Luigi pretende marcar reunião com AG sobre obras do Beira-Rio

Com exceção de torcer, os dirigentes colorados pouco ou nada podem fazer para, neste momento, evitar o debacle da parceria com a Andrade Gutierrez, o que fatalmente selaria a saída do Beira-Rio dos cenários da Copa de 2012. Para evitar o pior, o presidente do Inter, Giovanni Luigi, pretende se reunir com dirigentes da construtora com intenção de encaminhar a assinatura da parceria. Ele não conseguiu contato com os executivos da Andrade Gutierrez ontem, mas deverá fazê-lo hoje. "Vamos tentar marcar uma reunião para quarta ou quinta-feira", disse.

No Beira-Rio, a ideia que se tem é de que tudo o que estava ao alcance foi feito e em tempo hábil. Agora, é a Andrade Gutierrez que deve acelerar, junto ao Banrisul ou a qualquer outro banco, a obtenção do empréstimo que viabilizará a obra. E é essa sensação de impotência, misturada à tensão, que mais tem irritado os dirigentes do Inter.

Nessa segunda-feira, surgiu a informação de um possível ultimato do Comitê Organizador Local (COL) da Copa ao Inter e à Andrade Gutierrez. Ou assina o contrato até sexta-feira e reinicia a reforma logo, ou a Fifa descredenciaria o Beira-Rio. Em caso negativo, a competição iria para a Arena do Grêmio, que segue sendo construída a passos largos na zona Norte, ou - pior - deixaria o Rio Grande do Sul. Luigi evitou de comentar a notícia sobre o tal ultimato, divulgado a partir de informações colhidas por repórteres que cobrem o amistoso da Seleção Brasileira na Suíça. "Não posso comentar sobre uma hipótese. Não recebi nenhum comunicado oficial", afirmou.

Mais tarde, o COL informou por meio de nota que não impôs prazo para o desfecho com imbróglio entre Inter e Andrade Gutierrez. Por outro lado, o texto afirma que o "COL monitora a situação de perto e continua na expectativa da assinatura do contrato o mais breve possível".

A situação de profunda indefinição movimentou os bastidores políticos gaúchos. O governador Tarso Genro reconheceu a situação de dificuldade e admitiu o risco de o Beira-Rio não receber jogos da Copa. O prefeito de Porto Alegre, José Fortunati, por outro lado, garantiu que a cidade será palco do evento, mesmo que na Arena. Já existe uma mobilização para que o estádio gremista, apesar de todas as manifestações em contrário, volte a ser uma opção. A hipótese, inclusive, foi confirmada por integrantes do COL.

De qualquer forma, a Fifa confirmou que fará uma vistoria no Beira-Rio no dia 7 de março. Além do estádio, os executivos da entidade avaliarão o andamento de obras em Porto Alegre, sobretudo as de mobilidade urbana ao redor do Beira-Rio.