Esgrimista gaúcha vive expectativa da estreia nos Jogos Olímpicos de Paris-2024
Prestes a participar pela primeira vez da Olimpíada, Mariana Pistoia sonha com bom resultado em solo francês
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Quando começou na esgrima, aos nove anos de idade, por influência do irmão, Mariana Pistoia ainda nem sabia o que significavam os Jogos Olímpicos. Muito menos que 15 anos depois estaria classificada para competir no evento esportivo mais importante do mundo, vaga assegurada ao vencer, no sábado passado, o Torneio Pré-Olímpico das Américas, na Costa Rica. Hoje com 25 anos, Mariana é a única estreante do trio esgrimista formado por Guilherme Toldo e Nathalie Moellhausen que irá para Paris em julho.
O começo da atleta no Grêmio Náutico União (GNU) foi nas arquibancadas. “Eu via que meu irmão e meu primo viajavam para participar de competições internacionais, eu achava isso muito legal e queria participar também”, relembra Mariana. A atleta acompanhava o irmão em todos os treinos, até que o técnico de esgrima do GNU, Alexandre Teixeira, passou a deixar com que ela praticasse com um sabre de borracha. Depois disso, Mariana nunca mais parou. Em pouco tempo, já participava de competições estaduais e nacionais, conquistando resultados expressivos. “Acho que eu tive bastante sorte também, porque quando entrei na esgrima achei um grupo bem unido de atletas aqui do GNU, quase todos ali com a mesma idade e realmente a gente se dedicava para a esgrima”, conta.
Antes dos 14 anos, Mariana já participava de competições internacionais representando o Brasil no florete. A primeira foi para Buenos Aires, em uma disputa intercolegial, seguido de um Campeonato Pan-Americano infantil. “Eu sempre gostei muito de competir e com isso acabei começando a ter alguns resultados”, diz Mariana. Além da classificação para a Olimpíada ser o sonho da atleta, ela também tem um peso emocional. Isso porque Paris foi a primeira cidade em que Mariana viajou para participar de competições maiores. “Na época, o Teixeira propôs de levar nosso grupo de esgrima para jogar uma competição que era a Maratona de Paris e depois ficar um tempo lá treinando”, lembra a atleta. “Então, foi minha primeira viagem grande mesmo e eu fiquei muito feliz de me classificar para Paris 2024, por conta disso também”, completa.
"Comecei a ter alguns resultados que me possibilitaram até uma tentativa de classificar pelo ranking internacional, que não era o que eu estava pensando, porque a ideia era classificar pelo Pré-Olímpico”
A preparação para Paris-2024 começou no ano passado, logo no início do ciclo. A partir daí, Mariana passou a jogar todas as competições da modalidade, menos a Copa do Mundo na Coreia do Sul. “Com isso, eu comecei a ter alguns resultados que me possibilitaram até uma tentativa de classificar pelo ranking internacional, que não era o que eu estava pensando, porque a ideia era classificar pelo pré-olímpico”, conta. Mariana liderava o ranking até dezembro do ano passado, com nove pontos à frente da segunda colocada. Porém, no final de dezembro a atleta perdeu a vaga direta para a esgrimista que corria atrás da vaga na segunda posição. Depois disso eu comecei a ficar pressionada porque foi a primeira vez que alguém tinha me passado, eu acabei ficando um pouco pressionada e perdi essa vaga, foi muito frustrante porque eu perdi a vaga por dois pontos” lamenta.
A partir daí, Mariana passou a focar no Pré-Olímpico da Costa Rica para garantir a vaga, apesar do psicológico abalado depois da perda da vaga. Na fase de grupos, Mariana avançou após vencer três das seis disputas, o que a deixou em um chaveamento mais complicado na etapa eliminatória. Em seguida, a gaúcha despachou a porto-riquenha Gabriela Padua no quadro de 16, por 15 a 11, em um jogo disputado. “Depois daí eu consegui soltar mais meu jogo e jogar a minha esgrima”, conta.
Mesmo com cãimbras ao longo da partida, venceu a jamaicana Yasmin Campbell por 15 a 9. Na semifinal, entrou no tempo final vencendo por 13 a 5 e administrou a diferença para triunfar em 15 a 8, garantindo uma vaga na decisão. “Agora o meu segundo objetivo é ter o melhor resultado possível em Paris e jogar a minha melhor esgrima lá, se isso for suficiente para me levar para uma medalha eu ficaria realmente muito feliz”, afirma.