Robert Scheidt tem dia ruim, dá adeus ao ouro e briga pelo bronze no Rio 2016
Velejador brasileiro luta por sua sexta medalha olímpica
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Scheidt tem 87 pontos perdidos - está a 30 do croata Tonci Stipanovic, a 20 do australiano Tom Burton, e a dez do neozelandês Sam Meech, que ocupam as três primeiras posições. Na regata de medalha, os pontos são dobrados. O brasileiro, hoje o quinto colocado, precisa terminar a prova com quatro barcos entre ele e Meech. A distância para o francês Jean Baptiste Bernaz, quarto lugar, é de apenas um ponto; basta que Scheidt atravesse a linha de chegada antes dele.
O velejador brasileiro saiu do mar abatido, bem diferente da disposição da véspera, quando havia enfrentado ondas de dois metros de altura, precisou se guiar pela bússola e terminou o dia na segunda colocação geral, a apenas 3 pontos de Stipanovic. Depois da tormenta, velejadores tiveram um dia típico da Baía de Guanabara, com poucas ondas e vento sudeste, ideal para regatas. "Foi bem frustrante, num dia como o de hoje (sábado), um dia lindo, que tem vento, não corresponder. Velejei abaixo do que eu sei", afirmou Scheidt.
Na primeira regata, na rota Pão de Açúcar, ele teve o pior resultado. Scheidt fez a primeira volta em 31.º lugar. "O barco que estava logo próximo de mim me fez um vento sujo e me fez fazer dois bordos que para a estratégia da regata foram equivocados. O grupo que foi para o lado esquerdo da raia se beneficiou disso", explicou. Ele ainda conseguiu avançar e ficar em 22º lugar, mas encerrou em 26º.
Na segunda regata, na raia Niterói, com ventos de 30 km/h, Scheidt começou em 19º mas conseguiu terminar em 11º. Sam Meech, de 25 anos, passou da sexta para a terceira posição, ao obter o 12º lugar na primeira regata e vencer em seguida. O neozelandês disputa sua primeira Olimpíada. Ele havia obtido o sétimo lugar no Mundial do Canadá, em 2015.
Na classe Finn, Jorge Zariff vai para o último dia de regatas classificatórias em sexto lugar, ainda com chances de medalha. Nas duas provas do dia, ficou em segundo e em 13º. Jorginho, de 23 anos, o caçula da equipe brasileira de vela, saiu satisfeito com as regatas e com as condições de navegação. "Parecia que era um maremoto, que eu estava no Canal da Mancha. Essa é a Baía de Guanabara", comparou.
Martine Grael e Kahena Kunze estão em segundo lugar na 49erFX. Elas fizeram quatro regatas neste sábado, o que as coloca na metade do campeonato. Venceram uma prova, terminaram outra em segundo e fizeram ainda um sexto e um 10º lugar (este descartado, por ser o pior resultado delas). A 10ª posição ocorreu porque elas cruzaram na frente das atletas de Cingapura, obrigando-as a desviar. As brasileiras tiveram, então, de pagar penalidade - dar uma volta de 360º.
"Tivemos quatro regatas em condições em que tudo podia acontecer, mas fizemos uma média muito boa. Quem ganhar medalha aqui será o velejador que sabe velejar em todas as condições", afirmou Kahena. Na frente das brasileiras está a dupla dinamarquesa Jena Hansen e Katja Salskov-Iversen. Depois de queimar a largada na primeira regata, elas terminaram as provas quatro vezes em segundo lugar e uma vez em quarto.
Samuel Albrecht e Isabel Swan, da Nacra 17, caíram da oitava para a 11ª posição. Eles precisam se recuperar neste domingo para irem à medal race (somente os 10 primeiros vão para a regata de medalha). Eles ficaram em quarto, 12º e 19º neste sábado e fazem apenas mais uma prova.
Fernanda Deconop da Laser Radial, se despediu da Olimpíada. Em 24º lugar, ela não vai à medal race. "Foi minha primeira Olimpíada. Claro que a gente sempre sonha um pouco mais alto, com uma medalha. A gente passou por uma semana com condições que nós não vimos em quatro anos de treinos. Mas eu estou muito feliz de ter participado dos Jogos Olímpicos. É um sentimento muito bom de poder competir ao lado das melhores do mundo".