Em crise, Inter é credor de dívida milionária da BRio

O Inter atravessa uma das mais graves crises financeiras de sua história. E não é exagero afirmar que encontrar dinheiro para pagar os jogadores e os funcionários a cada 30 dias é um exercício de criatividade. Entretanto, por outro lado, o clube se mantém credor da BRio, que é parceira na administração do Beira-Rio, há quase uma década com uma dívida que encosta em pelo menos R$ 16 milhões, dinheiro que seria suficiente, por exemplo, para pagar uma folha e meia do futebol profissional.

A pendência é histórica e tem origem no acordo que possibilitou a reforma do estádio, pronto em 2014. No contrato, ficou acertado que as despesas de manutenção de todo o complexo (água, energia elétrica, segurança, limpeza, reformas, etc) que não poderiam ser individualizadas (ou seja, impossíveis de determinar quem deu origem ao gasto), durante o prazo de duração da parceria (20 anos), seriam fatiados na proporção de 34% para a BRio e 66% para o clube.

Mas o Inter, em geral, bancou as contas sempre. Em 2019, após solicitação de explicação por parte de um conselheiro, o clube admitiu a existência da dívida, que estava em R$ 16,5 milhões. Depois, em 2021, houve nova pactuação do valor, reduzido para cerca de R$ 12 milhões. A partir daí, cresceu R$ 2 milhões por ano na medida que o clube segue bancando as despesas do estádio.

O valor é acompanhado pelas áreas operacionais do clube e da BRio, que trocam informações e atualizam o valor da dívida como uma espécie de “conta corrente” mensalmente. Mas, apesar das permanentes conversas entre os executivos dos dois lados, não há uma desfecho em vista da pendência.

O CP entrou em contato com a Brio e com o Inter, mas ambos preferiram não se manifestar sobre a pendência. A pessoas próximas, o presidente Alessandro Barcellos disse que espera resolver o problema até o final de sua gestão e não descartou a judicialização da discussão.