Maioria das campeãs do mundo pela Espanha decide não voltar à seleção

Maioria das campeãs do mundo pela Espanha decide não voltar à seleção

Em nota, jogadoras não consideraram suficientes as mudanças realizadas na Federação Espanhola de Futebol, após o escândalo do beijo não consentido de Luis Rubiales na atacante Jenni Hermoso

AFP

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Todas as jogadoras campeãs do mundo pela Espanha, exceto duas, consideraram nesta sexta-feira (15) que as mudanças realizadas na Federação Espanhola de Futebol (RFEF) não são suficientes para que voltem a defender a seleção do país, após o escândalo do beijo não consentido de Luis Rubiales na atacante Jenni Hermoso.

"Hoje, tal como transmitimos à RFEF, as mudanças que aconteceram não são suficientes para que as jogadores se sintam em um lugar seguro, onde mulheres são respeitadas, que aposte no futebol feminino e onde possamos dar o nosso máximo", afirma o comunicado, assinado por 39 jogadoras.

A nota, divulgada pela ganhadora de duas Bolas de Ouro Alexia Putellas, chega quase na mesma hora em que a nova treinadora da seleção feminina, Montse Tomé, deveria anunciar a lista de convocadas para os jogos da Liga das Nações contra Suécia e Suíça.

Fontes da RFEF disseram que anúncio da lista foi postergado após a divulgação do comunicado, no qual faltam as assinaturas das também campeãs do mundo Athenea del Castillo e Claudia Zornoza, que anunciou sua aposentadoria da seleção.

As jogadoras reiteram em sua nota uma "enorme decepção" com o que ocorreu na entrega das medalhas após a final da Copa do Mundo, quando o ex-presidente da federação Luis Rubiales deu um beijo forçado em Jenni Hermoso.

"Diante destes atos, devemos ter tolerância zero por nossa companheira, por nós e por todas as mulheres", afirma o comunicado.

As jogadoras relatam várias reuniões com a RFEF em que expuseram "as mudanças que entendemos serem básicas para poder avançar e chegar a uma estrutura que não tolere nem faça parte de fatos tão degradantes".

"Finalmente, acreditamos que são necessárias mudanças contundentes nos cargos de liderança da RFEF e, de concreto, na área do futebol feminino", reiteram as jogadoras.

Por isso, elas pedem "uma reestruturação do organograma do futebol feminino, reestruturação do gabinete da presidência e secretaria geral, demissão do presidente da RFEF, reestruturação da área de comunicação e marketing e reestruturação da área de integridade".

Desse moto, as jogadoras estariam pedindo, segundo a imprensa espanhola, a saída do presidente interino da RFEF, Pedro Rocha, que assumiu o cargo após a renúncia de Rubiales e é visto como uma "continuação" do antigo mandatário.

As jogadoras concluem ressaltando que "o que mais nos enche de orgulho é vestir a camisa da nossa seleção e levar nosso país sempre aos lugares mais altos", mas agora "acreditamos que é o momento de lutar para mostrar que estas situações e práticas não têm lugar no nosso futebol, nem na nossa sociedade".


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