Falcão completa 60 anos e espera voltar a treinar
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Falcão completa 60 anos e espera voltar a treinar

Ex-jogador é técnico trabalha por melhorias aos colegas de profissão

Lancepress e AFP

Ex-jogador é técnico trabalha por melhorias aos colegas de profissão

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O ex-jogador e técnico Paulo Roberto Falcão, um dos maiores ídolos da história do Internacional, completa 60 anos nesta quarta-feira, dia 16 de outubro. E ele ainda está longe de deixar o futebol. A história iniciada como profissional no Colorado em 1973 não tem nada para terminar.  "O meu momento é de expectativa, de esperar o que vai acontecer daqui pra frente, até porque o ano está terminando. Acho que os times deveriam se preparar para o ano que vem já. No máximo, no mês de novembro para ter uma ideia bem precisa do que se quer no ano que vem", afirmou.

Falcão brincou sobre o aniversário. "(Espero que completar 60 anos) que não doa! (risos) Eu me lembro que quando fiz 50 anos, teve uma festa surpresa, na qual o Pelé disse em um vídeo: "Fazer 50 anos não dói". Já o Juca Chaves (músico) disse pra mim assim: "A vida começa aos 50... na farmácia"! (risos) Mas 60 anos é uma idade forte, marcante, me sinto bem", destacou

Falcão começou a sua carreira como técnico em 1991, após ser convidado para comandar a Seleção Brasileira. A passagem não foi das melhores e, após menos de um ano, acabou substituído por Parreira. Na sequência, conquistou títulos pelo América do México, treinou pela primeira vez o Internacional e, depois, a seleção do Japão antes de trabalhar como comentarista entre 1996 e 2010, função que já havia exercido. Falcão decidiu que tinha de voltar a ser técnico e assumiu, em 2011, novamente o Inter, de onde foi demitido por "questões políticas" em um episódio que ainda o magoa. No ano seguinte, ajudou o Bahia a encerrar um jejum de 11 anos sem títulos estaduais e chegou ao segundo título consecutivo em seu retorno como treinador – havia conquistado o Gauchão pelo Colorado.

"A gente nunca sai do futebol, nem o futebol sai da gente. Às vezes, a gente dá um tempo, faz outras coisas. Trabalhei muito tempo na imprensa, comecei já em Roma, quando eu jogava, fazia televisão. Depois, vim pro Brasil, fiquei muito tempo na Globo. São as opções que tenho, como continuar com treinador. Se tiver uma oportunidade de um trabalho que acho que tem que ser feito, com bom início, acho que o início é fundamental. Evidentemente é uma profissão que me agrada muito, embora seja muito desgastante", destacou Falcão, antes de revelar a sua expectativa para voltar a comandar uma equipe para a próxima temporada.

O tempo sem trabalhar diretamente com futebol – Falcão foi demitido do Bahia em 20 de julho de 2012 e, desde então, não assumiu outra equipe – proporcionou ao ex-volante outras experiências. No fim do ano passado, ele lançou o livro "Brasil 82 – O time que perdeu a Copa e conquistou o Mundo", e antes havia feito um intercâmbio na Fiorentina. Falcão também teve a oportunidade de visitar o Real Madrid ainda comandado por José Mourinho, e conversar com Cesare Prandelli, atual técnico da seleção italiana, e Arrigo Sacchi, treinador que fez história no Milan e comandou a Itália na Copa de 1994. Foram experiências importantes para a sua carreira.

"Tive uma semana na Fiorentina, estava fazendo intercâmbio. Eles têm muito interesse em saber como é que joga, treina. Acho que é fundamental saber como é que treina, e saber como é fazer de modo geral. É fundamental fazer este intercâmbio, saber o que está sendo feito no futebol, e eu sempre respeitei muito o futebol da Itália. Basta dizer que ela tem quatro títulos mundiais, um a menos que nós. Respeito muito a qualificação de seus treinadores. Faço isto (intercâmbio) sempre.

Engajamento

Falcão não está interessado apenas em voltar a ser técnico. Ele é um dos profissionais engajado em melhorias para os seus colegas de profissão, assim como ficou claro no lançamento da Federação Brasileira dos Treinadores de Futebol (FBTF) no dia 19 de agosto deste ano, em São Paulo. Ele é um dos fundadores e, ao lado de Vagner Mancini, Dorival Júnior e Caio Júnior, um dos vice-presidentes da entidade, que busca mais respeito para os treinadores de futebol no Brasil.

"Esta conversa (Federação) começou em fevereiro. Conversei longamente com o Mancini, e depois voltamos a falar em março, até fundarmos em agosto a Federação. Muitos treinadores são demitidos e seus direitos não são regularizados, e aí falo de direitos econômicos. E aí de repente, o treinador fica sem receber, e fica na dúvida se entra na Justiça ou não, e demora mais tempo para receber, é uma coisa difícil. Direitos e deveres, de serem contratados por mínimo de tempo ", disse Falcão, antes de completar:

"Entendo que treinadores tenham de ser contratado com um mínimo possível de tempo, entendo que tenha de dar um ano para trabalhar. Isto, para mim, ajudaria os clubes na escolha de seu profissional, porque sabe que vai ter de segurar por um ano se errar na escolha, e se demitir, vai ter de arcar com um valor pago na saída do profissional. Acho que isto ajuda até os clubes", disse.

Ao ser perguntado sobre a comparação feita por Dunga, demitido do Internacional no último dia 4, que o meio do futebol quer"ver sangue", o que explicaria a rotatividade dos treinadores no Brasil, Falcão evitou entrar em polêmica.

"Eu não sei se faria esta comparação. Mas para você ter a ideia, em abril, o Mancini me deu um dado que fiquei preocupadíssimo: em todas as Séries do Brasil, em dois meses, tinham sido demitidos 168 treinadores. Isto é preocupante, porque as demissões as vezes não tem razão de ser, é mais uma resposta pra torcida, pro momento. As vezes não se tem convicção. A convicção vai sendo criada em cima dos resultados. Se quando tu ganha, a convicção é boa, quando perde, a convicção não é boa".


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