No retorno ao clube do coração, Falcão reafirma amor pelo Inter
Técnico exibe bandeira, acena para a torcida e elogia principais jogadores do grupo
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Depois da concorrida entrevista coletiva, Falcão se dirigiu ao gramado em que fez história com a camisa 5. Os torcedores que o aguardavam nas sociais do Beira-Rio vibraram com os esperados acenos. O técnico-ídolo agarrou ainda uma bandeira do clube e a exibiu com orgulho. Estava realizada a primeira tarefa.
Em seu discurso, garantiu: “É evidente que o Inter é diferente para mim. Um gol do Inter, um título do Inter sob meu comando tem outro peso”.
Além da torcida, Falcão tratou de estabelecer relação com o grupo de jogadores. Chamou os líderes do time – Bolívar, D'Alessandro, Sobis, Tinga e Kleber – para escoltá-lo durante a coletiva, e os elogiou um por um. Perguntou até pelo Bolívar pai, seu amigo nos anos 1970: "O Cachorrão está bem?" Garantiu, ainda, não querer brilhar mais que ninguém vestido de vermelho e branco. “Não quer ser protagonista, quero participar junto com eles”, afirmou.
O hiato na sua carreira de treinador, garantiu, não será problema: “Eu venho me preparando para voltar ao futebol tem algum tempo. Isso acelerou depois da Copa do Mundo”, contou. “Eu me preparei, acho que esse é o momento.”
Antes “anestesiado”, sentimento volta com tudo
Nas suas primeiras palavras, Falcão lembrou do sentimento que nutre pelo Inter: “Cheguei aqui com 11 anos e saí com 27”, recordou ele, que participou inclusive da campanha de doação de tijolos para erguer o Beira-Rio. Porém, o sentimento, apesar de grande, estava “anestesiado” nos últimos 15 anos, em função de ele ter virado comentarista. “Tinha que ser imparcial”.
A partir de hoje não precisa mais. E esse carinho volta com força: “Como homem de imprensa, eu tinha a necessidade, por ser muito profissional, e ser remunerado para dar opinião, mas era aquela a minha função. Isso hoje muda. Com todo o respeito que eu tenho com as pessoas de imprensa, eu estou do outro lado. Estou do lado dos atletas, da instituição, do Inter”.
Para ilustrar, ele evitou comparações entre a sua geração e a atual. Ao contrário, quer somar as conquistas: “São tempos diferentes. O Inter maravilhoso que eu participei nunca foi campeão da Libertadores, eles foram. A maior conquista que o Inter teve foi esse time de hoje. Eu quero me juntar com eles para ser campeão da Libertadores e do Mundial”, afirmou ele, observado atentamente por Kleber, Bolívar, D'Alessandro, Rafael Sobis e Tinga, que representaram o elenco. A receita para o sucesso, ele disse já ter: “No futebol tem que conseguir resultado com alegria”.
Campeão invicto em 1979, Falcão sentiu “inveja” do time de 2006
O novo técnico conhece a torcida como poucos. E quer que seus comandados tenham respeito por ela. Confessou que sentiu até um pouco de inveja em 2006, quando milhares de torcedores colorados acompanharam a delegação até o aeroporto, antes do embarque para o Mundial, no Japão. “Recentemente, eles foram em 10 mil pro Mundial. Temos que ter respeito e o maior carinho por essa gente”, pregou.
O trabalho de Falcão, ao lado do auxiliar Julinho Camargo, também apresentado nesta segunda, começará oficialmente no treino desta terça-feira. No sábado, fará sua reestreia na casamata, contra o Santa Cruz, pelas quartas de final da Taça Farroupilha. Na terça seguinte, o Inter recebe o Emelec na obrigação de não perder para avançar na Libertadores.