e não vai sair. Geninho, atualmente demissionário no Atlético-PR, também teve o nome especulado. A quarta é ultima alternativa era Dunga, mas chegou-se a conclusão de que seu temperamento é parecido com o de Roth.
Falcão recebe o primeiro reforço na segunda-feira. O lateral Fabrício, ex-Portuguesa, foi contratado ontem. Weldinho, do Paulista de Jundiaí, virá após o Paulistão.

Pressão da torcida derrubou Roth

A pressão da torcida foi irresistível para a direção do Inter. A princípio, a ideia era manter Celso Roth, mas o clamor das arquibancadas falou mais alto. O treinador foi demitido no início da noite de hoje, horas depois de desembarcar em Porto Alegre vindo do México.

A derrota para o Jaguares, quarta-feira, foi a gota d’água para Roth. Depois disso, os telefones e as caixas de e-mails do Beira-Rio foram entupidos de mensagens de colorados irados, convencendo os dirigentes de que Roth “não tinha mais clima”. Ele desembarcou no aeroporto com a delegação, foi no ônibus do clube até o estádio, comandou o treino e, em seguida, foi comunicado do fim da sua terceira – e mais vitoriosa – passagem pelo Inter.

“Há algum tempo, constatamos uma inconformidade com o trabalho do Roth, principalmente por parte da torcida. Não é um fato fundamental, mas também é importante. Por isso, substituímos o Roth”, reconhece o vice de futebol Roberto Siegmann. Foi ele próprio quem comunicou o treinador.

Siegmann chegou ao Beira-Rio, após reunião na casa de Fernando Carvalho, aproximadamente às 19h. Em seguida, chegou o presidente Giovanni Luigi. Ambos reuniram-se com Roth, encontro que não durou mais de 15 minutos. Em seguida, a entrevista coletiva do técnico, que ocorre todas as sextas-feiras, foi cancelada. Em seu lugar, falou Siegmann, que oficializou a demissão. Roth foi embora antes das 20h reclamando do assédio dos fotógrafos e dos flashes.