Platini e Maradona esquentam eleição na Fifa com críticas a Blatter

Platini e Maradona esquentam eleição na Fifa com críticas a Blatter

Argentino afirmou que permanência do presidente se tornou uma vergonha e um incômodo para os amantes do futebol

AFP

Diego Maradona fez duras críticas ao presidente da Fifa

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Candidato de oposição a Joseph Blatter na eleição para presidente da Fifa, o príncipe jordaniano Ali Bin Al Hussein ganhou o apoio de dois grandes camisa 10, Michel Platini e Diego Maradona, que fizeram duras críticas ao suíço na imprensa. O primeiro a entrar em campo foi o argentino, que chamou Blatter de "ditador" em entrevista publicada nesta segunda-feira no jornal britânico Daily Telegraph.

"Com Sepp Blatter, a Fifa se tornou uma vergonha e um verdadeiro incômodo para os amantes do futebol", declarou Maradona. "Eu chamo Blatter de 'homem de gelo', porque falta a ele a inspiração e a paixão que constituem o mesmo coração do futebol. Ninguém apoia abertamente a Blatter, mas muitos acreditam que vai ganhar um quinto mandato. É um absurdo!", lamentou 'El Pibe de Oro'.

Platini se sente traído


O apoio mais valioso, porém, veio da França, com ninguém menos que o presidente da Uefa, Michel Platini, alfinetando em entrevista no jornal L´Équipe o dirigente que ajudou a chegar ao poder em 1998, quando sucedeu a João Havelange. "Não tenho nada contra Sepp, é um homem que respeito. Mas enquanto ele continuar no cargo, a Fifa estará no prejuízo em termos de credibilidade, imagem, e portanto, autoridade", sentenciou.

O que deixa Platini mais inconformado é o fato dele mesmo ter apoiado Blatter na última eleição, em 2011, com base na promessa de que deixaria o cargo ao final do mandato. "Ele me pediu, olhos nos olhos, para apoiá-lo, para o que seria seu último mandato. Tive a desagradável impressão de ter me comprometido pessoalmente ao me basear numa mentira", lamentou o francês.

"Sepp diz que quer continuar porque ainda não cumpriu sua missão, mas não é nada disso. Ele simplesmente tem medo do amanhã. Entendo este medo do vazio, mas se ele realmente ama a Fifa, deveria pensar nela antes de pensar nele mesmo", disparou, antes de enfatizar que a entidade precisa de "sangue novo".

Transparência

A única alternativa que sobrou é o Príncipe Ali. Na tentativa de formar uma frente unida de oposição, o ex-craque português Luis Figo e Michael Van Praag, presidente da Federação Holandesa, desistiram da disputa na última quinta-feira. Mesmo assim, Blatter ainda é o grande favorito, contando com fortes apoios até nas terras de Ali. O presidente da Confederação Asiática (AFC), o xeque Salman bin Ebrahim al Khalifa, do Bahrein, nunca escondeu sua preferência pelo suíço.

Mesmo assim, Platini ainda espera colocar o jordaniano na cara do gol, como fazia nos gramados. "Tenho a convicção que Ali poderia ser um grande presidente da Fifa", afirmou o francês, que não votará na eleição (quem vota são os 209 presidentes das federações dos países membros), mas deixou claro que apoia o rival de Blatter "a título pessoal".

Ali não demorou para devolver o elogio, e se disse "profundamente honrado" pelo apoio do presidente da Uefa na sua conta Twitter "AliForFifa".

A conta não fecha

O jordaniano também publicou um vídeo em que critica "desperdícios" da atual direção da Fifa, além de denunciar "decisões unilaterais", "liderança controversa" e "problemas de ética".

"Vivemos uma situação de emergência. Precisamos agir antes que seja tarde. Serei sua voz para que a Fifa tenha um futuro do qual poderemos nos orgulhar", completou Ali, que voltou a cobrar mais "transparência", seu principal lema de campanha.

Com o apoio de Platini, o príncipe pode contar com 53 votos das federações europeias, mas deve ter dificuldade para conseguir apoio nas outras confederações.

Além de ser longe de ter unanimidade no seu próprio continente, a Ásia (46 votos) Ali não pode ter muitas esperanças do lado da África (54), que sempre mostrou-se fiel a Blatter. A Conmebol (14) e a Concacaf (33) também costumam apoiar o suíço.


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