"Quero curtir o momento", diz Paulo Roberto Falcão
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"Quero curtir o momento", diz Paulo Roberto Falcão

Técnico fala com exclusividade ao Correio do Povo sobre o Inter e seus projetos

Fabrício Falkowski / Correio do Povo

Técnico fala com exclusividade ao Correio do Povo sobre o Inter e seus projetos

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Quando deixava o campo suplementar na última quinta, Falcão viu alguns torcedores, talvez meia dúzia, chamando por sua presença atrás do alambrado. Em um aceno rápido ao segurança, permitiu a entrada deles, que vieram em desabalada carreira. Atendeu um a um. Tirou fotos, sorriu, deu autógrafos. Esse é Falcão, ídolo de uma época grandiosa da história colorada que agora volta para comandar o time na Libertadores. Sua presença na casamata serenou a torcida. Era a primeira tarefa proposta pela direção. A segunda, acertar o time em campo, está em aberto. Falcão conversou com o CP na manhã de ontem.

A seguir, os principais trechos:

A sua estreia na carreira foi na Seleção. Começar em um clube seria menos complicado?
Muita gente começou por seleção. O Klinsmann, o Beckembauer, o Platini. Acho que as coisas começam quando têm de começar. Veio o convite e eu aceitei. Acho que fiz um bom trabalho, lancei vários jogadores.

Foto: Vinicius RorattoMas foi um começo difícil.
Sim. Fizemos uma renovação na Seleção sem ter jogadores. Apareceu muita gente graças ao laboratório que começamos. Os mesmos jogadores foram campeões do mundo em 1994.

Você sentiu-se traído pela CBF e por Ricardo Teixeira?

Fiz um contrato de um ano. Depois, quando pensamos em renovar, foram pedidas algumas coisas que não concordei. Então, saí.

Que coisas?
Anuência nas convocações, liberação da lista dos convocados 72 horas antes para a CBF. E aí vazava... Coisas ruins.

Sua primeira passagem como treinador pelo Beira-Rio não foi um sucesso. Por quê?
Estamos falando de 1993 e não podemos fazer uma análise só do resultado. Vou te dar um dado: eu, como treinador, nunca perdi no Beira-Rio. Não ganhamos todos os jogos, mas nunca saí derrotado do Beira-Rio. O Inter vivia outra realidade, tinha muitas dificuldades financeiras. Pagava o terceiro mês, deixando dois para trás, para não perder o vínculo dos jogadores. Além disso, entrei para fazer uma reformulação. Contratamos vários jogadores em uma semana. Foi montado um time às pressas.

Você estava há 15 anos atuando em TV. Por que a direção apostou em você agora?
Tem treinadores que estão trabalhando há 15 anos e não conseguem acertar um time. Não pode haver preconceito. Na real, nunca fiquei afastado. Fui a oito Copas do Mundo, conversei com os melhores técnicos do mundo.

Foto: Vinicius Roratto Mas é bastante tempo longe do vestiário.

Isso é uma coisa que dizem e incomoda. Falei com técnicos para ver o que tinha mudado. Eles riram. Nada mudou.

Você já falou que gostaria de ficar um longo tempo no Inter. Mas isso é quase impossível, pois não é a cultura do futebol. Como projeta o futuro?
Não sei o que vai acontecer. Estou vivendo um momento importante da minha vida, estou feliz. Acho tudo excelente. O Beira-Rio estava lindo no sábado, maravilhoso na terça-feira. Se eu ficar me preocupando com o amanhã, não consigo viver isto. Quero curtir o momento sem pensar no futuro.

Mas o futuro será como treinador ou como homem de TV?
De preferência, como treinador, aqui ou em outro lugar. Espero que aqui. Esse é o desafio.

Como jogador, você chegou próximo do título da Libertadores. Agora, como técnico, tem a chance de realizar esse sonho. Como vê a oportunidade?
Eu não conquistei a Libertadores por um gol (em 1980). Mas para mim não tem essa obsessão. Eu tenho desejo. Obsessão atrapalha, tira a naturalidade. Estou trabalhando para conquistar o título, mas é difícil. Não dá para esquecer que eu não peguei o time em 1º de janeiro. O time está se reconstruindo.

O que falta arrumar no time? O ataque te preocupa?
Tem muita coisa para melhorar. No futebol, nada é definitivo. Hoje, estamos no 4-4-2, mas daqui a pouco posso fazer uma avaliação e mudar. Mas o princípio, vamos manter o que está aí: se impor e agredir o adversário.

O esquema que está sendo implantado no Inter agora é inspirado em algum time?
É o mesmo esquema que usei no Inter em 1993. É convicção antiga. O time era Gato Fernandez, Marcão, Vladimir, Adílson e Daniel ou Ricardo. No meio tinha Mazinho Loyola, Djair, Daniel Frasson e Luizinho. O ataque era Paulinho e Vágner, que machucou. Daí, trouxemos o Mazinho Oliveira. O que você achou do primeiro tempo com o Emelec?

Foto: Vinicius Roratto Ruim. Depois, no segundo, melhorou.
Pois é. Mas foi ruim porque eles também jogaram com duas linhas de quatro. Não é fácil entrar numa defesa assim.

Como está o vestiário do Inter, cheio de jogadores consagrados, ricos e inteligentes?

Tudo isso é verdade, mas eu noto que eles, apesar de tudo, querem ganhar mais. Sinto que eles querem ganhar de novo, pois sabem que é bom ganhar.

Você prefere o seu Inter como a Seleção de 1982 ou 1994?
Tua pergunta se autorresponde. A comparação é entre um time que ganhou e um time que perdeu, e eles, na própria pergunta, tem o mesmo peso. Fico com a de 1982, sempre.

O futebol hoje é mais difícil?
Não, é mais corrido. Mas o jogador técnico sempre leva vantagem.


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