Juan Pedro Damiani demite-se do Comité de Ética da Fifa
Dirigente uruguaio teve nome citado no caso "Panama Papers"
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A nota da Fifa apenas refere-se à demissão de Damiani, conhecido como um “cruzado” contra a corrupção no futebol sul-americano enquanto membro daquele comitê. O dirigente também é presidente do Peñarol.
Juan Pedro Damiani, de 58 anos, já estava sob investigação nos Estados Unidos, por estar ligado a negócios com o antigo vice-presidente da Fifa Eugenio Figueiredo, acusado de corrupção pela Justiça norte-americana. Os Papéis do Panamá revelam que a sociedade de advogados de Damiani atuou como intermediária na constituição de uma empresa ligada a Eugenio Figueiredo e a dois outros homens acusados no escândalo de subornos na Fifa.
Segundo o Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação, que coordenou todo o noticiário conhecido como Papéis do Panamá, Damiani tratou de processos de sete companhias relacionadas com Figueiredo e instaladas no paraíso fiscal.
Os mesmos documentos mostram que a sua sociedade de advogados também serviu uma empresa em Nevada (Estados Unidos) ligada a dois outros suspeitos do caso Fifa, o empresário Hugo Jinkis e o seu filho Mariano, também eles sob investigação da Justiça norte-americana, pelo suposto pagamento de dezenas de milhões de dólares de suborno pela obtenção de direitos de televisão na América do Sul. "Os registos não revelam conduta ilegal de Damiani ou da sua firma, mas levantam novas questões sobre o próprio e a Fifa", diz o Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação.