Inter vence Bolívar com dois gols de Valencia e garante vaga na semifinal da Libertadores

O Inter cumpriu as projeções e não tomou conhecimento do Bolívar, nesta terça-feira no Beira-Rio. E a festa no estádio lotado ainda teve um grande anfitrião: Enner Valencia foi o maestro artilheiro da vitória por 2 a 0, que coloca os colorados na semifinal da Libertadores, com o sonho do tricampeonato cada vez mais forte.

De volta entre os quatro melhores da competição após oito anos, o Colorado espera o vencedor do duelo de Olimpia e Fluminense, na quinta-feira, para conhecer seu rival na luta por uma vaga na decisão no Maracanã. 

Valencia decide

Em vantagem pelo jogo de ida, os comandados de Coudet buscaram ocupar o campo dos bolivianos logo cedo, apenas com Mercado e Hugo Mallo fazendo uma espécie de sobra. Ainda assim, a primeira chance foi do Bolívar, desesperado pelo gol da sobrevida continental.

Aos 4, Bejarano fez cruzamento perigoso, Rochet se atrapalhou na disputa aérea, mas René já chegava para proteger. Na sequência, Rony Fernandez buscou fora da área, fez a tabela e chutou forte. Desviou na zaga em escanteio.

Só que o Colorado manteve o controle, ocupou os espaços e aproveitou a ânsia do Bolívar para abrir o placar. Aos 11, uma escapada mortal. Wanderson ganhou na velocidade pela esquerda e cruzou rasteiro com todo o açúcar. Valencia leu as linhas com perfeição e ficou livre na área para fulminar de primeira o 1 a 0. 

O Inter continuou em cima e Maurício perdeu a chance de ampliar ao 18. Alan Patrick recebeu na área, resolveu bem entre os marcadores e fez a assistência. Maurício tentou o chute de primeira e mandou rente ao poste esquerdo.

E teve mais Valencia, que azucrinava a vida da zaga boliviana. Aos 25, Aránguiz ganhou no meio e lançou. Valencia ganhou na corrida e não teve dúvidas cara a cara do goleiro. Chutou firme no canto direito para o que seria o 2 a 0. Um passo fez a diferença para o VAR cravar o impedimento.

Aos 28, Hugo Mallo teve duas intervenções importantes. Rony Fernandez apostou na velocidade, foi trombando com a zaga e conseguiu cruzamento. A zaga afastou, a bola ficou viva na área e o zagueiro improvisado despachou. Logo em seguida, Bejarano recebeu na cara do gol, a um passo da risca da pequena área, mas Hugo Mallo foi cirúrgico na recuperação para dividir em escanteio.

O Bolívar tentava a reação, mas as grandes chances seguiam com o Colorad. Aos 35 min, Aránguiz lançou Maurício nas costas da zaga, ele deu um toquinho para tirar do goleiro, mas Bentaberry tirou o gol certo. O Inter manteve a pressão, Wanderson ganhou de novo na esquerda e cruzou para a área, Johnny ajeitou e Valencia chegou batendo de chapa, a zaga prensou.

Confusão fora do estádio

Com o primeiro tempo já terminando, a partida foi interrompida por gás de efeito moral. Intervenção da Brigada Militar fora do Beira-Rio acabou vazando a substância para dentro do estádio, o que foi alertado por Valencia e o goleiro do Bolívar. 

No retorno, uma boa combinação de Valencia e Alan Patrick acabou desperdiçada por Maurício. Antes do apito, Rochet precisou trabalhar. Chico Costa foi lançado na meia-lua, tinha espaço e chutou forte. O uruguaio bem colocado defendeu com tranquilidade.

Rochet brilha

A arrancada do segundo tempo teve o Bolívar novamente tentando acelerar o jogo. Mas uma das poucas chances dos bolivianos seria por aí. Rony Fernandez foi atropelando tudo dentro da área e conseguiu desviar de leve com a cabeça. Rochet catou firme e atento.

O Inter respondeu com qualidade e número. Aos 9, Bustos cruzou na área, Valencia fez a parede e ajeitou para Alan Patrick. O meia demorou a chutar e bateu prensado. Sobrou no rebote e Maurício chegou batendo cruzado. A bola triscou o poste esquerdo.

O Colorado continuou em cima. Alan Patrick recebeu no meio e tentou fazer tudo sozinho. Tirou de dois, cortou para a meia-lua e chutou colocado, mas saiu em tiro de meta. 

Aos 13 minutos, Valencia brincou de ir às redes. Maurício tocou para a área com o equatoriano totalmente impedido. Ele fez que não ia na bola, mas resolveu ir, girou com o pé por cima e fez o gol, total e claramente anulado. Mas era um ensaio. No minuto seguinte,  Valencia antecipou lançamento para Bustos e invadiu a área. Fez que ia cruzar, mas driblou Bentaberry e no mesmo corte bateu cruzado para o fundo das redes. Dois a zero inapelável.

Aos 38, a festa era tal que a torcida do Inter conseguiu comemorar em pênalti contra. Isso por ter na meta Rochet. Nico Hernandez botou a mão na bola e o VAR confirmou. Rony Fernández cobrou no canto direito e o goleirão uruguaio foi buscar para o Beira-Rio sacudir de novo.

O Bolívar não assustou mais e as arquibancadas fizeram uma linda festa com luzes e muita vibração. O Inter está entre os 4 melhores times da América do Sul mais uma vez.

Libertadores - quartas de final

Inter 2
Rochet; Bustos, Mallo, Mercado (Nicolás Hernández) e Renê; Johnny (Gabriel), Aránguiz (Bruno Henrique), Maurício (Carlos de Pena) e Alan Patrick; Wanderson e Enner Valência (Luiz Adriano).
Técnico: Eduardo Coudet.

Bolívar 0
Lampe; Bejarano, Bentaberry, Nicolás Ferreyra e Jesús Sagredo; Justiniano (Ramiro Vaca), Villamíl e Bruno Sávio (Algarañaz); Pato Rodríguez (Saucedo), Chico (Francisco da Costa) e Ronnie Fernández.
Técnico: Beñat San josé.

Gols: Enner Valencia (11min/1ºT e 14min/2ºT).
Árbitro: Esteban Ostojich (URU).
Cartões amarelos: Maurício e Alan Patrick (I); Bejarano, Bentaberry, Nicolás Ferreyra, Bruno Sávio e Ronnie Fernández (B).
Público: 49.137 torcedores.
Local: Beira-Rio.