Por unanimidade, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, em sessão nesta quinta-feira ,14, acatou os argumentos do Ministério Público do Rio Grande do Sul e deferiu o recurso que pedia o prosseguimento da ação penal envolvendo o "núcleo futebol" das investigações sobre a gestão de Vitorio Piffero no Internacional, entre 2015 e 2016. Com isso, o ex-vice de futebol, Carlos Pellegrini, além de empresários e o ex-jogador do Internacional, Paulo Cézar Magalhães, serão julgados no processo que apura o crime de estelionato, entre outros.
A decisão de ontem do Tribunal de Justiça reverte uma anterior que, em primeira instância, extinguiu o processo sem a análise do mérito. "Aquela decisão levaria à extinção do processo e à não punição dos culpados. Por isso, o Ministério Público recorreu e, ontem (quinta-feira), o Tribunal de Justiça acolheu o nosso pedido. Agora, o 'núcleo futebol', que é o mais atrasado de todos aqueles que envolveram aquela gestão, terá continuidade normal", afirmou o promotor do Ministério Público, Flávio Duarte, responsável pelas investigações desde o início.
O Procedimento Investigatório Criminal (PIC) que apurou possíveis delitos na gestão Piffero foi iniciado em novembro de 2017. Em 20 de dezembro de 2018, o Ministério Público realizou uma operação de busca e apreensão nos endereços residenciais e profissionais de 20 suspeitos. Dois anos após o início das investigações, o Ministério Público apresentou a denúncia à Justiça. De acordo com as investigações, que incluíram a quebra do sigilo bancário dos acusados, Pellegrini teria obtido mais de R$ 230 mil em "comissões" para viabilizar negociações de jogadores como Paulo Cézar Magalhães, Cláudio Winck, Alisson, Ariel e Réver.
Além do “Núcleo Futebol”, que envolve principalmente o ex-vice de futebol, Carlos Pellegrini, o Ministério Público também investigou e apresentou denúncias à Justiça sobre outros temas, incluindo obras, patrimônio e turismo, pedindo a responsabilização de outros dirigentes, entre eles o próprio ex-presidente Vitorio Piffero. Todos eles seguem tramitando na Justiça, aguardando julgamento.
Fabrício Falkowski