Investigação independente revela "abusos sistêmicos" no futebol feminino dos Estados Unidos

Investigação independente revela "abusos sistêmicos" no futebol feminino dos Estados Unidos

Relatório apresentado no início da semana indica que são frequentes casos de abuso e assédios verbais e sexuais

R7

Jogadoras do North Carolina Courage, time da jogadora brasileira Debinha

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Uma investigação sobre uma série de omissões e abusos dentro da Liga de Futebol Feminino dos Estados Unidos foi apresentada no início desta semana. O relatório aponta erros no combate e prevenção de abusos sexuais e verbais na WNSL (Women's National Soccer League) e na USSF (US Soccer Federation). Os casos foram identificados em times de base, como também na elite do futebol feminino do país, o que tornou os abusos "sistêmicos".

"O abuso na NWSL está enraizado em uma cultura mais profunda no futebol feminino, começando nas ligas juvenis, que normaliza o treinamento verbalmente abusivo e borra as fronteiras entre treinadores e jogadores”, afirma trecho da investigação.

No ano passado, após a imprensa estadunidense divulgar uma reportagem sobre os abusos cometidos pelo técnico Paul Riley, que comandava a equipe do North Carolina Courage, contra as atletas Sinead Farrelly e Meleana Shim, a USSF encomendou uma investigação sobre as alegações de má conduta nos times do país.

O escritório da ex-procuradora-geral dos EUA, Sally Yates, responsável pelo pedido, analisou que Meleana foi assediada em 2015 por Riley, quando os dois eram do Portland Thorns. A jogadora rebateu as tentativas de aproximação feitas pelo técnico, mas acabou perdendo espaço na equipe. Sinead também acusou o ex-treinador de coagí-la a iniciar uma relação.

Na época, o Portland Thorns demitiu Riley, mas as causas pela saída do técnico foram omitidas e se tornaram um exemplo de como a liga e os dirigentes dos clubes falharam em responder apropriadamente quando confrontados com evidências de abuso.

"As equipes, a Liga e a Federação [...] falharam em instituir medidas básicas para prevenir e lidar com isso, mesmo quando alguns líderes reconheceram em particular a necessidade de proteções no local de trabalho. Como resultado, treinadores abusivos passaram de equipe para equipe, levados por comunicados de imprensa agradecendo-lhes por seu serviço", apresenta a investigação. 

O relatório feito por Sally Yates concluiu que os assédios sistémicos que aconteceram na Liga de Futebol Feminino não eram apenas sexuais, como também morais. No Chicago Red Stars, o treinador da equipe, Rory Dames foi acusado por falas degradantes de manipulação de poder com as jogadoras do time. 

Na investigação, três times da NSWL foram acusados de não cooperar nos casos: o Portland Thorns, o Chicago Red Stars e o Racing Louisville. No fim do relatório, a NSWL e a USSF foram criticadas pela maneira que agiram perante os casos, já que não tomaram atitudes apropriadas, mesmo cientes das situações.


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