Lynsworth Headley é a linhagem de "muitos Bolts" no Mundial Master

Lynsworth Headley é a linhagem de "muitos Bolts" no Mundial Master

Atleta de competiu na Olimpíada de 1964 e agora busca ser o mais rápido em Porto Alegre

Carlos Corrêa e Fabrício Falkowski/Correio do Povo

Atleta de competiu na Olimpíada de 1964 e agora busca ser o mais rápido em Porto Alegre

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Em 1964, Usain Bolt sequer estava perto de nascer. O atletismo jamaicano, no entanto, já fazia bonito nas pistas, com três representantes nos Jogos Olímpicos de Tóquio para a prova dos 100 metros rasos. Quase 50 anos depois, um deles está em Porto Alegre para a disputa do Mundial de Atletismo Master. E assim como o compatriota mais famoso, sabe que o fato de ostentar um uniforme com o emblema da ilha caribenha o credencia como um dos favoritos ao título. Mas a modéstia parece tomar conta de Lynsworth Headley.

Hoje, aos 70 anos, Lyndie já cruzou os 100 m em 10s30 na década de 60. A meta a ser atingida nesta sexta-feira, na pista do Cete é bem mais modesta: 14 segundos. “Não treino mais como deveria, me preparo apenas três vezes por semana. Ninguém precisa temer por competir comigo”, diverte-se o jamaicano.

Dos Jogos em Tóquio, tem memórias pouco específicas. No entanto, deixa-se levar por um certo tom de nostalgia ao afirmar que naquela época as competições eram mais simples e não havia tanta pressão sobre os atletas. As boas marcas no passado evidenciam que a velocidade não é novidade para os jamaicanos. O segredo, diz ele, está na cultura. “Temos um sistema que encoraja os jovens a participar do atletismo. Temos muitos outros Bolts ainda a serem descobertos por lá”, afirma.

Reflexo de tempos diferentes, Lyndie revela que parou de competir profissionalmente ainda cedo, com 24 anos. “Na época, não havia os incentivos que existem hoje como, por exemplo, a Liga de Diamante”, justifica. Fora das provas, continuou nas pistas, mas desta vez como treinador. Foi preciso que se passassem mais 30 anos até que, convencido pelos próprios alunos, voltasse a competir. Desde então, brilha nas competições master, com o recente acréscimo de uma frequente resposta: “A cada dez pessoas que sabem que sou jamaicano, dez me perguntam sobre Bolt. Ele é um fenômeno, uma estrela”, diz, orgulhoso do filho mais famoso da ilha no momento.

Histórias "hermanas" de um "atleta louco"


Os cabelos escurecidos e, sobretudo, a animação contagiante camuflam os 75 anos de Daniel Cuenca. Irrequieto nas arquibancadas da Sogipa, ele aguardava o término das provas do decatlo na tarde desta quinta-feira sem muita esperança de medalha quando foi interpelado pela reportagem do CP. O fato de não subir ao pódio do Mundial, porém, não lhe diminui o entusiasmo. “Sou um tipo que ama a vida. Por isso estou aqui. Amo a vida, amo as pessoas. Estou desfrutando”, afirma o argentino, que apressa-se em orgulhosamente emendar: “Estou lesionado. Por isso, não estou muito bem na competição”.

Junto com vários amigos, ele cruzou de ônibus a Argentina e boa parte do Rio Grande do Sul para participar do Mundial. Sua cidade natal, Clorinda, fica na província de Formosa e é muito mais próxima de Assunção, no Paraguai, do que de Buenos Aires. “Não gosto de ficar parado. Esta é a minha vida”, continua o ex-soldador que começou a praticar atletismo somente aos 49 anos.

Composto por dez provas, o decatlo é considerada a competição mais difícil do programa do atletismo. É exclusiva dos homens e, antigamente, o seu vencedor em Olimpíadas era ovacionado como o “Rei dos Atletas”. Então, por que, aos 75 anos, a opção pelo decatlo? Cuenca agita-se na arquibancada outra vez, infla o peito e fulmina: “Porque sou louco. Aliás, todo o declatista é louco”.

A participação oficial de Cuenca no Mundial se encerrou, mas ele não pensa em ir embora tão cedo. Promete aproveitar o evento até o final. “Sabe o que mais gosto no Brasil? As mulheres”, suspira o argentino, alisando sem nenhuma pressa os cabelos.

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