Relembre Gre-Nais onde jogadores argentinos brilharam

Relembre Gre-Nais onde jogadores argentinos brilharam

D’Alessandro e Maxi Lopez comandaram vitórias em 2008 e 2009

Felipe Uhr

D’Alessandro e Maxi Lopez comandaram vitórias em 2008 e 2009

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Com a proximidade de um Gre-Nal recheado com nove jogadores argentinos, chegou o momento de lembrar outros clássicos onde os "hermanos” se destacaram. Dois jogos foram emblemáticos nos últimos anos, onde jogadores argentinos foram protagonistas e ajudaram de forma decisiva para a vitória de seus times. As duas histórias são apenas um “tira-gosto” para o Gre-Nal de domingo, às 18h, no estádio Beira-Rio.

Clássico 373

O Brasileirão de 2008 corria de forma inusitada. O Grêmio, com um elenco desacreditado e com um técnico conhecido porém muitas vezes contestado, Celso Roth, era o líder do campeonato. Jogadores conhecidos participaram daquela campanha. O Tricolor tinha como liderança o meia Tcheco, capitão da equipe. Rever e Vitor eram jovens promessas, e Marcel e Perea comandavam a linha de ataque. Depois de um excelente primeiro turno com 12 vitórias, cinco empates e apenas duas derrotas, a disputa pelo campeonato era uma realidade.

O time de Roth chegou a ficar 12 rodadas sem perder. Ainda que tivesse decaído de produtividade no segundo turno, o Tricolor chegou na véspera do clássico, na 27ª rodada, líder com 50 pontos. Já o Inter, ainda que tivesse um elenco recheado de craques, como D’Alessandro e Nilmar, não vinha bem no campeonato Brasileiro.

Em 10º colocado e com a classificação para a Libertadores distante (naquela época eram 4 vagas), o foco naquele segundo semestre foi depositado na Copa Sul-Americana, onde o time estava nas oitavas de final. Ainda assim, o técnico Tite poupou titulares no jogo da ida no Chile, que antecedia o Gre-Nal. Tirar a liderança do rival, era um objetivo.

“Vamos passar a máquina”

Como todo bom Gre-Nal, aquele também foi marcado por polêmicas dias antes da partida com reclamações sobre arbitragem. Uma declaração, no entanto, pode ter colocado o combustível que faltava para o Inter não dar trégua ao Grêmio. No dia 24 de setembro de 2008, a contracapa do Correio estampava a frase “Vamos passar a máquina”, dita pelo então presidente gremista, Paulo Odone.
Mesmo colocando o favoritismo ao elenco Colorado, o qual comparou com o Real Madrid, o mandatário Tricolor disse que o Grêmio iria sair vitorioso. “Eles são favoritos, mas nós vamos ganhar, passar a máquina neles”, disparou Odone.

Presidente do Grêmio provocou no meio da semana e teve resposta no domingo | Foto: Reprodução Correio do Povo 24/09/08 e 29/09/08

Clássico resolvido em 45 minutos

Arrasador. Foi esse o adjetivo usado pelo Correio do Povo para classificar a atuação do Inter. Afinal, o Colorado precisou de 45 minutos para destroçar o rival, diante de 40 mil Colorados, no Beira-Rio. E o clássico começou com um golaço de D’Alessandro logo aos 4 minutos de jogo. O camisa 15 na época iniciou jogada no campo de defesa do Inter, passou para o campo de ataque e sofreu falta na intermediária. Alex cobrou, a zaga afastou para a frente da área, eu argentino apareceu para mandar a bomba. Victor nada pode fazer, estava aberto o placar no Beira-Rio. O primeiro gol de D’Ale em um Gre-Nal.

O Tricolor ainda tentou uma recuperação. Tcheco empatou também com um “chutaço” de fora da área aos 18 minutos. Aos 28 minutos, outro argentino apareceu na partida, Guinazu, que aproveitou a desatenção gremista e cobrou uma falta rápida para Alex, que livre na área hutou forte entre as pernas de Victor. Era o 2 a 1. Aos 40, o zagueiro Índio ampliou após cobrança de escanteio de D’Alessandro.

D'Alessandro foi o craque da partida e destaque da Contracapa do Correio do Povo | Foto: Reprodução C.capa Correio do Povo 29/09/2008

O segundo tempo foi protocolar. Ainda que o Inter tivesse tido um gol anulado a festa era vermelha. Além da goleada, da atuação impecável, o Inter desbancou o Grêmio da liderança, que já ostentava por 13 rodadas. “Essa vitória é para calar a boca daqueles que passaram a semana falando bobagem. Onde está a máquina?”, questionou Magrão, hoje Diretor Esportivo do Inter, na época um dos expoentes do time dentro de campo, ao final da partida.

Ficha da partida

Inter 4

Clemer; Ângelo (Danny), Índio, Bolívar e G. Nery; Edinho, Guiñazu, Magrão e D’Alessandro (Taison); Alex e Nilmar (Adriano). Técnico: Tite

Grêmio 1

Victor; Léo, Pereira (Jean) e Réver; Paulo Sérgio (Souza), Rafael Carioca, Orteman, Tcheco e Anderson Pico; Perea (Willian Magrão) e Marcel. Técnico: Celso Roth.

Gre-Nal “dos Cem anos”

Pouco menos de um ano depois, seria a vez do Tricolor comemorar a vitória em um clássico. Em um Gre-Nal em que o Inter começou na frente, foi o Grêmio, que dentro de sua casa, fez sua torcida feliz. Desta vez, o centroavante Maxi López foi o nome da partida.

Embalado pela conquista da Copa Sul-Americana, e no ano do seu centenário, o Inter era o grande favorito do Gre-Nal de comemoração de 100 anos. Daquele time campeão sul-americano, o elenco ainda contava com os acréscimos do lateral Kléber, Andrezinho e Alecsandro. Ainda que Alex, e Magrão tivessem deixado o time , D’Alessandro e Nilmar permaneciam no grupo de Tite.

O Grêmio estava mais mudado. Em comparação ao Gre-Nal dos 4 a 1, apenas Victor, Rever e Tcheco estavam na equipe. O ataque era argentino com Herrera e Maxi López, que desembarcou em Porto Alegre como a grande contratação do ano. Com passagens por River Plate e Barcelona, o camisa 7 chegou no então Estádio Olímpico, casa do Grêmio, para fazer gols. Até o técnico na casa-mata era outro: Paulo Autuori estava no comando do time.

Golaço de empate de Souza ilustrou a contracapa do Correio do Povo | Foto: Reprodução Correio do Povo 20/07/2009

Um jogo para história centenária

“Uma vitória para História”, foi com esse título que o Correio do Povo estampou a a contracapa do dia seguinte ao clássico.

O Grêmio começou melhor o jogo e até os 10 minutos Lauro já havia feito três defesas importantes. Aos poucos, o Inter foi equilibrando a partida. Aos 24 minutos , Andrezinho lançou o atacante Nilmar, que na corrida, ganhou a bola de Souza e marcou um golaço. Quem fazia a festa no estádio Olímpico a torcida colorada.

Aos 35 minutos, Souza empatou de falta para o Tricolor. Lauro nada pode fazer no chute que entrou no ângulo.

No segundo tempo, veio a virada. Logo aos 2 minutos, Réver quase marcou de cabeça para o Grêmio. Paulo Autuori adiantou a marcação da sua equipe em busca da vitória.

De tanto insistir, o Grêmio virou o placar, 2 a 1. Aos 24 minutos, Maxi López marcou de cabeça depois de bate-rebate dentro da área colorada.

Em seguida, aos 32, Maxi ganhou de Índio e serviu Herrera, que chutou na trave. O Inter escapava por pouco de levar o terceiro. Tite chamou ainda Alecsandro, mas não adiantou e o resultado permaneceu assim até o final.

“O Grêmio mereceu ganhar porque jogou melhor”, simplificou o atacante argentino, autor do gol da vitória, ao final da partida, eufórico, assim como toda a torcida e diretoria gremista.

Maxi López comemora gol da vitória Tricolor | Foto: Cristiano Estrela / CP Memória

“Vai ficar na nossa cabeça por muitos anos e eu fico muito orgulhoso de ser o presidente do Grêmio nesse momento”, comemorou o então presidente gremista Duda Kroeff.

Ficha da partida

Grêmio 2

Victor; Mário Fernandes (Makelele), Rafael Marques, Réver e Fábio Santos; Túlio, Adílson, Souza e Tcheco; Herrera (Jonas) e Maxi López. Técnico: Paulo Autuori.

Inter 1

Lauro; Bolívar (Danilo Silva), Índio, Sorondo e Kleber; Sandro, Guiñazu, Andrezinho (Giuliano) e DAlessandro; Taison (Alecsandro) e Nilmar. Técnico: Tite.


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